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Friday, 30 December 2022

DAS DUAS DESPEDIDAS NO FINAL DO ANO

te final do ano, do qual nos despedimos com muita esperança para o proximo ano, tambem presenciamos duss despedidas iconicas para os brasileiros e para o Brasil. Morreu Edson Arantes do Nascimento, mineiro de Tres Coraçoes e ficou eterno Pelé, jogador de futebol de Santos. Encontrei Pelé nos idos de 1958 quando Brasil ganhou primeira vez a Taça Jules Rimet. Meu pai estava no Brasil, a nos impedidos de sair da Iugoslavia, eu acompanhava ansiosamnete tudo do Brasil.JK,Brasilia, musica,Jorge Amado e claro futebol. Conhecia a selecao braisleira de cor, ganhei ate um concurso por conta disso e torcia por Santos e Botafogo,por causa de Garrincha. Chegando ao Brasil em 1960 e ai acompanhei mais de perto o futebol.Tornei me torcedor do Galo e escrevia para jornal Delo na Eslovenia. Como entre os leitores tinha mais interesse por futebol do que por politica, escrevia muito sobre futebol e seu jogadores.E quando Iugoslavia foi escolhida para o jogo de despedida do Pelé no MAracanã entrevistei o Pelé. Mas jamais me tornei um expert em futebol.Não admirava sómente as jogadas geniais do Pelé, mas sobretudo sua capacidade de jogar em equipe, reconhecer os colegas jogadores e toda a equipe tecnica. E com tempo passando dando um exemplo de humildade e seu compromisso com um Brasil diverso, do qual ele surgiu como afro brasileiro, possivel com talento, garra e muito esforço,com valores morais e eticos que o fizeram como exemplo no mundo inteiro de um Brasil sério, competente, trabalhador e honesto.Ele com seu comportamento era Brasil que o mundo quer e que nos almejamos.O seu exercicio de futebol era meio para exercer a brasilianidade na sua plenitude dos nossos sonhos e desejos. E era consenso exemplar.Um brasileiro que o mundo queria e nos quueremos.E por tudo isso inesquecivel como pessoa e nao só como jogador. A outra despedida que estamos vivendo é o fim do governo atual. Perdidas as eleições presidenciais, estamos vivenciando como nunca antes nos ultimos 60 anos que vivo lolitica brasileira, a saida de um presidente da Republica legitimamente eleito e legitimanente derrotado na re eleição, sair pela porta de fundos. Não quer reconhecer a vitoria do adversario, sua propria derrota e diz a metade dos eleitores que votaram nele, que votaram na verdade no homem errado que os abandona como Tite fez na derrota da seleção braisleira contra Croacia. Sai pela porta de fundos reconhecendo que vendia um discurso que na pratica com esse ato final nada tem ver com a realidade que prometia. O povo brasileiro é mais representado pelos valores do Pelé ou outras atitudes e valores que desembocam na Florida com direito a uso de transporte pago pelo exaurido contribuinte brasileiro. Cada um vai fazer a sua avaliaçao, mas eu sou Pelé com a dignidade que me fez ser brasileiro.

Monday, 16 May 2022

DO ECOCRIMINALIDADE E A SERRA DO CURRAL

DO ECO DA CRIMINALIDADE E A SERRA DO CURRAL Ao assumir a presidência da FIEMG, encontrei o logo da entidade simbolizando uma fábrica, com três chaminés soltando fumaça. Outros tempos. O Brasil acabava de sediar a Rio-92, o maior evento de meio ambiente realizado até hoje, e o mundo começava a criar consciência de que a ecologia era um item importante no nosso desenvolvimento. A mesma consciência foi abraçada pelos brasileiros e, em especial, pelos mineiros. Foi o presidente mineiro Itamar Franco que instituiu o Ministério do Meio Ambiente e da Amazonia Legal, em Minas foi criada a Secretaria de Meio Ambiente, que teve secretários memoráveis como José Carlos Carvalho e Mauro Lobo, entre outros, e o movimento ecologista mineiro, com Hugo Werneck e Maria Dalce Ricas (AMDA), tinha um apoio da sociedade que deixou marcas até hoje. A indústria, já sob a liderança de Nansen Araújo, e depois, de José Alencar na FIEMG, foi se adaptando. A USIMINAS, sob o comando do saudoso Engenheiro Rinaldo Campos, foi a primeira siderúrgica no mundo a obter a ISSO 18.000, certificação internacional na área de meio ambiente. Na história não devemos esquecer que foi um mineiro, o Engenheiro João Camillo Penna, como Ministro da Indústria e Comércio, que implementou o programa de etanol, e outro mineiro, o Engenheiro Alysson Paulinelli, que, como Ministro da Agricultura, implementou a agricultura tropical. E nesse rol da liderança mineira não devemos esquecer os mineiros no comando da CVRD, que implementaram programas de responsabilidade ambiental, inclusive em Carajás. E as florestas renováveis, com eucalipto para siderúrgicas, surgiram com a antiga Manesmann, com Marco Antônio Castelo Branco liderando a mudança tecnológica. Em resumo, Minas era um exemplo. Mesmo na mineração, a Samarco e outras mineradoras, como a Vale eram motivo de orgulho. Houve o desastre da Mineração do Rio Verde, em Macacos, nas redondezas de Belo Horizonte, com morte de vários operários, que chamou a atenção pela precariedade das bacias de rejeitos, na época mais de 170 no estado todo em situação crítica. Após 2002 houve uma mudança radical na percepção da importância do meio ambiente para o desenvolvimento do Estado. Começou a prevalecer a máxima de que a regulamentação e a legislação de meio ambiente prejudicam o seu desenvolvimento econômico. Com apoio intrínseco do empresariado, liderado pelos empresários da mineração, reunidos na FIEMG, começou uma nova aliança espúria entre o governo e o empresariado, bem diferente do que havia anteriormente. Enquanto no passado os empresários que não cumpriam a lei eram afastados da entidade, e inclusive, como no caso dos fabricantes de calcário que queimavam a mata natural, presos, de repente eles eram vítimas e heróis que, com os políticos, conseguiram mudar a legislação. Os novos regulamentos passaram ser elásticos, desprezavam os interesses amplos da sociedade e colocavam os interesses dos empresários acima dos interesses da sociedade. Aí, dentro desse relaxamento do estado, do abuso empresarial e também da ausência maior de movimentos da sociedade, aconteceu o desastre de Mariana. Nenhuma lição aprendida levou a evitar o desastre de Brumadinho, da Vallourec e mais outros tantos que desconhecemos ou estão abaixo do tapete. Enquanto o setor agrícola lidera uma economia sustentável, as indústrias se adaptaram aos novos padrões, tanto no processo industrial como no produto final, veja por exemplo eficácia dos motores da Stealantis, o setor mineral é um calcanhar de Aquiles no desenvolvimento do Estado. No balanço do desenvolvimento sustentável do Estado como um todo, o pêndulo neste momento vai para uma parte do setor mineral, que persiste, às vezes até dentro da lei que eles mesmo criaram, em ser sustentável para eles, e totalmente insustentável para outros. O recente exemplo da empresa Tamisa e a mineração na Serra do Curral é exatamente isso. É a ponta do iceberg. A luta pela Serra do Curral é antiga e alguns devem lembrar ainda da Hanna Mining, e depois, da família Antunes, MBR, que exploravam entre outros, as minas em redor de Belo Horizonte, ou talvez antigo Belo Horizonte, e das lutas nas ruas da sociedade contra essa exploração nefasta. Agora apareceu uma brecha perfeita para uma empresa cujos modelos de negócios no passado são um verdadeiro manual do pior, mesmo enriquecendo e empoderando seus donos, em termos de ESG ( environment, social responsability, governance). Se precisar escolher uma empresa em termos mundiais que saiba usar todas as ferramentas para usurpar a sociedade, essa seria a campeã. Por que isso é importante? Porque tudo foi feito dentro da lei, aprovado de acordo com regulamentos, a empresa se compromete a que o projeto seja pequeno, só alguns hectares da fazenda, vão reforçar as estruturas do Hospital Baleia e mais e mais. O problema é que o histórico deles é não cumprir. Bem, e se cumprem, o desmonte do estado que o governo Zema e seus antecessores imediatos, Pimentel e Aecio, fizeram, mostra que este estado não tem a mínima capacidade de controlar o que vai acontecer. Ou seja, juntou-se a fome com a vontade de comer. O projeto será sim executado conforme os interesses da empresa versus a sociedade. E o projeto, definitivamente, com as atuais tecnologias disponíveis, não é um projeto viável do ponto de vista da sustentabilidade nos dias de hoje. O estudo feito pelos canadenses, meu pai açougueiro dizia que papel aguenta tudo, lido com cuidado, demonstra claramente que o projeto traz prejuízos ambientais e de qualidade de vida irrecuperáveis aos moradores das cidades envolvidas. Todo o processo de aprovação, entre outros, os funcionários da SEMAD controlando a movimentação de conselheiros durante a discussão do projeto e relatando “ in real time” à secretaria da pasta (fulano foi ao banheiro e conversou…), o envolvimento do próprio chefe de executivo no processo, incluindo a demissão de funcionários que discordam da orientação dele, e mais e mais, mostram que onde tem fumaça tem fogo. O output econômico do projeto é absolutamente mínimo no desenvolvimento do Estado e se, compararmos seu balanço social versus o econômico, é um brutal desequilíbrio a favor dos interesses da empresa versus a sociedade. Last but not least, está o papel da sociedade empresarial ou de alguns dos seus representantes no episódio. Enquanto você tem o Rubens Menin, da MRV, liderando no setor de construção na sustentabilidade, inclusive sendo um exemplo no Brasil e no exterior, um Salim Mattar e Eugênio Mattar, no seu setor e tantos outros, a FIEMG lidera o apoio a um projeto nocivo à sociedade. Seu presidente, que permaneceu durante o desastre de Brumadinho no Caribe e não no local do desastre, o do milionário SESI, pago pelos trabalhadores, só apareceu para ajudar meses depois, defende junto com Zema o projeto com unhas e dentes. Aliás, dentes, já que ameaça a todos os que estão contra, com represálias econômicas e até pessoais. Por outro lado, seu arqui-inimigo presidente da CNI visita a Secretária do Meio Ambiente nos dias da aprovação do projeto, a sós, provavelmente pedindo favores para seus negócios como o apoio a esse projeto. E claro que os representantes empresariais no conselho, nenhum deles pelo que me consta empresário, mas “ empregados”, votaram a favor. O que espanta é o voto do representante da SME Sociedade Mineira de Engenheiros. Uma pessoa experiente internacionalmente, até respeitada, votar a favor de um projeto bichado, é de se espantar. Não sabemos se o voto teve respaldo dos sócios da centenária SME, onde seria de espantar que os jovens de hoje concordem em ajudar a destruir o seu futuro. Em resumo, esse esposório, é, como dizia Boris Casoy, UMA VERGONHA. Fico triste que, no último quartil da minha vida, escreva estas linhas. O xingatório do atual ocupante do cargo que Nansen Araújo, o Senador José Alencar e eu ocupamos, lutando por Minas e suas ameaças, como dos meus sucessores, mostram mais quem são eles, do que quem fomos. Minas não pode perder sua alma, seu valor moral e Belo Horizonte não pode deixar de ser de fato em todos os sentidos um horizonte belo. Ou, como disse o Papa João Paulo, QUE BELO HORIZONTE. Por ele e por Minas, eu levo pedrada, mas vale a pena lutar por sua gente e seu futuro. Stefan Salej 15.5.2022.

Tuesday, 1 March 2022

DO IMIGRANTE E DO EMIGRANTE

DO IMIGRANTE E DO EMIGRANTE As cenas dos meus conterrâneos brasileiros sendo deportados dos Estados Unidos, chegando a Belo Horizonte, no aeroporto Tancredo Neves, líder da redemocratização brasileira, que incluía ampla campanha pelos direitos humanos, são chocantes. Mais, doem no coração. A mim especialmente, porque quando tinha cinco anos de idade e estávamos fugindo da Iugoslávia socialista, fomos presos na tentativa de passar a fronteira ilegalmente. Jamais posso esquecer, após ter passado a infância na guerra, com meu pai em um campo de concentração, e em seguida com ele sumindo toda noite porque tinha que se apresentar na polícia política para interrogatórios, como foi a nossa prisão. Separaram a minha mãe de minha irmã, com um ano e pouco, e de min. Choramos, choro que ficou na garganta até hoje. Minha mãe foi condenada a sete anos de prisão, minha irmã Ana e eu sumimos. Isso mesmo, até hoje não sabemos, não há registros de onde estivemos por um ano, até sermos resgatados por parentes. Eu só me lembro que tinha sido obrigado a cantar canções socialistas e que inúmeras vezes, provavelmente de castigo, dormia na casa de um pastor alemão, cachorro que me guardava latindo o tempo todo.Meu pai, felizmente, conseguiu fugir antes e veio para o Brasil. Quando tinha dezesseis anos, e minha irmã 12, viemos para Belo Horizonte, onde estava meu pai. Viramos emigrantes com uma mala amarrada com barbante e muita vontade de viver. Virei imigrante. Carteira modelo 19 por muitos anos e muita solidariedade e ajuda. Dos conterrâneos e dos amigos mineiros e brasileiros. Mas, mesmo assim jamais deixei de lutar para que o país onde nasci, a Eslovênia, se tornasse um país democrático e as pessoas pudessem escolher livremente seu destino. No dia que isso aconteceu, estava todo sorridente numa reunião na Associação comercial de Minas, a entidade onde iniciei minhas atividades associativas, quando o então o presidente Hiram me perguntou porque tanta alegria, já que em geral eu era taciturno e chato. Expliquei, e ele me disse, aproveite, já que é assim, e volte para a sua terra. Foi a única vez que nesta terra em que fui lembrado de ser imigrante. Por isso dói tanto ver as pessoas que, mesmo se de fato, burlam a lei de outro país, voltam nas condições que estão voltando. Quando em 2008 fui Embaixador Enviado especial da Eslovénia para a América Latina e Presidente do Conselho das Relações da União Europeia para América Latina, tive que lidar com a brutalidade espanhola na rejeição de imigrantes brasileiros chegando no aeroporto de Barajas. Aprontei um escândalo digno do meu nome, dizendo aos espanhóis, entre outras coisas, que devem lembrar quantas vezes tiveram as portas abertas na história no Brasil. E consegui que fosse aprovada uma declaração da UE com a América Latina sobre imigração que até hoje rege as relações sobre o assunto entre as duas partes. Hoje há mais de 4 milhões de brasileiros, 2 % de nossa população, que emigrou. Se de um lado condenamos a maneira com que nossos irmãos são expulsos dos Estados Unidos, temos também que perguntar por que as pessoas estão fugindo e arriscando a vida na mão de coyotes, que são bandidos da pior espécie, do Brasil. Em todos os anos que exerci funções nas entidades empresariais, nunca vi um governo de Minas combater as raízes dessa emigração. Nunca qualquer governador de Minas sequer visitou as comunidades brasileiras no exterior. Iam a Washington para dançar com banqueiros e não eram capazes de ir a Boston para visitar nossos valadarenses. O mesmo se aplica para prefeitos de Governador Valadares, cidade que vive de dinheiro vindo de emigrantes. Só um prefeito visitou a comunidade lá, e mesmo assim com passagem paga pela FIEMG. Não são os gringos que tratam mal nossos patrícios. Somos nós mesmos, com honrosa exceção do Serviço Consular do Itamaraty, que é tratamento a posteriori e não chega às raizes do fenômeno. Aliás, sobre como Minas trata essa chaga da nossa sociedade, é significativo notar que o melhor trabalho acadêmico sobre emigrantes mineiros foi feito em Santa Catarina e, pelo que sei, até hoje não existe um centro de estudos sobre emigração em Minas. E, nesse capítulo, é interessante observar que as tão zelosas forças policiais do estado não conseguem desmontar esses esquemas criminosos. E os políticos protestam contra os Estados Unidos, o que é certo, mas não fazem nada nem para diminuir a criminalidade e nem para criar condições para que as pessoas tenham uma vida melhor e fiquem. Aliás, esse governo liberal que temos no Estado parece até achar graça que as pessoas que estão sofrendo nesse processo estejam sendo castigadas tão cruelmente. É uma tristeza ver esses voos e as pessoas sofrendo. Mas, mais triste ainda é pensar que o país que me acolheu, e acolheu tantos milhares de pessoas - quem não é de uma família cujas raizes não são de imigrantes? - um país e um povo tão acolhedor, não consegue criar condições para uma vida melhor para seus cidadãos. Isso sim que da vontade de chorar. Stefan Salej

Tuesday, 18 January 2022

DA NATUREZA MAL TRATADA

Começando por listar os desastres que estão assolando o país , a tristeza das pessoas atingidas por enchentes, secas, raios, e tudo mais, este artigo não acaba nunca. Ou a força divina está castigando este Brasil que acreditávamos que era imune a toda desgraça, ou então tem algo na natureza do homem de não querer entender o que está acontecendo. De um lado, é no país inteiro que estão acontecendo os chamados desastres naturais. Do Oiapoque ao Chuí. Até neve tivemos. Esquecemos geadas e quebra de safra de café há alguns meses. Esquecemos queimadas há pouco no Centro Oeste. E nos fazemos cegos pelo desmatamento da Amazônia, o maior nos últimos dez anos. Não tem nenhum pedaço do Brasil que não tenha sido atingido por algum tipo de chamado desastre natural. Até terremoto temos. Há enormes prejuízos econômicos, e um custo econômico quase que incalculável em todos os setores , mas há um custo humano ainda maior. Se a isso tudo somarmos a epidemia do coronavírus, sem falar em zica, tuberculose, e outros males, como a nova variante da gripe, chegamos à simples conclusão de que temos um país diferente , que precisa ser olhado e planejado de forma diferente. A discussão sobre a origem destes fenômenos é interminável. Definitivamente alguns deles poderiam ser evitados por políticas públicas em todos os níveis. O negacionismo do governo federal de fenômenos com queimadas na Amazônia, desmantelamento de instituições científicas e de pesquisa como o INPE e a falta de ação quando acontece, de resposta à crise, contribuíram para que os desastres fossem maiores. A defesa civil, que funciona a posteriore, depois do desastre, como também os bombeiros, tem recursos limitados e parte da história deles é também o lamentável episódio do treinamento no interior em São Paulo, quando morreram os recrutas numa gruta por falta de cuidado da própria guarnição. A situação em Minas ainda é mais critica por causa de configuração geográfica e suas riquezas minerais. Os mineiros permitiram através de séculos que os ganhos a curto prazo deixassem para próximas gerações buracos, mortes, como as de Mariana, Macacos, Brumadinho, entre outras, e um estado que esta se tornando economicamente inviável e difícil de viver. É impressionante a fragilidade estrutural de norte a sul de Minas. Uma hora de chuva em uma das cidades mais bem organizadas, como Uberlândia, destrói a cidade. As pontes e estradas parece que foram construídas para facilitar que sejam reconstruídas de tão frágeis que parecem. Minas teve uma das melhores escolas de engenharia, empresas de construção que apesar do escândalo da Lava Jato, construíram no mundo inteiro, e parece o que foi projetado e construído em Minas não aguenta chuva forte. E chove todo ano e chove forte todo ano. Todos só reagem aos desastres. Os que tem conhecimento científico para prever não são ouvidos. Os que gritam são tachados de chatos, inconvenientes e doidos. Inclusive assim foi com o lendário ambientalista Hugo Werneck. Os políticos se beneficiam dessa desgraça prometendo e não resolvendo nada. O Estado como ente administrativo não tem um projeto com visão a longo prazo para aliviar o que esta acontecendo. E isso não será parte do debate eleitoral porque não ha visão sistêmica, mas soluções a posteriore, no máximo má gestão de desastres. Em resumo, os jovens não protestam, os velhos somos chatos, as entidades empresariais cheias de dinheiro exploram ainda mais essa situação para defender empregos que não são empregos, mas aumentam a riqueza de alguns para gerar a desgraça dos muitos. Minas já foi melhor do que isso. É triste, mas é verdade. E pode sair dessa situação, porque os que sabem como fazer não faltam. Mas tem que ter coragem para lutar. A natureza por si só não é um desastre, é bela, é linda, nos alimenta, mas temos que cuidar dela.