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Tuesday 25 June 2013

A REUNIAO DE G 8 PRODUZIU O QUE MESMO????



Dos  oito poderosos

Na Irlanda do Norte, parte do Reino Unido, onde até recentemente havia guerra civil, sangrenta e suja ( é lá que as forças de segurança britânicas aplicavam todos os tipos de tortura que depois ensinavam aos torturadores brasileiros durante a ditadura militar ), reuniram-se lideres do G 8, grupo dos chamados países mais industrializados do mundo. Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, França, Rússia, Itália, Canadá e Japão. E de favor estavam lá os Presidentes do Conselho e da Comissão Européia. E faltaram os demais membros do mundo como China, Brasil e África do Sul, Indonésia, Austrália, e outros, que fazem parte do chamado G 20. E sob uma segurança perfeita, que custou aos contribuintes britânicos mais de 100 milhões de reais por dois dias de reuniões, não se ouvia nem de longe a voz da sociedade civil, que em outras ocasiões sempre esteve presente e protestando.

Os poderosos do mundo, entre os quais constam alguns que se encontram em profunda crise, para não dizer a maioria deles, continuam dando as cartas na mesa do pôquer da  política mundial. Podem estar em dificuldades, mas sabem como se ajudar uns aos outros e, como a política tem tudo a ver com a matemática, onde ganham uns, perdem outros. Assim, o tema central foi a evasão fiscal das empresas desses países. Segundo dados da ONG OXFAM, esses países mantém 15 paraísos fiscais. Portanto, o dinheiro escondido ou fugido do fisco está basicamente nesses países, aos quais adicionamos ainda membros da União Européia, em especial o Luxemburgo, e também a Suíça e Singapura.

Bem, a decisão  mais hipócrita do grupo é que agora vão combater essa sonegação, fazer um código internacional e as empresas terão que pagar mais impostos. Portanto, mais dinheiro em caixa dos governos, e os custos dos produtos e serviços certamente vão aumentar. Mas acreditando-se que isso possa dar certo,devemos lembrar que há vinte anos que estão tentando implementar um sistema internacional de contabilidade e não conseguiram.

Outro assunto foi como terminar a guerra civil na Síria. Mais de cem mil mortos e dois milhões de refugiados é uma soma vergonhosa para o nosso mundo. Mas, ai também não chegaram a uma conclusão. A recente decisão dos Estados Unidos, de um lado, e da Rússia, de outro, de continuar a enviar armas para os dois lados beligerantes, mostra que, enquanto estiverem conversando numa sala e na outra negociando o fornecimento de armas, o  conflito nem de longe é um conflito sírio, mas uma briga de potências.

Ainda sobrou espaço para avisar que Estados Unidos e a União Européia iniciarão conversações de um acordo comercial. Do tipo da ALCA para as Américas, que morreu após a reunião em Belo Horizonte.

Stefan Salej
17.6.2013.    

Thursday 30 May 2013

OBA, OS GRANDES DO MUNDO NAO PAGAM IMPOSTOS



Da evasão fiscal globalizada

Não fosse trágico, poderia ser ridículo. A União Européia descobriu, após três anos de profunda crise financeira com desemprego recorde, que há uma evasão fiscal totalmente legal, que soma mais de 2.5 trilhões de reais. Ou seja, países membros como a Irlanda, que ora preside o Conselho da União Européia, Chipre, Luxemburgo (que já foi dono da siderúrgicas em Minas), Áustria e mais alguns, como o Reino Unido, permitem que empresas não paguem impostos. Pior, estimulam a concorrência fiscal predatória entre os países, como é o caso dos impostos baixos cobrados na Irlanda, para onde migraram inúmeras empresas e seus caixas gordos, como é o caso da Apple americana, que tem lá depósitos superiores a cem bilhões de dólares. No caso da Áustria, que defende com unhas e dentes o sigilo bancário, seu crescimento se deve a bilhões de euros fugidos do Leste Europeu, principalmente da Rússia.

Em resumo, a Europa, à qual pertencem também o minúsculo Lichtenstein e a famosa Suíça, que virou nesta história até vestal  de transparência, viveu dias maravilhosos devido a transações financeiras legais, porém altamente prejudicais à sua estabilidade econômica e social e à sua perspectiva de desenvolvimento. As empresas nada fizeram de ilegal, só aproveitaram as oportunidades que os governos e seus políticos irresponsáveis ofereceram. E tem mais: nada disso é novidade, ou nada disso era público. Criaram-se monstros que ameaçavam todo o sistema, verdadeiras hidras financeiras, onde se cortava uma cabeça  e cresciam duas outras. E parece que, quando estouravam bancos que levavam juntos as empresas e países, foi o caso de Islândia e Grécia, nenhum político europeu colocou o dedo na ferida.

Perdão, houve sim dois que começaram a tratar do assunto: a Chanceler alemã e o Presidente da França. Os franceses começaram inclusive a questionar quanto imposto pagam as gigantes americanas como Google. Aliás, o mesmo aconteceu de forma tímida em Londres. E descobriram que pagam trocados. E agora a questão também surgiu nos Estados Unidos. O Congresso norte-americano chamou o principal executivo da Apple, que garantiu que pagam todos os impostos segundo a lei, mas os números em proporção às  vendas não pagam nem a gasolina dos seguranças do Presidente Obama.

Fala-se muito em economia informal nos países em desenvolvimento como fator de déficit  fiscal. Mas, quem paga essa conta da economia formal da evasão fiscal? Como sempre, não os mais ricos, mas os mais pobres. Sejam países, sejam pessoas. As empresas cumprem só seu papel social, pagando o que a lei que ajudaram a fazer os obriga.

Stefan B. Salej
23.5.2013.