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Saturday, 6 October 2012

Somos todos estrangeiros em Minas

ou talvez melhor, todos os mineiros são estrangeiros no Brasil. A declaração de  Senador Aecio Neves a respeito da Presidente da Republica e declarações que é estrangeira na terra que nasceu e estudou, são mais do que desrespeitosas com uma adversaria politica. Então os mineiros como Ivo Pitanguy, Milton Nascimento, Carlos Drumond de Andrade, Ziraldo e tantos outros, deixaram de serem mineiros só porque saíram das alterosas? De um candidato declarado a Presidência da Republica não se espera uma declaração tão racista. Pela minha convivência com ele sempre acreditei  que tem algo mais sóbrio, inteligente e construtivo a dizer. Inclusive porque este tipo de declaração só perde prestigio fora de Minas e claro votos.

Eu não nasci em Minas onde vivi meio século. Imagina o que me espera entao. Ou o que passei e não quis ver. Simplismente porque é baixo demais para ser notado.


Thursday, 4 October 2012

DAS NACOES UNIDAS



Das  Nações Unidas

As duas notícias  se repetem todo setembro. A primeira é que um grupo privilegiado de parlamentares  brasileiros vai fazer as compras de Natal antecipadas em Nova Iorque. E as despesas de viagem, de valores astronômicos,  são pagas pelo contribuinte. E a justificativa para esse passeio maravilhoso é a participação na Assembléia Geral da ONU.

A segunda noticia é que a Assembléia é aberta tradicionalmente pelo Presidente do Brasil e no ano passado a  Presidenta Dilma foi a primeira mulher na história da Organização a abrir o evento. Os chefes de Estado e de Governo usam a tribuna da ONU, hoje presidida pelo Ministro sérvio dos Negócios Estrangeiros, para expor suas visões sobre problemas mundiais e também para agradar seu eleitorado. Neste ano, pelo menos três  temas vão dominar debates: a situação na Síria, o armamento nuclear do Irã e a crise econômica, principalmente na Europa. Um quarto tema recorrente é a situação na Palestina.

Nos dois primeiros temas, Síria e Irã, a ONU mostra toda sua incapacidade de agir. Massacre sem fim, incentivado pela introdução da chamada democracia ocidental, que no fundo esconde os interesses  econômicos  ocidentais, e vetos da Rússia e da China contra qualquer solução pacifica, representam uma vergonha para o mundo de hoje. Morrem inocentes e mais inocentes e a organização que foi criada para resolver ou até evitar estes conflitos, não consegue evitar uma morte sequer.

A construção de bomba atômica iraniana, com fim específico de destruir Israel aos olhos nus da humanidade e da própria ONU, é outro atestado de  incompetência e impotência da ONU. O mundo espera, como aconteceu na véspera da Segunda Guerra Mundial, que exploda o conflito, e depois limpa o sangue. O problema da construção de bomba atômica iraniana, não é só Israel, mas a mudança de equilíbrio mundial através de uma arma terrível.

A questão palestina é de difícil solução, mas será ainda mais difícil de ser solucionada sob a égide da crise no mundo árabe ou o vendaval imprevisível da primavera árabe e a ameaça iraniana. E  crise européia? Tem que ser solucionada, mesmo alguns perdendo muitos anéis. No fundo, é uma disputa dentro do sistema capitalista entre o setor financeiro incontrolável e a sociedade. E ainda fica a pergunta, para que serve ONU, além da desculpa de nossos parlamentares para fazer compras em Nova Iorque?

Há muitos trabalhos positivos das agências especializadas  como a UNESCO, UNICEF, de refugiados, de direitos humanos e outros. Mas é fundamental para o futuro do mundo que a ONU se reforme, e em especial seu Conselho de Segurança. Sem reforma, a organização perde seu valor básico, que é promover a paz e o desenvolvimento.

Stefan B. Salej

25.9.2012.

DO HUGO A CAPRILES-ELEICOES NA VENEZUELA



Do Hugo e Capriles  

Hoje haverá outra eleição disputada, além das municipais no Brasil. Na Venezuela, o atual Presidente Hugo Chaves, lutando pela terceira ré-eleição, enfrenta o jovem Capriles Radonski, candidato oposicionista. O mundo inteiro vai estar de olho nessa eleição, já que a Venezuela, com seus quase 30 milhões de habitantes, e sendo a décima riqueza em petróleo no mundo, ganhou sob, a presidência do Chavez, um destaque peculiar.

Chavez assumiu o governo pelas urnas após uma tentativa frustrada de golpe. E permaneceu no governo apesar de inúmeras tentativas de o retirarem de lá. Como ele mesmo disse numa conversa particular, ficou porque se convenceu de que a democracia é a melhor forma de se governar. E por isso foi difícil de tirá-lo, apesar do enorme esforço dos Estados Unidos, que financiaram até camisetas dos opositores, na palavra de um diplomata norte-americano. Imagine o que mais fizeram para tirar o Chavez da Presidência, como se não  bastasse ele estar com  câncer.



Independentemente de visão externa da gestão do Chavez, ele fez algo simples para o país mais rico da América Latina em petróleo: tentou distribuir a renda. Ele criou, com base nos valores do libertador da América espanhola Bolívar, uma ideologia diferente, chamada socialismo do século 21. A guarda presidencial no Palácio Miraflores exclama para o espanto dos visitantes "Socialismo o Muerte". Ele enfrentou os Estados  Unidos, se aliou a Cuba e chacoalhou a política latino-americana. E conseguiu com sua política econômica que faltassem alimentos, nacionalizou bancos e empresas de energia e pagou a conta diferentemente de alguns outros países da região. E entrou no Mercosul.

A campanha não indica com clareza o vencedor.  O opositor Capriles, de forma inteligente, promete continuar com as conquistas sociais do Chavez e fala do modelo de Lula. Para a Venezuela, o Brasil é o modelo. Estas eleições são importantes para Brasil. Primeiro porque somos importantes parceiros econômicos. Exportamos bem, recebemos bem e temos um bom saldo comercial. E somos investidores. Há muito dinheiro brasileiro na Venezuela e quebra a desse fluxo, após o desastre econômico argentino, pode afetar e em muito a economia brasileira. Com Chavez ou com Capriles, o Brasil deve prestar muita atenção nessas eleições, porque está em jogo muito mais do que amor e ódio a uma ideologia.

Stefan B. Salej
4.10.2012.