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Tuesday, 26 December 2017

DO RETROVISOR E DO FREIO DE MÃO EM 2018



Dos balanços da vida no final do ano, sejam  pessoais, familiares ou  empresariais, todos têm uma característica: somar, analisar e ver pelo retrovisor o que aconteceu. É sem duvida um exercício muito útil, em especial se você analisar não o que você conseguiu mas o que você não conseguiu e onde você errou. Ou onde a sua equipe, seja na família, seja na empresa, poderia ter sido mais feliz, onde poderiam provocar menos stress e chegar a melhores resultados. É  absolutamente fundamental essa análise racional, com lápis e papel na mão. Na coluna da esquerda, onde acertamos, e, na da direita, onde erramos. Não precisa nem de computador ou de algum algoritmo para isso. E claro, onde eu errei e acertei, e onde a equipe acertou e errou. E discutir isso, de forma franca, aberta e, porque não, dizer tranquila e sinceramente. Dialogo não morde e não tira pedaço, mas é às vezes difícil, exige uma boa dose de liderança e desprendimento.

E daí, para a  frente, sente-se na carroça de sonhos e comece a construir os objetivos para os próximos anos. Feche o retrovisor, porque ele existe no carro, mas na vida empresarial não é o que vai levá-lo a realizar seus objetivos. Estes, quem vai determinar é você com a sua equipe e, daí para frente, é olhar para o adiante, construir mais e mais o seu futuro. Como empresário, se não enxergar as dificuldades, então você tem um problema grave, porque o mar de rosas nesta vida de empresário, seja onde estiver, não existe. 

Os obstáculos para alcançar seus objetivos são de dois tipos: internos, inerentes ao seu negócio, e externos, sobre os quais você tem pouca influência. 

Primeiro está o mercado, como ele se move, quais são as forcas que o compõem, como andam a concorrência, inovação, mudanças no comportamento dos consumidores ou modelos  de negócios  dos seus clientes. As inovações tecnológicas que batem na sua porta e que determinam  a mudança não só de produzir, oferecer seus produtos, mas também a atualização dos produtos. Ou as relações com seus sócios, ai incluindo seus funcionários, que não sabem o que vai acontecer dentro do contexto da nova legislação. E mais e mais.

E aí vem a segunda parte: o ambiente externo. Este país, com seu povo maravilhoso, esculhambado pelos políticos que nos elegemos até a medula.  Temos uma gestão pública orientada essencialmente em antagonismo com o empresário e um judiciário, em todos os níveis e ramos, assustadoramente não merecedor da confiança do cidadão. As eleições estão na porta, com os mesmos que fizeram o modelo econômico-financeiro e político do país falir. Ou seja, a desesperança que racionalmente assusta e nos induz a puxar o freio de mão na consecução dos nossos sonhos e objetivos.

Não faça isso, não se assuste e convença-se de que você, com sua garra , capacidade de trabalhar, persistir, resistir e vencer, supera tudo isso. Se você sobreviveu até agora, você também vai sobreviver a esse 2018 cheio de surpresas, golpes baixos dos políticos, poucas mudanças a seu favor (quem sabe vem uma reforma tributária). Não puxe o freio de mão. Acredite na sua equipe, acredite em você mesmo, porque esse  é o seu melhor investimento. E claro,  mantenha o caixa sob controle.


Um ano novo feliz, resiliente e resistente.

Sunday, 17 December 2017

DO PAÍS DOS MISERÁVEIS



Dezembro, mês de festividades, desde Hannuka até o Natal e Ano Novo, sem esquecer no início de janeiro Santa Claus (que os europeus festejam), nos confunde com alegria, presentes, bons votos e bondades, com os balanços e as perspectivas. Em geral, sempre desejamos mais e mais, esperamos, que o ano que se aproxima seja um ano melhor. As festas nas empresas são cheias de otimismo, ao mesmo tempo que os documentos estratégicos prometem mundos e fundos em um país que está prestes a ter uma eleição em que o que mais predomina é a incerteza.

Mas, fora das esperanças macroeconômicas, falam até em 3% de crescimento do Produto Interno Bruto, e passagens das reformas básicas como da Previdência e eventualmente uma tímida reforma tributária, está na hora de, com corações abertos, analisarmos, com os últimos dados do IBGE, em que país vivemos. O que de fato é o Brasil. 

O Brasil é um pais de 52 milhões de miseráveis, dos quais quase 14 milhões de pessoas vivem em condições de extrema pobreza. Onde temos 14 milhões de desempregados e uma geração de jovens de 16-29 anos nem-nem. Nem estudam e nem têm emprego. E a cada 48 horas temos um jovem assassinado. Uma população carcerária de quase 1 milhão de pessoas, das quais 40 % estão presos sem julgamento. E mais e mais estatísticas que nos colocam como o país de maior desigualdade social do mundo. Sem falar nos escândalos de corrupção.

Bem, há coisas positivas para todos os cantos, mas elas não se sobrepõem ao retrato de miserabilidade na qual o país caiu e, por incrível que pareça, com governos de esquerda dominando a política nos últimos 16 anos. 

Não adianta tapar o sol com a peneira. O retrato social, que é claro determina o retrato econômico (não vamos nem falar na educação) nos leva a pensar que futuro temos. Que modelo econômico de democracia será proposto para a inclusão desse contingente de miseráveis no mercado de trabalho. Quais concessões sociais o estado está disposto a ceder para que a situação mude. E como mudar?

Não vejo que nenhum dos políticos esteja discutindo isso neste momento. Não há uma visão a médio prazo e nem um projeto de país que vislumbre mudança, seja ela radical, seja ela gradual, dessa situação.

Simplesmente aceitamos que as diferenças sociais que temos fazem parte do Brasil, e somos indiferentes ao retrato do país dos miseráveis. 


Mas, a história mostra que essas diferenças não constroem um país, mas destroem seu tecido social, político e econômico. A vulnerabilidade é maior do que queremos perceber. Principalmente se aceitarmos essa triste realidade que construímos.

Monday, 11 December 2017

DAS REFORMAS E ESPERANÇAS



A reforma da previdência está ocupando todo o debate político e econômico  nos últimos tempos. O governo está colocando a sua tropa de choque, a mudança do ministro  de articulação política, nomeando o agressivo Marun para cargo é um claro sinal disso. O refrão é quem não está conosco, está contra. Amém. E a reforma tem que sair, salve Brasil. E o tal do mercado, que adora o Ministro da Fazenda, vai dizer que o Brasil está fazendo reformas e marchando, apesar da impopularidade do próprio Presidente da República e de todos os processos judiciais em curso.

Não há dúvida de que algumas reformas, como a trabalhista, são de fato reformistas, ou seja mudam o paradigma. A da previdência é uma reforma pífia que modifica alguns itens nas agenda de mudanças necessárias mas não vai trazer benefícios nem para o trabalhador e nem para o caixa da previdência. Os benefícios de certas classes, como o legislativo e o judiciário, permanecem e são intocáveis. Para a reforma ser consistente precisa ser mais ampla  e definir também os parâmetros das previdências pública e privada. A previdência privada pode ser grande financiador do desenvolvimento, desde que bem administrada e controlada. Mas, hoje em dia, os  fundos de previdência de estatais são um saco de gatunos e por outro  lado, as empresas de previdência privada, como da saúde, conseguem  aumentos anuais acima de qualquer inflação imaginária. Ou seja, nessa área ninguém mexe e não precisa de leis novas, mas de ordem e controle.

Mas, nenhuma reforma da previdência vai dar certo se não mexer no cerne do problema econômico brasileiro, entro outros: o modelo de gestão do estado, burocrático e com pouca eficiência o para cidadão. Não basta ter algumas categorias de funcionários excelentes se o sistema absolutamente  não acompanha as necessidades da população e nem do país como um todo. Essa reforma, que pode começar  nos municípios e estados, não está acontecendo. E muito menos no nível da federação.


Outra reforma absolutamente necessária é a fiscal e tributaria. Dela ninguém fala, apesar de projetos na Câmara e discussão de alguns deputados. Sem essas reformas, todas as outras ficam sem muito efeito. E quando o Presidente da República pede aos empresários apoio à reforma da previdência, eles não lhe dizem com clareza que a previdência só vai funcionar se houver reforma tributária. Mas esta também pode começar pelos municípios  e estados. Desburocratizando, simplificando, já seria um bom passo. Mas, ninguém esta fazendo isso porque a regra é quanto mais complicado, melhor. 

Sunday, 3 December 2017

MINAS 4.0



A economia mundial está se transformando com uma rapidez como nunca antes na história. É só lembrar que há 25 anos poucos tinham o “tijolo” chamado telefone celular e ver como está hoje: quase 100 % da população brasileira tem celular (a maioria smartphones) e 8  % de todas as compras são feitas via celular, sendo que se espera que em dez anos passe para 50 %. Comprar passagem, seja de ônibus, seja de avião, pedir taxi (morreu o taxímetro), coordenar viagem com Waze e se comunicar com um grupo de pessoas via Whatsapp (inclusive para viajar juntos e com isso deixar de viajar de ônibus) é tão comum como reservar hotel ou hospedagem via Airbnb ou outro aplicativo.

Estas são algumas das mudanças que estão visíveis. Abrir conta no banco digital e movimentar dinheiro via internet é outra. E assim há dezenas de aplicativos de tecnologias novas que há alguns anos atrás não existiam. E mais uma dezena que estão em execução, afetando a nossa vida com nomes como blockchain, segurança cibernética, robótica, internet das coisas, inteligência artificial, big data e analítica, quantum computers, impressoras 3 D (esta já esta velha), drones, e indústria 4.0,  que reúne tudo isso nos processos industriais.

O Brasil vive uma profunda crise institucional e uma transição política. Mas vive ao mesmo tempo em um mundo em profunda transformação tecnológica, que afeta todo o sistema econômico. Será que essa transformação tecnológica (veja o voto eletrônico) não vai transformar o país (sem falar das mudanças na área de comunicação) mais depressa do que as mudanças na área politica? Como estamos nos preparando para essas mudanças?

No debate promovido pelo Minas em Movimento e pela apresentação do Gustavo Tayar, renomado especialista da consultoria McKinsey e secundado por Wilson Leal, da maior empresa  brasileira de big data, Neoway, ficou claro que o mundo anda e a caravana fica. Ou seja, ou nos preparamos para acompanhar essas mudanças, ou o nosso fosso entre sociedade desenvolvida e subdesenvolvida  (nem em desenvolvimento) vai ficar intransponível.

Programas de start up, estabelecimento de centro de pesquisas da Google, ou de genética animal em Uberaba (estes desglorifidados com um belo artigo na revista francesa Nouvel Observateur), biotecnologia e mais alguns exemplos, não serão suficientes para alavancar a economia mineira. O uso crescente mas limitado de avançados recursos tecnológicos na indústria mineira (como o robô) ou no comércio, não nos garante sermos competitivos. E, por outro lado, os cursos de matemática (quem lembra do saudoso professor Judice), engenharia e física (com o excelente departamento na UFMG) têm se disseminado, assim como os cursos de ciências humanas. Nós vamos precisar de matemáticos, físicos, químicos entre outros, para nos desenvolver.

O salto tecnológico deve ser liderado pelo próprio governador do estado e deve ser um projeto consensual da sociedade. Ele não é projeto de um mandato e requer esforços e recursos inimagináveis. Inovação em todos os níveis é só uma parte da gigantesca tarefa que temos que enfrentar para sobrevivermos como sociedade (claro que com muitos desafios, inclusive na área de emprego), mas Minas precisa urgentemente de um projeto consistente de seu desenvolvimento, baseado nas tecnologias que o mundo está oferecendo. Minas 4.0.


Sunday, 26 November 2017

DE MINAS EM MOVIMENTO



Minas está onde sempre esteve.

Uma das frases preferidas dos mineiros, em especial dos políticos sábios, é que estamos onde estamos e você tem que saber onde estamos. Se não entrarmos na discussão política, onde as variáveis de funcionamento são inexplicáveis para o cidadão comum, sobra-nos a parte econômica, que no fundo tem muita influência sobre a política. Aliás, é a que paga o exercício da política.

Nesse capítulo, Minas, segundo os dados da revista Mercado Comum e do Diário do Comércio, deixou de estar onde esteve há muito tempo. A  nossa diferença com São Paulo, estado mais competitivo do Brasil, foi aumentada nas últimas décadas. Não só os governos mais recentes deixaram um arraso nas contas públicas como também até agora nenhum governo federal cumpriu e pagou as diferenças que pertencem ao estado no caso da exportação de minérios, ou seja a chamada Lei Kandir, o que afeta e em muito a consolidação e o crescimento do Estado. A distância que nos separa de São Paulo é de 50 anos, se aumentarmos em 5 %  ao ano o nosso Produto Interno Bruto. A indústria mineira virou filial de empresas com sede em São Paulo ou no exterior e perdeu em faturamento nos últimos 15 anos  mais de 50 %.

A situação dramática não deve assustar. Não é só o desastre de Mariana que nos deve levar a uma reflexão serena sobre o futuro do Estado, que assumiu o segundo lugar na economia brasileira por causa da queda da economia fluminense. No passado foram feitos diagnósticos da economia mineira que levaram a um plano de desenvolvimento no início dos anos 60 e 70. Deu certo. 

Hoje, o mundo é diferente, em especial quanto à globalização e tecnologias. Então, você tem ainda exemplos de empresas mineiras líderes nacionais, como a Kroton, Martins, Algar, Unimed BH ( a mais bem administrada Unimed do Brasil), Localiza, Forno de Minas, Araujo, Cia. Do Terno, Itambé, e tantas outras. Nós temos um movimento de start up nada desprezível e temos graças ao Guilherme Emrich não só um centro de biotecnologia mas também um centro de pesquisas da Google.

Temos um setor agrícola que deixou no chinelo a indústria, e está despontando como líder da economia. Demos um tiro no pé com a destruição do cluster de serviços e industrial em torno do aeroporto de Confins. Ou seja um passo para a frente e dois para trás.

Minas são várias disse Guimarães Rosa. Aliás, Minas na cultura,  com o grupo Corpo, produções teatrais, músicos, Inhotim, de longe supera o marasmo econômico e também  tem reconhecimento mundial.


Está na hora de Minas e em especial as suas entidades de classe voltarem a abraçar o projeto Cresce Minas, projeto que uniu a todos, governo e empresariado, na década de 90 e, através da introdução da metodologia de clusters, desenvolveu Minas. Fez a Minas, que tem na sua gente o seu  valor maior, crescer.

Sunday, 19 November 2017

DO TANGO ARGENTINO RENOVADO



Goste ou não, foram os argentinos que criaram empregos na indústria brasileira este ano. E em especial na indústria automobilística. A Argentina está crescendo, comprando mais automóveis, mais máquinas, mais equipamentos do Brasil e criando emprego no Brasil. Sem as compras argentinas, que causaram no país portenho um déficit comercial com o Brasil  de 5 bilhões de dólares (aliás o déficit correspondente ao total do déficit da balança comercial argentina neste ano), a indústria brasileira estaria patinando e suas exportações de manufaturados não avançariam muito.

O fato é que enquanto avançamos lentamente,  o ex-Presidente do Boca Juniors e prefeito de Buenos Aires, hoje Presidente de la Nacion  (como o chamam na república vizinha), está colocando o país em ordem. Ganhou as últimas eleições intermediarias para o  Senado e a Câmara dos deputados contra o kirchnerismo que dominou a política argentina últimos 12 anos (o seu símbolo populista é a ex-Presidente Cristina Kirchner) e apresenta dados econômicos que mostram ao mundo que parceiro confiável hoje é a Argentina.

Para começar, resolveu uma briga de dezenas de anos com os fundos de investimentos que, com o default da dívida externa, iam perder o dinheiro investido na  Argentina. Deu segurança jurídica aos investimentos estrangeiros e locais (ao contrário do que está acontecendo especificamente  em Minas com investidores suíços no caso do aeroporto de Confins). Essa confiança criou não só um fluxo enorme de capitais estrangeiros de várias fontes, mas também trouxe de volta 117 bilhões de dólares dos argentinos (repatriação de capital), correspondentes a 20 % do Produto Interno Bruto.

A confiança nos rumos do governo também é notada pelos novos investidores na área da economia digital e de start up. Apesar do enorme esforço no Brasil, foi Buenos Aires se tornou, segundo a Bloomberg,  a capital latino-americana de inovação, com maciços investimentos dos investidores norte-americanos, entre eles a volta do George Soros depois de duas décadas de ausência nos investimentos na Argentina. O país portenho sempre teve educação primorosa e excelentes cientistas. E com a estabilidade política está colhendo os frutos com uma nova onda de empreendedores.


A ligação aérea de Confins para Buenos Aires (enquanto algum interessado em transferir isso para Pampulha não queimar o filme) deve significar uma ponte que vai além de indústria automobilística. Nossos empresários, financiados pelas entidades empresariais, gostam de passear pela Europa, o prefeito de Contagem vai à China, mas estamos desprezando um mercado com facilidades e um crescimento enorme na nossa porta. Aliás, isso vale também par o Uruguai e o Paraguai. Acusamos os argentinos, que por  sinal estão mostrando na Usiminas o que entendem da siderurgia, de arrogantes, enquanto nos somos míopes, desprezando o potencial de negócios que temos nesta nova era da Argentina.

Saturday, 11 November 2017

DOS FINS DOS CONFINS E DA PAMPULHA



A decisão de reativar os voos de aviões de grande porte para a Pampulha é a flecha de morte no coração de um projeto maior que  é um aeroporto chamado de Tancredo Neves, nas proximidades da capital mineira e administrado pela concessionaria BH Airport. Na mesa estão todas as emoções imagináveis, inclusive  declarações inadequadas do prefeito da capital, mas pouca racionalidade.

Entre as emoções devem-se incluir também os sentimentos dos passageiros que, para usufruírem da comodidade de uma distância menor, terão que se sujeitar às péssimas condições do aeroporto da Pampulha. Não tem finger (Confins tem 26 pontes de embarque/desembarque), nos dias de chuvas há alagamento e de noite, os taxis somem. O aeroporto que sustenta o nome do poeta que saiu e não voltou a BH, é dos piores do mundo em termos de infraestrutura,  que foi suportada, inclusive com pousos criativos pelos pilotos experientes, nos dias de chuva, pelos passageiros. Mas, a comodidade de uma viagem mais curta, especialmente pelos ansiosos por trabalhar mais e conviver mais com a família tradicional mineira, compensam os riscos de incomodo e de falta de segurança. Não se esquecendo de que, para o aeroporto ser novamente operacional no seu nível de qualidade e segurança mínima, a INFRAERO, leia-se  o governo e as empresas, terão que investir, o que vai elevar o custo da passagem.

Mas, vale a pena lembrar que, quando o aeroporto de Confins foi construído há 33 anos, e o projeto era de conectar Minas com o mundo (dos 42 destinos hoje, 4 são internacionais, além de servir para trânsito de cargas com infra estrutura de alfandega eficaz para a internacionalização das empresas mineiras, que importavam via São Paulo e Rio) . Em torno do aeroporto havia a intenção fazer uma zona industrial avançada, inclusive com serviços na área aeronáutica. BH teria assim um aeroporto de grande porte e mais um, além do militar de Lagoa Santa, na cidade, com serviços e para vôos regionais.

A decisão da bancada mineira de apoiar a mudança do aeroporto,  aliada aos políticos do PR (segundo a imprensa nacional), demonstra claramente que quem manda na política mineira e nos seu desenvolvimento é o ex-presidiário Waldemar da Costa Neto. 

Mas, a questão mais grave é que você não pode fazer em Minas um contrato, como foi o da a concessão do aeroporto de Confins, que vale, porque você não sabe o que os políticos vão mudar no decorrer do contrato. E, só para lembrar, a concessionária que investiu e modernizou o aeroporto, para alegria dos seus 22 milhões de passageiros (e dos taxistas que cobram realmente uma fortuna), tem sócio suíço, o aeroporto de Zurique.

E na Suíça, onde todos se conhecem e trabalham juntos, quem terá a coragem de investir num estado onde os políticos trabalham para desrespeitar um contrato? Um tiro no pé da melhor qualidade. E uma mudança no eixo de desenvolvimento em um estado em que o único porto é o aeroporto.