Do Brasil acordado
Siga Brasil e acorde!!! Por incrível que pareça, isso foi escrito num cartaz com a bandeira brasileira devidamente pintada numa manifestação a favor da saúde pública na minúscula Eslovênia, país da União Européia com dois milhões de habitantes. Em pelo menos 14 países, mais de 40 mil pessoas apoiaram as manifestações no Brasil. Não houve TV no mundo ou jornal que não falasse dos acontecimentos no Brasil. As manifestações no Brasil viraram assunto da aldeia global.
A primeira leitura foi de susto. Como alguém que, de sonhos lindos, acorda com a casa caindo na cabeça, com trovoadas, chuvas e fogo ao mesmo tempo. Um Brasil na véspera de um importante torneio de futebol, no país do futebol, onde as pessoas trocam tudo pela paixão de ver a bola rolar, com estádios maravilhosos, vê as ruas cheias no país inteiro de manifestantes dizendo que querem mais saúde, mais educação, transporte decente, fim da corrupção. Mas, o Brasil, com todas as mazelas, não progrediu mais do que os outros países? O Brasil não estava imune à crise que assola o resto to mundo? Você não esta confundindo São Paulo com Buenos Aires, onde sempre acontecem estas manifestações?
Do susto passou-se à analise. E aí os inúmeros brasilianistas, nos Estados Unidos existem mais de 20 centros de estudos brasileiros, junto com os analistas de bancos internacionais, juntaram uma quantidade de bobagens que comprovaram que ninguém entendeu nada. Uns repetindo os outros, todos perdidos. Começaram as comparações entre movimentos populares em vários países, inclusive a comparação mais idiota que é com a chamada Primavera árabe. Tudo bem que temos uma população de origem árabe importante, mas me diga o que o Brasil tem em comum com os países árabes?
Na terceira fase, começou o acompanhamento simultâneo do prosseguimento do movimento, suas consequências políticas e econômicas. E claro financeiras. Ninguém no mundo inteiro acredita que o passe livre pode ser uma realidade. Nem na socialista Iugoslávia o transporte público era de graça. Ou seja, atendidas as demandas, como ficam as contas públicas que já estão apertadas? A reação do governo, que parece com o moto de Minas, Libertas quae sera tamen, mesmo que tardia, mostrou ao mundo que o país continua democrático, que os políticos se assustaram, que os os movimentos são pacíficos e não golpistas e que vandalismo nada tem que ver com as demandas legítimas da sociedade.
A expectativa de fora é de que Brasil saia mais forte desse movimento, mais democrático, reorganizado para melhor. Inclusive porque isso é do interesse de todos.
Stefan B. Salej
25.6.2013.
politica internacional, visao de Europa,America Latina,Africa, economia e negocios international politics, business, Latin America-Europa-Africa
Friday, 28 June 2013
Tuesday, 25 June 2013
E OS EMPRESARIOS O QUE PENSAM??????
Neste
debate sobre as manifestacoes, gostaria de acrescentar como ex Presidente da
FIEMG, Federacao das industrias de Minas Gerais (mais detalhes sobre a
historia da entidade no livro Os senhores das Gerais da Heloisa Starling )mas
orinundo do DCP UFMG, a pergunta:e os empresarios, pequenos,grandes, liderancas
ou não, o que dizem disso?
Na área de
transporte, são os empresários privados que dominam, que fazem as tarifas e
planilhas. Eles tem bancadas fortes em todas as camaras legislativas no pais e
são principais financiadores das campanhas políticas. Eles elegem prefeitos.
Nunca consegui ver uma planilha ou durante meus sete anos na presidência da
FIEMG discutir com os empresários do setor como melhorar o transporte ou ver
uma planilha para dar ou não apoio a suas reinvidicacoes.
Não vi nenhum
pronunciamento das chamadas lideranças empresarias. O movimento ou movimentos
tem profundas consequências econômicas.Nao so pelos prejuízos provocados pela
fúria, mas pelas consequencias financeiras e econômicas no sentido tanto amplo
como restrito. Enquanto seus gerentes, operários protestam, os acionistas e
dirigentes das empresas acham o que? Sera que estão conscientes de
mudança frontal que esta acontecendo?
E mais: as acusações
de corrupção estão dirigidas só ao governo, aos políticos ou também ao
empresariado, parceiro inalienável da situação que se coloca perante a nação
pela a maioria não mais silenciosa?
No Brasil temos uma parcela preponderante do
empresariado pertencente a classe de lumpenempresariat,pequenos,nano
empresários, informais, vivendo de isenções e favores de pequena corrupção
como a ex chacrete vendendo cachorro quente na mais nova novela da Globo.Eles
estão agora que tem Ministro de pequena empresa alinhados com o
governo?Provavelmente o novo Ministro faz para eles a parte do pacote de
protesto na rua.A mobilidade social desta classe social e quase nula.
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O EXPORTAR E PRECISO
Do exportar é preciso
O crescente déficit comercial brasileiro, ou seja gastamos mais dólares do que recebemos, não pode ser debitado só ao governo e suas ações. O câmbio, que era desfavorável, tornou-se, com as últimas desvalorizações, quase atrativo para
exportar e pouco atrativo para importar. Em curso estão uma série de ações que levam a melhorar as condições das empresas para
exportar. Mesmo assim, estamos ainda longe de aumentar a nossa competitividade
para que sejamos um ator realmente importante no comércio internacional, do qual participamos com menos de dois
porcento. A nova lei dos portos, a aceleração dos projetos de
infra-estrutura e melhores condições financeiras para crédito no exterior já ajudam bastante.
No Brasil também temos uma agência promotora de exportações, cujo orçamento bilionário deve promover em muito as exportações. Além disso, existem agências estaduais, como a de Minas, e programas de entidades de
classe, que teoricamente ajudam as empresas a exportar. Ou seja, não faltam programas e recursos. E temos o Itamaraty, com a sua rede
de missões diplomáticas altamente qualificadas e com parcos recursos para prestar um
serviço ainda mais eficiente.
E por que então temos alta concentração de exportações em produtos agrícolas, minerais e empresas
estrangeiras que com muitos incentivos exportam produtos manufaturados? Temos
também campeões nacionais como
Havaianas, Marco Polo, Random, Germana, WEG, Natura e mais alguns. Mas o fato é que a maioria das empresas não esta orientada para o mercado
externo. Ganham muito dinheiro no mercado relativamente protegido e não têm visão a longo prazo. Não há nenhuma chance de o Brasil crescer se não ampliar de um lado a pauta de exportações e de outro lado os mercados.
Quem exporta é a empresa e não o governo. E por que mais
empresas não exportam? Porque, além da visão de curto prazo,
promove-se mais o Brasil comprador do que o Brasil vendedor. Agora mesmo, na
Copa das Confederações, vêm mais de mil empresários de 70 países com tudo pago pelo contribuinte brasileiro conhecer as
empresas exportadoras. Em resumo, vêm passear, o que não é ruim, mas mais e muito
mais importante seria dar total assistência às empresas para que estejam preparadas para exportar. Desde a
concepção do produto, embalagem,
qualidade até mercado. Participamos de
muitas feiras, mas devemos levar ainda mais empresários para os mercados. Quando o empresário enxergar o mercado e sentir o negócio, ele vai exportar. E também precisamos de mais Banco
do Brasil. Na África, onde há muitas empresas, não há agências.
Stefan B. Salej
11.6.2013.
A REUNIAO DE G 8 PRODUZIU O QUE MESMO????
Dos oito poderosos
Na Irlanda do Norte, parte
do Reino Unido, onde até recentemente havia guerra
civil, sangrenta e suja ( é lá que as forças de segurança britânicas aplicavam todos os
tipos de tortura que depois ensinavam aos torturadores brasileiros durante a
ditadura militar ), reuniram-se lideres do G 8, grupo dos chamados países mais industrializados do mundo. Reino Unido, Estados Unidos,
Alemanha, França, Rússia, Itália, Canadá e Japão. E de favor estavam lá os Presidentes do Conselho e da Comissão Européia. E faltaram os demais
membros do mundo como China, Brasil e África do Sul, Indonésia, Austrália, e outros, que fazem
parte do chamado G 20. E sob uma segurança perfeita, que custou aos
contribuintes britânicos mais de 100 milhões de reais por dois dias de reuniões, não se ouvia nem de longe a voz da sociedade civil, que em outras
ocasiões sempre esteve presente e
protestando.
Os poderosos do mundo,
entre os quais constam alguns que se encontram em profunda crise, para não dizer a maioria deles, continuam dando as cartas na mesa do pôquer da política mundial. Podem estar em dificuldades, mas sabem como se
ajudar uns aos outros e, como a política tem tudo a ver com a
matemática, onde ganham uns,
perdem outros. Assim, o tema central foi a evasão fiscal das empresas
desses países. Segundo dados da ONG
OXFAM, esses países mantém 15 paraísos fiscais. Portanto, o
dinheiro escondido ou fugido do fisco está basicamente nesses países, aos quais adicionamos ainda membros da União Européia, em especial o Luxemburgo,
e também a Suíça e Singapura.
Bem, a decisão mais hipócrita do grupo é que agora vão combater essa sonegação, fazer um código internacional e as empresas terão que pagar mais impostos.
Portanto, mais dinheiro em caixa dos governos, e os custos dos produtos e serviços certamente vão aumentar. Mas
acreditando-se que isso possa dar certo,devemos lembrar que há vinte anos que estão tentando implementar um
sistema internacional de contabilidade e não conseguiram.
Outro assunto foi como
terminar a guerra civil na Síria. Mais de cem mil mortos
e dois milhões de refugiados é uma soma vergonhosa para o nosso mundo. Mas, ai também não chegaram a uma conclusão. A recente decisão dos Estados Unidos, de um
lado, e da Rússia, de outro, de
continuar a enviar armas para os dois lados beligerantes, mostra que, enquanto
estiverem conversando numa sala e na outra negociando o fornecimento de armas,
o conflito nem de longe é um conflito sírio, mas uma briga de potências.
Ainda sobrou espaço para avisar que Estados Unidos e a União Européia iniciarão conversações de um acordo comercial.
Do tipo da ALCA para as Américas, que morreu após a reunião em Belo Horizonte.
Stefan Salej
17.6.2013.
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