Do ano
2030
O mundo não acabou como previa o calendário
Maia e as previsões para o próximo ano, com bons votos, estão
se espalhando. Mas, como será este nosso mundinho daqui a
20 anos, no ano 2030? O Conselho de Inteligência
dos Estados Unidos fez as suas previsões e vale a pena ver as suas
previsões. Claro que é a visão norte-americana.
A boa notícia é que não vêem no horizonte uma nova
guerra mundial, mas também não o fim do terrorismo islâmico
ou um mundo tão democrático quanto desejável. Os conflitos regionais vão continuar e o modo de guerrear vai mudar muito, com aviões não pilotados e ataques cibernéticos. E com o crescimento da população mundial dos atuais 7,1 bilhões
de habitantes para 8,3 bilhões em 2030, dos quais 80% nas
cidades, surgem problemas de água, alimentos e energia. As
explosões magnéticas, que afetam todo o sistema de comunicações, como os via satélites, passam a ser mais freqüentes.
O mundo não será mais dominado por uma potência hegemônica. Será multipolar e haverá uma cooperação cada vez maior entre os Estados Unidos e a China. A Ásia vai ultrapassar em poder econômico tanto os Estados Unidos como a Europa e os atores
emergentes, como a Indonésia, Brasil, Colômbia, África do Sul, entre outros,
terão um papel importante na gestão mundial.
Todo esse
crescimento populacional, com, por um lado, a urbanização e, por outro, a falta de água
e alimentos, agravado por populações jovens aumentando onde não
há água nem comida, pode gerar novos conflitos. E na área da saúde podem aparecer vírus mortais ainda não identificados, com
possibilidade de dizimar grande parcela de populações.
Como fica
o Brasil nesse retrato futurista? Mencionado várias
vezes no estudo como ator multipolar importante, está situado em um continente onde não se prevêem grandes conflitos, mas sim
uma crescente união entre os vizinhos. O país marcha rapidamente para a urbanização, tem água, alimentos e energia.
Crescente a classe media, crescentes as necessidades de educação e de estabilização da sua democracia. Com uma
população cada vez mais velha, seu
conteúdo tecnológico para os próximos anos parece praticamente
inexistente. Sua política externa será cada vez mais ligada aos focos de crescimento na Ásia e América do Sul, o que pode lhe
garantir, como produtor de alimentos, razoável crescimento.
O Brasil
deverá seguir sem medo do futuro,
pelos cenários norte-americanos. Mas,
sem otimismo exagerado, na base do Deus é brasileiro. Terá que criar seus próprios cenários e não ficar só à mercê de cenários ainda hoje feitos por países hegemônicos.
Stefan B.
Salej