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Thursday 25 July 2024

DO MADURO QUE CAI OU NÃO CAÍ

 DO MADURO QUE CAI OU NAO CAI

 

Vizinho não se escolhe, você convive. Com os países também é assim. Um vizinho que há doze anos tinha dinheiro, pagava as importações bem, em especial serviços e equipamentos, e nos deixava no balanço comercial um saldo de 4 bilhões de dólares, era, apesar das discordâncias sobre democracia, um bom vizinho. Assim era a Venezuela. Mas, depois da morte do então presidente Chavez, impertinente arqui-inimigo dos Estados Unidos e que se manteve no poder após um golpe com ajuda dos Amigos da Venezuela, grupo fundado pela diplomacia brasileira, veio um sucessor em 2013 , Nicolas Maduro e o que sobrou daquela Venezuela foi um outro país.

A inflação em 2022 atingiu 305 % ao ano. Com a queda do consumo e medidas restritivas de toda natureza, a inflação agora está em 85 %. Em 2022, 190 mil alunos abandonaram as escolas. A produção de petróleo, o país tem maiores reservas do mundo, caiu em 12 anos de 2.49 milhões de barris/dia para, em 2021,527 mil barris/dia. E do total de 28 milhões de habitantes , um quarto, 7 milhões,saíram. Você deve se lembrar das cenas da vinda de venezuelanos para Roraima.

As liberdades políticas foram restringidas, a oposição esmagada no melhor estilo soviético, o sistema eleitoral corroído e feito para só ganhar sempre o partido do Maduro. Prisões, exílio e eliminação de adversários políticos, assim como a fome ea miséria, se tornaram rotina. E o narcotráfico organizado tomou conta do país. Bandidos tomaram conta de rotas de tráfico em cooperação com o ELN, ex-guerrilheiros colombianos, transformando-se em organização criminosa internacional mandando no país.

A renda per capita, segundo FMI, caiu de, em 2015, 10.568 dólares, parano ano passado, 3.459 dólares. E completando, Maduro resolveu, no final do ano passado,anexar Esquibo, com reservas de petróleo enormes, mas do lado da Guiana. Por um triz e sabedoria militar e diplomática brasileira, foi evitado um conflito armado na nossa fronteira norte.

Nesse retrato tem que inserir a dívida de um bilhão de dólares e nossa dependência de fornecimento de energia elétrica para Roraima. Então, é mais do que legítimo que nos preocupemos com o resultado das eleições venezuelanas. comentário do Presidente Lula de que Maduro deve aceitar o resultado das eleições é legítimo, oportuno e cabe ao Brasil sim exercer seu papel de democracia líder na região.

Agora, pesquisas a parte, a única previsão das eleições é que o grupelho do Maduro dificilmente vai aceitar derrota. E com apoio da Rússia e China. E ninguém sabe como vão reagir forças armadas. E Maduro permanecendo, teremos um êxodo que vai afetar as eleições americanas, porque os venezuelanos vão primeiro para Estados Unidos, mas também vão emigrar para Brasil e mais, se perder, quem sabe se não inventa um ação militar. A oposição ofereceu todas as alternativas para ele sair bem, mas os ditadores só saem mortosO cenário é absolutamente incerto e muito complexo.

 

 No fundo o povo venezuelano está diante uma escolha de Sofia. Os últimos dias da campanha ainda acentuaram ainda mais a prepotência do Maduro e sua clique. O atentado a líder da oposição Corina Machado é gota d’água no oceano de maldades que Maduro está produzindo para impedir eleições honestas. E definitivamente a declaração dele referindo se ao Lula que expressou a preocupação com respeito ao resultado de urnas, dizendo para ele tomar chá de camomila e duvidando das urnas mostram que Brasil perdeu a vez em influenciar Maduro. Ele não precisa mais do Lula e Brasil para se manter no poder. Aliás, repudiou, e para quem sabe ler, o pingo é letra, qualquer interferência ou conselho do Lula,


Na análise de situação venezuelana não devemos esquecer como Maduro acabou com todos os opositores e como foi o episódio Guaido, consagrado como vencedor de eleições e como presidente paralelo do país. União Europeia, Estados Unidos e na época Brasil do Bolsonaro, praticamente romperam com Venezuela do Maduro ( Brasil fechou embaixada), mas no final de contas hoje em dia acho que só Maduro sabe onde está Guaido no meio de 4.5 milhões de exilados venezuelanos que nem podem votar. Do bilhão de dólares que Venezuela deve ao Brasil, está tudo escrito no gelo e assim será.


Se oposição ganhar terá que ter apoio financeiro maciço para ré erguer país. E se perder, vai tudo ladeira abaixo.E enquanto isso aguardar urnas e forças armadas, que mudas hoje, podem mudar amanhã tudo.Ou nada.


Sunday 21 July 2024

Nuvens e poiitica

 Um velho ditado diz, que a política é que nem nuvens: você olha e vê um céu de brigadeiro.Depois voce olha de novo, os nuvens já mudaram e você vê um retrato bem diferente.

A desistência, esperada ou não, anunciada ou não, do Presidente Biden, como candidato a re eleição nos Estados Unidos, muda o quadro. Primeiro independente de confirmação da sua vice, ex senadora por Califórnia, Kamala Harris, e seu endosso, terá que passar por um processo de confirmação na convenção do Partido democrático. Espera se que houve articulação antes do anúncio do Biden e em especial que os financiadores da campanha, concordem colocar bilhões de dólares na campanha dela ou outro candidato democrata. Sem dinheiro, e campanha nos Estados Unidos é movida mais por dinheiro que por qualquer programa, é difícil de ganhar.


O jogo mudou, o dinamismo da campanha mudou. O sofrimento por que passava Biden, fritura é nome brando por processo que ele passou nos últimos dias, doloroso para um homem com sérvios prestados a sua nação nas décadas de atuação política, acabou, 

Ele e a equipe pode ser dedicar totalmente a gestão das situações e problemas que estão enfrentando seja no plano interno ou externo. E isso pode ajudar em muito a nova candidatura e as candidaturas democratas para deputados e senadores. Seja como for, no linguajar de política  da roça, o governo tem caneta cheia e pode ajudar mais ao seu candidato quando não está envolvido diretamente na re eleição. Exemplos disso estão na solução do conflito  de Gaza, melhoria de saúde e créditos escolares que estão só focando famílias.

Trump já reagiu, e a sua maneira reagiu de forma radical como sempre. Certamente o debate será diferente. Mas, não vamos esquecer também como foi a não eleição de Hillary Clinton. Ganhou no voto popular e perdeu  no voto de representações estaduais. Portanto, as nuvens estão indo muito rápido.



Thursday 18 July 2024

DOS ESTADOS UNIDOS E SEUS TIROS

 DOS ESTADOS UNIDOS E SEUS TIROS

 

Entre tantas eleições que se processaram nestes meses, Índia, França, Iran, Rússia, Reino Unido, Parlamento Europeu, Holanda, México, a única que teve um tiro na orelha do candidato foi dos Estados Unidos. Trump. E a única que teve um candidato que balbuciou no debate, trocou os nomes e começaram pedir a sua saída, Biden, também foi lá.

Para começar, não devemos achar que a eleição americana, cujo resultado afeta profundamente todos nós, é uma eleição em Sucupira, cidade imaginária da novela O bem amado, onde o Prefeito Odorico Paraguassu cria o fato com um atentado para elevar a sua popularidade. A realidade eleitoral americana é muito complexa sofisticada, bemdiferente dos sistemas eleitorais em outros países. O tiro no candidato republicano Trump ou os desastres nos discursos do democrata Biden, um ex outro atual presidente, podem dar algumas indicações de como será a campanha, mas vale a pena seguir a sabedoria política mineira que diz que o resultado das urnas, só depois de abertas. Ou seja, vamos ter muita emoção até as urnas serem fechadas.

Os democratas terão que decidir se continuam com Biden, que por incrível que parece ainda é o candidato mais firme. Os pedidos para que renuncie e ceda lugar à sua vice, Kamala Harris, ajudam a enfraquecer a candidatura democrata. O bom senso deve vir do próprio Biden e das pesquisas eleitorais.

Trump, cuja eleição com tiro na orelha foi festejada, é o que. Aliás, a disputa é muito mais sobre o que Estados Unidos querem ser no futuro. O passado dos dois é conhecido. Trump jamais seria candidato com a lei da ficha limpa do Brasil. A justiça americana o está livrando de todos os processos para ele pelo menos parecer honesto. E nada pega nele.

A gestão do Biden, com elevados índices de emprego, baixa inflação, reindustrialização do país, melhoria da saúde pública e perdão dasdívidas dos empréstimos estudantis, não valem muito para o eleitor que está preocupado com o futuro quando terá num mundo conturbado um presidente não idoso, mas incapaz de mostrar liderança.

Independentemente de como interpretemos o processo eleitoral americano, a decisão cabe aos eleitores dos Estados Unidos. Mas, ainda pela força que o país tem no mundo, os afetados somos todos nós. A escolha de Trump pode ser conveniente para os ditadores como Putin, mas seja quem for eleito, vai continuar com uma política protecionista e administrar a continua inimizade com a China. Ou seja, vai cuidar dos interesses dos Estados Unidos. E neste ínterim, nem América Latina e nem Brasil estão, para qualquer dos candidatos, no primeiro círculo dosseus interesses. A eleição americana é movida também por bilhões de dólares, não tem financiamento público, mas só privado, e aí pesa quem apoia. O apoio moral não tem o peso do apoio financeiro. É hora de muita calma eapesar de que as apostas são 65 porcento a favor de Trumpde esperar um pouco mais. E saber que nenhum dos dois candidatos defende nada mais e nada menos do que só os Estados Unidos. 

 

Friday 12 July 2024

DO MUNDO EM MINAS

 DO MUNDO EM MINAS

 

Minas Gerais nasceu no mundo quando o Brasil foi descoberto. Foi de Minas que saíram as primeiras riquezas que sustentaram império português por séculos. Estrada Real foi o rio terrestre de escoamento de diamantes aos quais se juntaram ouro, prata e mais e mais até chegar nos dias de hoje, quando o estado é terceiro maior exportador, mas oprimeiro em ajudar o Brasil a formar seu superávit comercial, que sustenta a economia brasileira. Em quatro meses, Minas exportou 13.4 bilhões de dólares, importou um quarto disso, 4.9 bilhões e produziu com suas exportações de minérios, ligas de alumínio, café e soja e manufaturados, 8.5 bilhões de superávit comercial. Resultado formidável para o Brasil ter recursos externos para seu desenvolvimento.

 

Mas, números não são tudo. Há uma integração internacional invejável. Um corpo consular, com Itália, Argentina, EUA, entre outros consulados presentes, câmaras de comércio como de Israel e Índia, escolas internacionais como a Fundação Torino e a NorteAmericana. Uma Fundação Dom Cabral que é referência mundial em ensino gerencial, Escola gerencial do SEBRAE, comemorando 30 anos, outra referência global, a UFMG, com seus centros de pesquisa de nível mundial e o primeiro centro Google de pesquisa no Brasil.

A riqueza cultural que transcende as fronteiras, como os Grupos Corpo, Skank e Sepultura, além dos inúmeros artistas como Milton Nascimento e outros de sua geração.  Nesta área pouco reconhecida, Minas tem uma fama mundial que é totalmente subestimada. Diria que mais pela modéstia mineira do que pela ignorância.

Poucas são as regiões na América Latina que têm com seus produtos uma marca como Minas, café Minas,  pão de queijo e cachaça. No Hollywood boulevard em Los Angelestepão de queijo. Em Nothing Hills, em Londres, você encontra cachaça Germana. Em Ljubljana você encontra café de Minas da mais alta qualidade.

O estoque de capital estrangeiro no Estado, em alianças com capital local ou não, tem tradição. Lembra da expressão Uai, que veio do inglês Why?, e tem crescido nas novas áreas como de lítio. É só lembrar que o primeiro investimento japonês, após a Segunda Guerra Mundial, foi na Usiminas. E sem misturar os itens econômicos, lembremos de inúmeros imigrantes japoneses, italianos,alemães, judeus, árabes e de todo parte,que construíram e constroem um estado solidamente mineiro, mas inserido no mundoEsquecemos as empresas mineiras, em especial de engenharia, como a Mendes Júnior, que se expandiram pelos quatro cantos.

Por isso tudo, se Minas quer continuar crescendo, sua sociedade tem que estar mais e mais atenta aque acontece nessa aldeia global. Minas está no mundo e o mundo está em Minas. Intrinsicamente ligados. O que acontece atrás das montanhas de Minas tem efeitos benéficos ou desastrosos para o cidadão mineiro, para seu bem estar, para seu emprego e para a sua família.