Da falta e desastre da política econômica em Minas
Os números da queda do PIB de Minas são de chorar: queda de 4.9 % em 2015 e previsão de queda, novamente, neste ano, de 4.3 %. A queda da produção industrial de fevereiro do ano passado a este ano foi de 11.6 %. As exportações, de março de 2015 a março de 2016, caíram 21.2 %. O desemprego nas região metropolitana de Belo Horizonte foi, em fevereiro deste ano, de 8.2 %. E as vendas no varejo caíram, em fevereiro deste ano, 9.1 %, comparado com fevereiro do ano passado. A produção industrial no setor eletro-eletrônico caiu nos últimos 12 meses em 31 % e a das máquinas e equipamentos, 42 %. O total da produção industrial no estado caiu, em 2013, 1.5%, em 2014, 2.6 % (o governo de Anastásia) e em 2015, já no governo Pimentel, a queda foi bem maior: 9.1 %. Os dados são todos de estudos da equipe econômica da FIEMG.
Qual é o remédio para que a situação não piore? Política econômica regional. Segundo os professores Mauro Borges e Marco Aurélio Crocco, dois economistas oriundos da UFMG, sempre citados quando se trata de políticas regionais de desenvolvimento, junto com Clelio Campolina, Paulo Haddad e Paulo Paiva, a solução é uma política econômica regional consensual que atende aos objetivos de todos os cidadãos.
Bem, Minas tem essa política hoje? Não. Tem retalhos sem visão do conjunto do futuro do estado. Faltam dados, faltam informações, faltam análises? Não. Faltam experiência e administradores experientes? Não. O governador do estado foi ministro de desenvolvimento e presidente do conselho do BNDES, presidente da CEMIG, e respeitado professor universitário. O secretario da fazenda, pela segunda vez, é um dos mais competentes economistas matemáticos que o país conhece. Conhece finanças públicas como ninguém. E sabe que a arrecadação vem do aumento da atividade econômica.
Nas entidades de classe há pessoas experientes. E muitas delas querem colaborar, além do seu e só seu interesse pessoal. Nunca um governo de Minas teve, incluindo o governador, tantas pessoas com graduação acadêmica mais alta do que este governo. E é justamente este governo que está propondo na reforma administrativa a extinção da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e a criação da Secretaria de Administração Penitenciaria. Ou seja, o nosso futuro será administrar bem as prisões e não a economia.
O que será decidido na Assembleia, não se sabe e espera-se mais sabedoria dos deputados, em especial do PMDB, do que dos que colocaram a proposta na mesa. Pelo jeito, ainda vamos chorar por muito tempo, porque sem política econômica mas com Secretaria de Desenvolvimento, pelo menos algum rumo temos. Mas, sem esta, e transferindo as políticas públicas para o âmbito de uma empresa estatal, só nos esperam mais interesses privados do que públicos. Alias, onde estão as vozes das entidades privadas nesta hora? Concordam com isso? Bem, então peço perdão, e salve-se quem puder!
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