Dos furacões
O mundo é um lugar perigoso para se viver, já diziam o nossos
ancestrais. E, se você estivesse na semana
passada morando ou trabalhando em Nova Iorque, seria ainda mais perigoso. Ou no
Haiti, onde a devastação dos furacões foi ainda maior, mas menos noticiada, porque lá não é um dos centros do mundo. Muito mais gente morreu no Haiti do que
nos Estados Unidos, mas o noticiário se concentrou, devido à importância estratégica da cidade norte-americana para o mundo, nas consequências do desastre natural naquela cidade.
Há um crescimento de desastres naturais no mundo. Tsunamis, furacões, terremotos, enchentes, invernos rigorosos, verões com temperaturas insuportáveis, incêndios florestais inclusive no
Brasil, secas, mortes, devastação sem-fim e tragédias humanas que contêm umas mais, outras nenhuma
solidariedade. Com tecnologias avançadas, vivemos uma era
de previsilibidade dos mesmos, mas não de capacidade de eliminar ou reduzir seu impacto de forma
significativa na vida humana.
Não se podem desprezar os seus aspectos econômicos. O furacão Sandy custou à economia norte americana mais de 50 bilhões de reais. As seguradoras tem que se reposicionar e as
atividades produtivas, empregos e de serviços sofrem. Mas é o drama humano e o custo de vidas que são mais importantes nessas tragédias.
A discussão sobre as origens destes desastres naturais e a participação do homem deve ser revigorada. E as mudanças climáticas, que sequer foram
discutidas pelos candidatos presidenciais norte-americanos, como ficam? As
intermináveis reuniões e discussões sem muito resultado prático e sem engajamento dos Estados Unidos, o maior poluídor do mundo, secundado pela China, tem que ter um basta e um
resultado. Se os políticos continuarem a
defender um planeta marchando para a auto-destruição e se aproveitando dos
desastres para fazer populismo barato, não temos nenhum futuro.
O nosso modo de vida em função dessa irresponsabilidade deve mudar. Primeiro nos engajando como
cidadãos e depois materialmente.
Haverá mais falta de
eletricidade, de água, menos mobilidade e
maior custo da vida. A nossa vida está sendo forçosamente modificada e não está sendo acompanhada pela arquitetura, construção, serviços de eletricidade e
transporte, entre outros. Do jeito que o mundo vai, com irresponsabilidade política dos países ricos e a incapacidade
financeira dos países em desenvolvimento para
se preparar para os desastres chamados naturais, viver será ainda mais perigoso e desagradável, mesmo que cada um de
nos procure só felicidade própria.
Stefan B. Salej
31.10.2012.