Do dia a dia
Já perdemos a conta de há quantos anos estamos com os negócios em baixa, com o desemprego aumentando, os juros nas alturas,os preços subindo, os políticos procurando soluções e a vida continua. Faltam poucos dias para pelo menos um dos itens dessa agenda, a mudança do governo, dar sinal de uma mudança. Está difícil aguentar este fim, onde a esperança não sumiu. O fato é que os que acham que estamos em um processo golpista não vão mudar de opinião. É claro que não podem achar diferente, porque se aceitarem que está tudo normal, de acordo com as leis e a constituição, vão ter que aceitar que estavam infringindo a lei e por isso estão sendo postos para fora do Palácio do Planalto. Mas, como demostraram em várias atitudes, inclusive de ameaças ao governo que os sucederá, não estarão fora da vida política brasileira. Aliás, se alguém tem dúvida, a democracia é isso: rotatividade no poder.
Para continuar o dia a dia, só haverá mudança de cúpula do país, que deve demonstrar com ações que veio para fazer diferente, ou seja mudar para valer. É essa mudança vai demorar mais do que queremos. Estamos todos esgotados, impacientes, sem caixa para aguentar. Só a mudança do governo não será suficiente para sentirmos nas empresas mudanças políticas. O desastre em que nos metemos, não se esqueça que foi em Minas que foi decidida a eleição que deu mais um mandato à atual ex-futura mandatária, é de proporções desconhecidas. Aliás, como fica o caixa quando se substitui um governo, só sabe aquele que assumiu, depois de sentar na cadeira.Antes, só se desconfia.
Assim, as empresas devem se preparar para dois anos de ajustes macro econômicos e fiscais sem precedentes. Bem, no caso de que o novo governo faça esses ajustes para valer. Aliás, enquanto não se souber se os processos anticorrupção vão continuar com o mesmo ritmo, ou seja se a pressão da Lava-Jato vai continuar, uma coisa está certa para o empresário: as fiscalizações, complicações na área trabalhista, e aumento de taxas e impostos indiretos em todos os níveis, vai aumentar é muito. O governo federal pode fazer alguns cortes na área de pessoal, mas os municípios, na véspera de eleições municipais, não vão fazer.E muito menos os estados. E o atraso de pagamento dos funcionários públicos, perfeitamente compreensível no regime de caixa dos governos, ainda vai aumentar a crise.
Tempos difíceis, mas quem sabe previsíveis nos esperam.Estamos em mudança do modelo institucional, que muda também as relações do dia a dia dos empresários e das empresas.Quem entendeu isso há anos, está atravessando melhor estas agonias de mercado.Mas, quem não entende e acha que só a mudança do governo vai trazer soluções, quiçá um pouco de alívio, terá dificuldade para sobreviver. A mudança do governo no Brasil deve ser uma mudança de um modelo que inclusive privilegie a competitividade, a honestidade, a inserção no comércio mundial e melhores condições de vida para todos. Qualquer outra coisa vai trazer novas crises, e piores.
Stefan Salej
Consultor Internacional
Ex Presidente do SEBRAE Minas e FIEMG
Federação das Indústrias de Minas Gerais
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