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Friday, 18 July 2025

 DA GEOPOLÍTICA PARA GEOECONOMIA

 

No regime militar, o General Golberytodo-poderoso intelectual da ditaduraensinou as gerações da época que a geopolítica é a mãe de todo pensamentoestratégico e das ações que o Brasil deve seguir no seu futuro. Ou seja, através de ações militares devemos não  proteger os espaços  geográficos mas também os portos, mares e ares, as fronteiras físicas e ter uma influência regional expressivaPor isso a nossa rivalidade com Argentina era importantecomo também a nossaaliança energética com o Paraguai, ou seja Itaipuera fundamental.

Há trinta e poucos anosatrás apareceu uma nova teoria, cujos autores principaissão o francês Jacques Atalli e o norte-americano Lutwakque diziam que não é a doutrina de conquista militar que vai dominarmas que rivalidade entre os paísesserá determinada pela rivalidade na economia, nos mercados e na tecnologiaE a teoria virou uma prática que culminou com o novo governo dos Estados Unidos e asua política. Em outras palavras, nada de novo,  nós estamos atrasados em entender que o mundo mudou radicalmente. Uma empresa fabricante de chips, aNividiaconhecida só de especialistas  poucos anos atrás, vale quatro trilhões de dólares e é a empresa mais valiosa do mundoMas, o seu grande valor não reside no financeiro, mas em seus produtos e serviços, que determinam desenvolvimento da inteligência artificial, a mais recente fronteira tecnológica.

Nesse cenário, onde a competição entre os Estados Unidos e a China determinam rumo da economia mundialdevemos entender que os movimentos de qualquer um dos dois rivais nos afetam muito mais do que queremos perceberVeja o exemploda introdução da tecnologia 5 G no Brasil, onde abrimos as portas para a empresa chinesa Huawei, em prejuízo de nossas alianças de segurança e tecnológicas com empresas ocidentais. Na guerra de tarifas é ilusão achar que o entendimentoeventual, competitivo mas de interesse dos dois países, entre China e EUABrasil sai ileso. Ou sejaos agricultores norte-americanos vão voltar fornecersoja, carne e trigo para a China, em prejuízo dos fornecedores brasileiros. Ou queos EUA não vão pressionar UE para que o acordo com o Mercosul, com ajuda daArgentina, ande mais devagarpara que Brasil tenha menos alternativas para suasexportações e alianças tecnológicas.

Brasil, por outro lado, está extraordinariamente bem posicionado para umaeconomia do passadomas  como fornecedor de commodities e matérias primassem um agregado tecnológico, e a redução do custo do estado e a infra estruturamiserávelvai se aproximando do fenômeno holandês, ou seja ficou rico com matérias primasmas gastou dinheiro ao invés de investir em seu desenvolvimentomais sustentávelBrasil está em um futuro sem futuro.

 

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