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Wednesday, 17 October 2012

DO NOBEL PARA A UNIAO EUROPEIA



Do Nobel para a União Européia

Prestigioso prêmio concedido pela Noruega pelos esforços em prol da paz mundial, teve ganhadores dos mais diversos, mas o prêmio continua sendo o de maior prestigio no mundo. Este ano foi concedido à União Européia, o conjunto de 27 países europeus, por terem suplantado suas diferenças e conseguido passar um longo período sem guerra, se excluirmos a guerra da Iugoslávia, que nesta hora esta sendo julgada através de um dos seus líderes assassinos, Karadzic, no tribunal internacional de Haia. Dos destroços da Segunda Guerra Mundial, dos campos de concentração, entre outros, na Alemanha, Polônia, Croácia, da divisão da Europa entre Leste e Oeste, nasceu uma União Européia.

O tamanho econômico e as dificuldades financeiras que vive hoje essa Europa não diminuem seu tamanho histórico e a sua grandeza. Não se pode negar que a crise vivida é grave, profunda e de difícil solução. As soluções estão surgindo lentamente e sem muito efeito. Pior, sem a credibilidade necessária para que o mundo acredite que União Européia é capaz de achar uma saída para a crise. Os milhões de desempregados na Europa, dos quais gregos e espanhóis são hoje a face mais visível, certamente não estão impressionados com o prêmio e nem convencidos de que essa organização poderosa, burocrática e insensível merece. A burocracia de Bruxelas, sede da União Européia, é o símbolo de prepotência anti-democrática e burocrática.

A pergunta é outra: e se não existisse essa tal da UE? Como estaria hoje a Europa e o mundo? Pense, imagine, reflita. Quantas guerras a mais teríamos? Quanta desgraça econômica a mais? E quanta miséria humana e fome? A União Européia substitui de certa maneira os grandes impérios guerreiros europeus por uma união de estados democráticos. E só isso já vale a pena. Os europeus pagam qualquer preço para não ter guerra.

E o que significa para o Brasil a União Européia? Essa União que mantém ainda no século 21 colônias no continente? A sua crise nos afeta em investimentos, no comércio, em fluxo  migratório. A crise européia, ou a eventual ausência da União Européia, não é  benéfica para o Brasil. É certo que a UE e o MERCOSUL não  conseguem fazer um acordo e provavelmente não o farão tão cedo. Ninguém quer perder os anéis, mas as relações políticas e econômicas continuam fluindo bem, através da parceria estratégica. Merecendo ou não o prêmio, União Européia é uma realidade geopolítica com a qual o Brasil só pode se beneficiar, principalmente se não houver guerra. Mas o processo de integração européia  ainda tem um longo caminho de consolidação à sua frente.

Stefan B.Salej
17.10.2012.         

Saturday, 6 October 2012

Somos todos estrangeiros em Minas

ou talvez melhor, todos os mineiros são estrangeiros no Brasil. A declaração de  Senador Aecio Neves a respeito da Presidente da Republica e declarações que é estrangeira na terra que nasceu e estudou, são mais do que desrespeitosas com uma adversaria politica. Então os mineiros como Ivo Pitanguy, Milton Nascimento, Carlos Drumond de Andrade, Ziraldo e tantos outros, deixaram de serem mineiros só porque saíram das alterosas? De um candidato declarado a Presidência da Republica não se espera uma declaração tão racista. Pela minha convivência com ele sempre acreditei  que tem algo mais sóbrio, inteligente e construtivo a dizer. Inclusive porque este tipo de declaração só perde prestigio fora de Minas e claro votos.

Eu não nasci em Minas onde vivi meio século. Imagina o que me espera entao. Ou o que passei e não quis ver. Simplismente porque é baixo demais para ser notado.


Thursday, 4 October 2012

DAS NACOES UNIDAS



Das  Nações Unidas

As duas notícias  se repetem todo setembro. A primeira é que um grupo privilegiado de parlamentares  brasileiros vai fazer as compras de Natal antecipadas em Nova Iorque. E as despesas de viagem, de valores astronômicos,  são pagas pelo contribuinte. E a justificativa para esse passeio maravilhoso é a participação na Assembléia Geral da ONU.

A segunda noticia é que a Assembléia é aberta tradicionalmente pelo Presidente do Brasil e no ano passado a  Presidenta Dilma foi a primeira mulher na história da Organização a abrir o evento. Os chefes de Estado e de Governo usam a tribuna da ONU, hoje presidida pelo Ministro sérvio dos Negócios Estrangeiros, para expor suas visões sobre problemas mundiais e também para agradar seu eleitorado. Neste ano, pelo menos três  temas vão dominar debates: a situação na Síria, o armamento nuclear do Irã e a crise econômica, principalmente na Europa. Um quarto tema recorrente é a situação na Palestina.

Nos dois primeiros temas, Síria e Irã, a ONU mostra toda sua incapacidade de agir. Massacre sem fim, incentivado pela introdução da chamada democracia ocidental, que no fundo esconde os interesses  econômicos  ocidentais, e vetos da Rússia e da China contra qualquer solução pacifica, representam uma vergonha para o mundo de hoje. Morrem inocentes e mais inocentes e a organização que foi criada para resolver ou até evitar estes conflitos, não consegue evitar uma morte sequer.

A construção de bomba atômica iraniana, com fim específico de destruir Israel aos olhos nus da humanidade e da própria ONU, é outro atestado de  incompetência e impotência da ONU. O mundo espera, como aconteceu na véspera da Segunda Guerra Mundial, que exploda o conflito, e depois limpa o sangue. O problema da construção de bomba atômica iraniana, não é só Israel, mas a mudança de equilíbrio mundial através de uma arma terrível.

A questão palestina é de difícil solução, mas será ainda mais difícil de ser solucionada sob a égide da crise no mundo árabe ou o vendaval imprevisível da primavera árabe e a ameaça iraniana. E  crise européia? Tem que ser solucionada, mesmo alguns perdendo muitos anéis. No fundo, é uma disputa dentro do sistema capitalista entre o setor financeiro incontrolável e a sociedade. E ainda fica a pergunta, para que serve ONU, além da desculpa de nossos parlamentares para fazer compras em Nova Iorque?

Há muitos trabalhos positivos das agências especializadas  como a UNESCO, UNICEF, de refugiados, de direitos humanos e outros. Mas é fundamental para o futuro do mundo que a ONU se reforme, e em especial seu Conselho de Segurança. Sem reforma, a organização perde seu valor básico, que é promover a paz e o desenvolvimento.

Stefan B. Salej

25.9.2012.