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Monday, 22 February 2016
DA USI E MINAS
DA USI E MINAS
No final dos anos sessenta, um grupo de jovens economistas mineiros, abrigados nas FIEMG, Federação das Indústrias de Minas Gerais, e liderados pelo Jayme Peconick, elaboraram um projeto ousado de nova siderúrgica em Minas. O lugar escolhido para implementá-lo era no meio do nada, mas perto da estrada de ferro Vitória-Minas e das minas de minério de ferro. Faltavam o capital e a tecnologia. O capital foi fornecido pelo Governo Federal e a tecnologia, foram buscar no outro lado do Pacifico, no Japão. Este país se recuperava da aventura da Segunda Guerra Mundial e começava a estudar investimentos fora da ilha. A Nippon Steel aceitou o convite e assim a nova siderúrgica denominada USIMINAS virou o primeiro investimento japonês após a guerra no exterior.
O projeto foi liderado pelo legendário dr. Lanari e técnicos dos dois países construíram uma cidade e uma usina. Moderna, produzindo com qualidade superior aos seus concorrentes, um exemplo de responsabilidade técnica e social. Competência total. Os diretores de origem política, como Rondon Pacheco, Francelino Pereira, e outros da casa, como o dr. Adhemar e posteriormente também o legendário dr. em metalurgia Rinaldo Campos, elevaram, com os funcionários, a empresa para ser um exemplo de gestão, que culminou, com a obtenção do certificado ISO 18000, como a primeira usina siderúrgica do mundo.
Após o Rinaldo, já na fase da privatização, a USIMINAS, símbolo de capacidade de gestão dos mineiros, foi dirigida pelo ex-presidente da Vale, Brumer, que também foi secretário de desenvolvimento de Minas no governo do Aécio, e pelo Castelo Branco, atual Presidente da CODEMIG, tzar da economia mineira e ex-presidente da Mannesmann. Mais recentemente, o controle acionário passou para o grupo argentino Techint, por recomendação de nada menos do que Dilma e seu Ministro de Desenvolvimento, na época, Pimentel.
A situação da empresa hoje, pré-falimentar, é dramática. Como os dirigentes pós- Rinaldo Campos, e em especial os atuais, conseguiram isso, esta difícil de entender. A crise do setor é parte da história, a incapacidade de liderar uma empresa dos que nela tiveram participação, ou fizeram até de propósito, para reduzir o valor dela, é impressionante. E a passividade dos governos mineiros, desde Aécio até o atual, é outra parte difícil de entender.
A crise da Usiminas é crise de Minas, de sua capacidade de empreender, compreender, conciliar e gerenciar, tudo o que foi o inicio da própria empresa, criada com os valores mineiros. Hoje eles estão no CTI e a fila dos empreendimentos que Minas está perdendo só esta aumentando. A quebra da USIMINAS, suas consequências (aliás, sem ninguém apontar as verdadeiras razões e incompetências, sob o manto de interesses pessoais dos que a dirigiram mais recentemente, ganhando inclusive títulos pomposos das entidades empresariais) inclusive no campo social ultrapassam a compreensão de gente normal. Com a USIMINAS quebrando, está quebrando Minas. Acordem!
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