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Friday, 4 July 2014

DOS PRESIDENTES PRESOS

Dos presidentes presos Desde criança a gente ouve uma verdade não refutada pelo tempo, que os políticos no Brasil são corruptos e a que corrupção domina a política e os negócios neste país continental. E sempre se ouve que, se as atitudes dos nossos políticos fossem iguais às de não sei quem e onde, este país seria uma maravilha. Bem, talvez a detenção por 15 horas do ex-Presidente da V. República Francesa , Nicolas Sarkozy, grande amigo do Brasil e do falecido ditador da Líbia, Coronel Gadaffi, nos coloca perante uma realidade que sempre existiu e que nos insistíamos em não enxergar e eles insistiam em não mostrar. A corrupção política na Europa e outras civilizações é tão antiga quanto essas civilizações. Os exemplos não faltam mais recentemente e o mais impressionante é como os europeus estão enfrentando essa questão. Nem tanto tempo atrás foi defenestrado o Presidente da Alemanha, por não declarar presente recebido acima do valor permitido. Mas os italianos condenaram o Cavalheiro e riquíssimo Primeiro-Ministro Berlusconi a pena alternativa. Julgado e condenado, não importa por quanto tempo. Na Eslovênia, que há cinco anos atrás presidia o Conselho Europeu e era aluno exemplar da transição européia, um ex-Primeiro Ministro foi condenado por corrupção na compra de blindados da Finlândia. E lá ele continua sendo, mesmo da prisão, candidato às próximas eleições e eventualmente pode ser, ainda preso, eleito novamente Primeiro-Ministro. Simplesmente porque a legislação não prevê inegibilidade no caso de condenação e prisão. São os franceses que mostraram, após a detenção provisória do seu ex-Presidente, que lidera as pesquisas na corrida de sucessão, que o judiciário procura ser independente. As investigações de outros casos trouxeram à barra do tribunal o ex-todo poderoso Ministro das Finanças e Diretor geral do famigerado FMI, Dominique Strauss-Kahn. Mas também não perdoaram a sua sucessora, Christine Lagardere, e a trouxeram de Washington para se explicar nos tribunais. E claro, todos eles se declaram inocentes e mais: perseguidos politicamente. E alguns deles procuram se transformar em vítimas, ganhando mais apoio da opinião pública e mais votos nas próximas eleições. O processo e condenação não terminam necessariamente a carreira política, por incrível que pareça até aceleram. Algo como rouba mas faz. Há três elementos interessantes nessas inúmeras histórias. Primeiro, que país honesto é o país de justiça funcionando e imprensa livre, ativa e investigativa. Segundo, que corrupção é um problema mundial e não basta ter só governança corporativa, mas precisa urgentemente ter governança política, combate à corrupção política. Deve-se entender claramente que os países só podem progredir e ter uma democracia estável se houver transparência e honestidade com altivez do cargo público. E terceiro, que essa pecha de corruptos, que nos atribuíram com razão, já não é mais nossa exclusividade. E em todos esses episódios vale a pena observar como a China está combatendo esse mal do século XXI. Lá é a guerra total! Com cabeças propriamente rolando. Stefan B. Salej 4.de julho 2014.

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