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Monday, 4 March 2013

EU TENHO ESPIOES PARA ME PROTEGER????



Onde estão meus espiões?

Em primeiro lugar, quero saber onde estão e o que fazem os espiões no Brasil. Tom Clancy nos seu último livro Threat Vector detalha como os chineses espionaram no Brasil para uma empresa estatal de petróleo obter contrato de oleoduto. Nesse mesmo livro, relata de forma dramática os ataques cibernéticos da China contra os Estados Unidos. Agora, saiu o relatório de uma empresa de segurança que confirma o estado de guerra cibernética que estamos vivendo, cujo campo de batalha são os Estados Unidos. As empresas americanas perderam, segundo relatório do Congresso norte-americano, mais de 300 bilhões de dólares no ano passado, devido ao roubo de segredos tecnológicos e comerciais, principalmente pela China.

O roubo cinematográfico de diamantes na capital européia Bruxelas no valor de 100 milhões de reais é brincadeira perto do que esta acontecendo hoje na área cibernética. Os hackers mais capazes trabalham hoje para os governos. Mas, mesmo assim, sobram ainda muitos que perturbam a vida de cidadãos, com entradas em contas correntes, cartões de crédito e todas as outras formas eletrônicas da vida. Quanto mais progredimos, mais nos tornamos vulneráveis, tanto no nível individual como corporativo.

O Brasil é um país exposto nessa área. Temos exércitos poderosos de seguranças privadas, que superam em muito a segurança pública, possuímos uma legislação ainda  leve para o tamanho do problema e muita, mas muita gente aproveitando da situação com a falta de meios de controle pelo poder público para fazer espionagem particular.

De um lado, as empresas, principalmente os grandes players, tanto na infra-estrutura como na área financeira, que já estão bem equipadas, precisam avançar mais na proteção cibernética e na contra espionagem industrial. Isso também cria muita oportunidade para os empresários inovadores e principalmente para a indústria de software. Esses programas devem ser feitos no Brasil e para isso precisamos de matemáticos e engenheiros.

Outra parte é o papel do estado. Achar que Brasil terá uma economia forte com serviços de inteligência fracos, é a ilusão de ótica errada. Sabemos realmente o que fazem os espiões de terceiros no Brasil? Se pensarmos só em termos militares ou de narcotráfico, pode ser que tenhamos uma resposta. Mas como fica a espionagem econômica e empresarial? Os contratos no Brasil e a presença de nossas empresas são de interesses de nossos concorrentes. Nossas empresas estão protegidas? Sequer sabemos quanto perdemos por ano? Ou o Brasil é campo livre para essas atividades?

Uma democracia dinâmica e forte supõe um Estado forte nessa área. Tem que haver definições legais claras e meios para o desempenho. Estamos num mundo diferente, mais competitivo, que vai exigir novas funções e principalmente mais coordenação entre todos os atores envolvidos. Vai dos  organismos governamentais, tanto de segurança como de política externa, até as empresas, que  são a primeira linha de defesa. Esse desafio de guerra econômica e seu futuro na área de cibernética podem definir quanto vamos crescer ou não.

Stefan B. Salej
21 .2.2013.



NAMIBIA, AFRICA, VALE A PENA CONHECER



Da Namíbia na África
É um país do tamanho de uma França e meia, com menos de dois milhões de habitantes e uma renda per capita de 6.600 dólares. A  expectativa de vida é de 51 anos e o  crescimento populacional está abaixo de 1 % ao ano. E conta com diamantes até extraídos do mar, urânio, e mais outros minérios, além da pesca e alguma agricultura. Sua imensidão de território é coberta com animais selvagens atravessando perigosamente as estradas, algumas asfaltadas, mas a maioria de cascalho que faz a alegria dos fabricantes de pneus.

Não só na cidade de Luderitz, fundada por um emigrante alemão há mais de um século, mas também na capital Windhoek, há ruas e edifícios com nomes de políticos alemães. Avenida Bismarck é como Avenida Getúlio Vargas no Brasil.Toda cidade tem. E um país que só tem deserto, com dunas de cores avermelhadas e natureza seca, um calor infernal mas com fauna intacta, recebe um milhão de turistas  por ano, a maioria alemães. Devem estar sentindo saudade da época em que eram colonizadores deste país africano, em seguida dominado pelos ingleses e depois, até a independência há vinte anos, pelos sul- africanos. Aqueles do apartheid e do racismo.

O governo eleito é oriundo de movimento de guerrilha que lutava pela independência. As instituições e o país funcionam de uma forma bem diferente do que na maioria dos países do continente africano. As notícias de conflitos sangrentos no Mali ou a permanência prorrogada por 32 anos de um governo na vizinha Angola, são noticias dos jornais. Não é que a Namíbia não tenha problemas, mas efetivamente os seus muito diferem dos da  maioria dos membros da União Africana.

A Presidenta Dilma já visitou a África este ano numa reunião dos países africanos e sul-americanos. Foi à Nigéria, que vive nova bonança. Irá no próximo mês á reunião dos BRICS na África do Sul. E os empresários, com raras exceções das empresas do sul, como a Marco Polo, a WEG e a Randon, e a Vale, além da Petrobras, que está procurando petróleo na Namíbia, não acompanham. A cooperação política, com todas as dificuldades de pessoal que enfrentam as representações diplomáticas brasileiras na região, vai melhor do a que empresarial. Até a militar, cuja presença na Namíbia se faz através da Marinha, vai melhor.
As atividades de algumas empreiteiras não preenchem as possibilidades que esses países oferecem, principalmente a pequenas e médias empresas. E não só onde se fala português, mas também nos lugares como a Namíbia. E até para aprender com eles, se nenhuma outra coisa, como atrair tantos turistas mostrando areia.

Stefan B. Salej

26.2,2013.