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Thursday 30 May 2013

É a cachaça e a favela. Nada de protestos. Gringo amigo!

Da amizade gringa

A  visita na semana que passou do Vice-Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, afável e experiente político, foi um verdadeiro sucesso diplomático e ao mesmo tempo um verdadeiro desastre do ponto de vista de bagunça, xingatório e inimizade de alguns com os Estados Unidos. O mundo não é mais o mesmo, e os brasileiros mudaram muito. Se lembrarmos a visita do então Vice-Presidente Nixon ao Brasil há algumas décadas, com direito a todo tipo de protestos, inclusive de jogar ovos nele e a reação policial, a cavalo e a pé, os "Cosme e Damião", a dupla das policias militares, batendo nos manifestantes, esta visita não mereceu nenhum retrato na imprensa mundial.

Mudaram os Estados Unidos, mudaram seus políticos ou mudamos nós, os brasileiros? A visita com direito a favela, que no Rio não pode acabar porque virou atracão turística, mostrou que Estados Unidos são hoje encarados com certa normalidade. Os gringos, que não mudaram nada nestes últimos 50 anos, após a ativa promoção do golpe militar de 64 que começou exatamente em Minas, como também foi em Minas que foi feito o Manifesto dos Mineiros em 1945, conclamando o país à democracia, chegaram à conclusão de que Brasil é Brasil e portanto diferente. Acabou-se o tempo da declaração desastrosa do então Ministro das Relações Exteriores do Brasil, o baiano  Juracy Magalhães, de que para onde vão os Estados Unidos, vai  o Brasil.

Os gringos são os  maiores investidores no Brasil, são também dos mais fieis e os que têm investimentos que criam mais empregos na indústria. As empresas  norte-americanas como a GE, por exemplo, tem trazido para o país, ao contrário dos espanhóis, tecnologias mais avançadas. O comércio entre os dois países passa de cem  bilhões de dólares ao ano e é muito mais diversificado do que com a  China. Ou melhor, é mais equilibrado a favor do Brasil. Até tem cachaça mineira, de acesso privilegiado naquele mercado, onde vivem quase um milhão dos brasileiros. Sem falar nos milhares de brasileiros que fazem compras lá. Recentemente numa escola de administração, os alunos conheciam mais os Estados  Unidos do que o Brasil. Ninguém esteve em Teresina e quase todos, em Miami. E milhares de estudantes estudam lá.

A relação entre os dois países amadureceu e marcha para uma parceria. Parece que se perdeu o medo e  que cada um achou seu lugar no mundo. A visita de Estado, mais alto grau de visita presidencial, com direito a bailar na Casa Branca, da Presidente Dilma no final detém ano,  mostra essa maturidade que os dois países adquiriram no seu relacionamento. Ou seja, o que é  bom para um, pode ser bom para o outro.

Stefan B. Salej
29.5.2013.

Sunday 19 May 2013

PRECISA VER ALEM DA OROPA

Do mundo sem estagnação

Esta semana visitaram Belo Horizonte, mas ainda não chegaram a Minas, vários embaixadores da União Européia. A comunidade econômica e política composta hoje por  27 países, à qual se associa em julho próximo a Croácia, vive a sua mais profunda crise financeira e econômica desde a sua criação. Os europeus são parceiros tradicionais de Minas desde a época da fundação da República. A ausência do Embaixador do Reino Unido na comitiva, liderada pelo Embaixador da Irlanda, não impediu a multidão no Mineirão de delirar quando Sir Paul McCarty bradava  Uai, originário dos ingleses, perguntando aos peões mineiros quando não atendiam à maneira mineira de fazer as coisas, porque?Why?

Além da tradicional hospitalidade, bom marketing do Estado e suas potencialidades, cultura e dizer que agora tem dois atleticanos na seleção canarinho, além do  estádio pronto, pouco ficou, porque pouco os europeus tem a oferecer. Oa alemães estiveram na mesma semana em São Paulo, onde o que menos se viu foi mineiros oferecendo oportunidade de investimentos. E eles são os que estão melhor. O big boss da Fiat, Sergio Marchione, visitou  Betim, trabalhou muito e garantiu novos investimentos. Portanto a Europa se esgotou para ajudar no nosso desenvolvimento. Talvez nós os ajudemos mais do que eles a nós.

Mas, há outros mundos sobre os quais devemos lançar de novo os olhos. Comecemos pelos Estados Unidos. Mesmo com exagero de dados econômicos contraditórios, o gigante do norte das Américas está tendo crescimento econômico e de emprego e aumento de produtividade. Sem falar na inovação e competitividade. O Japão, que fez seu primeiro investimento estrangeiro após a guerra em Minas, está se reerguendo com políticas do novo Primeiro ministro Abe. A Coréia do Sul, já tradicional economia inovadora, tem na Indonésia, Filipinas e agora também na Tailândia, Vietnam e Myamar, novos parceiros, todos eles com crescimento acima de 5 % do produto bruto nacional. A Índia, que possui forte investimento na siderurgia mineira, também vai crescer.

E ainda há a China, que hoje é o nosso principal parceiro econômico. O crescimento de 8% ao ano, mesmo considerado baixo comparando com os índices passados, é significativo. Com a China é preciso encontrar caminhos de parceira e não de concorrência  e isso muito pouca gente esta fazendo no Brasil.

Falta a África que, com seu bilhão de habitantes, tem se desenvolvido a ponto de ser investidor no Brasil e que possui um mercado de enorme potencial.

Em resumo, para o futuro de Minas, precisam-se desenvolver parcerias além da União Européia.

Stefan Salej
15.5.2013.



Minas e OROPA

De Minas e União Européia

Dentro de duas semanas estarão visitando Minas Gerais 19 dos 27 embaixadores dos países da União Européia. Trata-se de visita de alto nível, apesar de não contar com a participação  dos embaixadores do Reino Unido, hoje com o projeto de mineração Minas Rio, o maior investidor no Estado, e da França, tradicional parceiro de Minas. Também não  vem  o representante da Espanha. Mas estarão entre os visitantes os embaixadores da Itália, Áustria e Alemanha, importantes parceiros de Minas. O programa é exaustivo, com visitas a Ouro Preto, Inhotim, Pampulha, uma ONG em Sta.Luzia que cuida de educação de presos e tem apoio dos europeus, uma mina da Vale perto de Belo Horizonte e a assinatura de convênio com a UFMG para o estabelecimento de um centro de estudos europeus.

No programa há também uma rodada de negócios na FIEMG, mas não esta incluída a visita a um dos mais antigos e eficientes projetos europeus em Minas, que é a cooperação na área de educação com a Áustria, ou seja a Escola Gerencial do SEBRAE. Provavelmente, os representantes da agricultura e comércio mineiros terão espaço na FIEMG para apresentar suas oportunidades de negócios aos europeus. As exportações de Minas para os países de União Européia declinaram no ano passado. Enquanto a Alemanha, que é o nosso maior importador, representa 3.8 % de nossas exportações, e a China 32 %, a Itália representa 9 % das importações de Minas. Em resumo, a Europa é um parceiro importante, mas não é mais o nosso principal parceiro. E além do mais, basicamente importa matérias primas e exporta máquinas, automóveis e produtos manufaturados.

Essa visita deve servir para apresentar mais do que a Minas do pão de queijo, ferro, cultura e turismo (a Estrada Real não estava no programa). Minas é o segundo economicamente mais importante estado brasileiro. As conversas com os europeus têm que incluir também as posições protecionistas que eles têm em relação aos produtos brasileiros. E como no caso especifico de Espanha, aos brasileiros. Também aos investimentos brasileiros, como no caso de Portugal, que preferiu os chineses em vez dos mineiros, na venda de empresa de eletricidade. Os interlocutores mineiros têm que estar preparados para uma conversa franca e abrangente, sabendo que os interesses de Minas são os interesses do Brasil.

Uma oportunidade dessas não pode ser desperdiçada,  mas deve ensejar que os europeus expliquem o que esta acontecendo por lá, qual é o futuro do euro e da própria União, quais são as soluções que estão dando à crise que os assola. E não menos importante, porque não cedem para fazer acordo com o MERCOSUL. A conversa tem que ser de igual para igual.    

Stefan B. Salej

Friday 12 April 2013

GUERRA NUCLEAR? E PORQUE NAO?????



Da guerra nuclear e com a Coreia

Na década de 50, reinado de JK em Minas, a possibilidade de guerra nuclear não  era algo inimaginável. Mas, a Alemanha estava derrotada, a União Soviética tinha a bomba atômica, mas ainda não tinha usado, e os Estados Unidos tinham a bomba e tinham usado. As pessoas acreditavam que a guerra poderia continuar e que ataques nucleares eram prováveis. As casas eram construídas com abrigos anti-atômicos e as cidades eram testadas para serem menos vulneráveis aos ataques nucleares. Belo Horizonte, por razões que desconheço, foi escolhida uma das cidades mais seguras no caso de ataque nuclear. Mas, isso não impediu que um refugiado de guerra europeu construísse no bairro da Floresta uma casa com abrigo ante-nuclear e que a Universidade de Minas Gerais instalasse o Instituto de Pesquisas Radioativas, IPR, onde o professor Chico Bomba Atômica e José Israel Vargas, entre outros ilustres cientistas, faziam experimentos que levavam os americanos a acreditar que o Brasil estava fazendo sua bomba atômica.

Mas, na mesma época estava em curso a guerra da Coreia, cujo resultado foi a derrota dos Estados Unidos, que enfrentavam alguns anos após a segunda guerra mundial o inimigo comunista e a divisão da península coreana em dois países: o comunista do Norte e o democrático do Sul. E o mundo foi caminhando com toda a tranqüilidade para um mundo nuclear multipolar, onde, além dos já mencionados, possuem boba atômica também o Paquistão, India, França, Reino Unido e Coreia do Norte. Esta mesma Coreia que derrotou há sessenta anos os Estados Unidos e que após um exercício militar norte-americano na região, com aviões com carga nuclear, ameaça o mundo com um novo conflito.

Subestimar o ímpeto bélico dos norte-coreanos, que têm bomba atômica e armas comparáveis às melhores dos Estados Unidos, pode ser um erro cujas consequências são imprevisíveis. Se os Estados Unidos, sob seu comandante supremo Obama, fizeram exercícios militares na península coreana com armas nucleares e não previram a reação norte-coreana, como aconteceu, foi um erro de liderança gravíssimo. Mas se os comandantes militares americanos, que têm muita autonomia, fizeram esses exercícios no meio da troca do comando do Pentágono, para mostrar independência com relação à Casa Branca e sem o conhecimento do Obama, é ainda mais grave.

Mesmo que a Rússia e a China peçam calma e não autorizem os norte-coreanos a iniciar uma guerra, e a Casa Branca mantenha relativa calma, um conflito pode acontecer. E aí, já com a crise econômica em curso, com as ambições chinesas no Mar Amarelo, com a Índia e o Paquistão brigando, com o Afeganistão inquieto, o cenário para a confusão está feito. E desprezar a  belicosidade  do jovem líder norte coreano é ignorar a realidade. A Coreia do Norte não esta só nesse discurso, terá ajuda nas ações.


Stefan B.Salej


Wednesday 10 April 2013

COMO LER MOVIMENTOS SUBTERRANEOS DA ECONOMIA REAL.MARREMOTO OU TERREMOTO ECONOMICO PODE SER EVITADO???



A geologia empresarial

Os movimentos geológicos subterrâneos, que produzem petróleo e provocam maremotos e terremotos, são difíceis de detectar e de prever. O que vemos em geral são os efeitos externos desses fenômenos, que na maioria das vezes são desastrosos para as vidas humanas e também para a economia. Os desastres naturais podem ser fatais, mas existem a prevenção e cuidados para reduzir suas consequências.

Na economia real, e em especial a brasileira, também conhecemos esses fenômenos subterrâneos e assistimos diariamente às suas manifestações visíveis. A situação passa a ser problema quando vemos os maremotos, trovoadas e outros fenômenos econômicos e achamos que após a trovoada vem a bonança ou que tudo não passa de chuvas de março. E enquanto há poucos prevendo o clima, há muitos prevendo a economia. Gente com experiência de governo e internacional, acadêmicos, alguns que nunca pagaram uma conta na vida e outros que quebrariam um carrinho de pipoca com a sua capacidade gerencial. Em resumo, além de muita gente escrevendo e falando, e na época das eleições isso aumenta muito, é fundamental que o executivo e o empresário, além do conhecimento próprio para julgar, saibam que os erros dessas leituras terão que ser pagos por eles.

Nos subterrâneos da economia real brasileira, há um movimento cujas consequências podem ser desastrosas para o país, que é a brutal redução de lucros das empresas. Setores completos, como siderurgia, têxtil, celulose e papel,elétrico, aviação, eletro-eletrônico e outros, têm participado de um campeonato de prejuízos nefasto nunca visto antes. As justificativas não convencem e não substituem lucros. Parece que os gestores têm de um lado enfrentado desafios nunca vistos antes, mas de outro também não se preparam para mudanças.

Os grandes conglomerados criados na base de conjuntura do mercado como o sistema X do Eike Batista, e que foram num determinado momento símbolo de capacidade empreendedora do brasileiro, levarão para o fundo do mar consigo um exército de trabalhadores, investidores, bancos e fornecedores. E voltamos para o sistema de ajuda do governo, que tanto foi criticado e nefasto no passado? A solução vai requerer muita sabedoria e criatividade, mas, principalmente, responsabilidade com a nação.

O setor público empresarial, que tinha uma excelência de classe mundial, se esfacelou com o susto que estamos passando com a PETROBRAS. Mas, muito pior está a situação da ELETROBRAS, que declara um prejuízo fenomenal e alega que não estava preparada para a redução de custo de energia promovida pelo seu dono, o governo. E no mesmo dia apresenta um plano de ajuste, que eleva suas ações em alguns pontos e ganhos para os amigos especuladores.

Tudo é competência gerencial! Os bons executivos têm que saber ler e prever esses fenômenos. Esse caso mostra tipicamente que não sabiam ou não queriam. Há o ambiente político com o qual o empresário tem que lidar, mas antes de mais nada há competência gerencial. É ela que faz o lucro, inclusive socialmente responsável.


Stefan B.Salej