No
final de agosto, quase no aniversário da morte de Getúlio
Vargas, reuniram-se na Cidade de Cabo, África do Sul,
representantes de mais de 120 partidos políticos socialistas do
mundo inteiro. A organização se chama Internacional Socialista, cujo
símbolo é um punho segurando uma rosa.E cujo hino é a
belíssima canção "A
Internacional". Essa organização serviu por algumas
dezenas de anos como leme a gerações e gerações
que queriam mudar o mundo e foram perseguidas, encarceradas e excluídas.
Era a esquerda pavorosa cuja face pior era o comunismo.
Entre
os ilustres convidados recebidos pelo presidente sul-africano Jacob Zuma,estava
a ex-candidata socialista à Presidência da França,
Segolene Royal, o ex-Primeiro Ministro da Grécia Papandreou, que foi
ré-eleito Presidente, e vários ex ou atuais chefes
de governos, deputados e políticos do mundo inteiro.E, claro, uma forte representação
do PDT, chefiada pelo Presidente do partido, ex-ministro do trabalho Luppi. O
Brasil elegeu com expressiva votação um Vice-Presidente, o
deputado federal gaúcho Vieira da Cunha e ainda ganhou com Miguelina
Vecchio uma importante vice-presidência da Internacional
Socialista da mulher.
Os
temas e debates não poderiam passar à margem da atual crise
financeira. Apesar de o título do encontro ter sido "Para uma nova
internacionalização e uma nova cultura de
solidariedade", os debates sobre economia com emprego, crescimento e proteção
social dominaram as discussões. Às vezes com discurso inflamado, às
vezes com mais argumentos, mas sempre com muito discurso.O encontro produziu
quatro declarações, entre elas uma sobre os caminhos das
novas democracias e sobre a paz e o multilateralismo. Nessa declaração há clara reverência
ao conceito de reforma das Nações Unidas e apoio ao Brasil, entre outros,
para um lugar no Conselho de Segurança.
O
que o Congresso, cujo não respondeu é
qual o rumo que o socialismo vai tomar. De muita declaração,
que faria inveja aos burocratas da União Européia
pela falta de clareza dos propósitos, sobrou mesmo é a perplexidade perante
um mundo em evolução e turbulência.Há
muitos governos socialistas no poder, que também não
estão conseguindo dar respostas adequadas aos desafios de
hoje e do futuro.
Nesse
capítulo, vale a pena indagar para onde vão
os chamados socialistas brasileiros.Sem dúvida alguma, há
admiração no mundo inteiro pela condução
do Brasil por um Partido dos trabalhadores que aliás não é
filiado à Internacional socialista. Muito menos o é o PSB. Este sim teria
que ser perguntado onde estão os fundamentos socialistas e sociais nas ações
dos seus políticos.
Chamar-se socialista não é a garantia de exercer os princípios
socialistas. Sobram usurpadores do nome, e há poucos fazedores de socialismo que passa além
de nome e ação social.
Em
resumo, sobra socialista e falta socialismo no mundo.
Stefan B. Salej