DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Numa segunda feira de calor infernal, mais de 300 pessoas ficaram na cidade de Passos discutindo desenvolvimento regional. O evento ocorreu nas instalações do Parque de Exposições da cidade, muito parecido com o de Belo Horizonte que servia para as feiras e reuniões antes de se construir o EXPOMINAS. O evento, muito bem organizado, prestigiado por deputados, vários prefeitos da região do Oeste de Minas, que compreende 39 municípios, foi organizado pelo jornal local, Folha de Manhã. Esta é parte a surpreendente do evento: depois de dois fóruns organizados pelo governo do estado, é uma entidade de comunicação, com apoio de entidades empresariais, que organiza o debate.
Mas, quais são as lições que ficaram do fórum. Ou melhor, quais serão as ações que ficarão após o fórum. A primeira lição seria que as pessoas querem debater o desenvolvimento. A conjuntura política e econômica está obrigando as pessoas e, consequentemente, as entidades públicas e privadas, a repensar a sua sobrevivência, a sua existência e o seu futuro. As pessoas querem contribuir, participar e trabalhar para que haja mudança.
O segundo ponto é a distância que está formada entre os centros do poder político, seja Brasília ou Belo Horizonte, e a realidade que cerca cidades e municípios. Assim, a Escola do Governo de Minas, que forma quadros excelentes e regiamente mais bem pagos do que outros funcionários de carreira do estado, só fornece seus formandos para a Cidade Administrativa na Capital. Só 5 % deles que vão para interior. Outro exemplo: inúmeros prefeitos nem sabem que o INDI, que está encarregado de trazer investimentos para o estado, existe ou sequer o que ele faz ou pode fazer.
Não no final da lista, existe de uma lado enorme vontade de desenvolver, e de outro lado desconhecimento, como desenvolver. É impressionante isso em um estado em que, na sua Faculdade de Ciências Econômicas da 4ª melhor universidade do país, a UFMG, fundou-se o Centro de Desenvolvimento Regional que, pelo jeito, deu oportunidade aos seus integrantes para galgarem posições ministeriais e até de governador do estado, ou seja uma escola de carreira política, mas na realidade não mudou a subdesenvolvida Minas.
O fórum de Passos, que se junta a outras iniciativas, como a de Varginha e o projeto de líderes do SEBRAE - Minas mostra claramente que quem quer se desenvolver tem que começar a trabalhar no seu próprio município. O caminho começa lá e não em Brasília ou Belo Horizonte.
No entanto, é bom que estas iniciativas estejam cada vez mais efervescentes e a sociedade clamando por soluções mais eficazes! Como boas cerzideiras, vamos desatando os nós, unindo as pontas e linhas soltas e construindo um tecido institucional mais firme - não? MEBB
ReplyDeletemas na velocidade que nao nos deixa mais atrasados, mas que nos permite avancos.Sem duvida costurando um tecido institucional é fundamental, mas tem tempo e hora para fazer.
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