Dos oito poderosos
Na Irlanda do Norte, parte
do Reino Unido, onde até recentemente havia guerra
civil, sangrenta e suja ( é lá que as forças de segurança britânicas aplicavam todos os
tipos de tortura que depois ensinavam aos torturadores brasileiros durante a
ditadura militar ), reuniram-se lideres do G 8, grupo dos chamados países mais industrializados do mundo. Reino Unido, Estados Unidos,
Alemanha, França, Rússia, Itália, Canadá e Japão. E de favor estavam lá os Presidentes do Conselho e da Comissão Européia. E faltaram os demais
membros do mundo como China, Brasil e África do Sul, Indonésia, Austrália, e outros, que fazem
parte do chamado G 20. E sob uma segurança perfeita, que custou aos
contribuintes britânicos mais de 100 milhões de reais por dois dias de reuniões, não se ouvia nem de longe a voz da sociedade civil, que em outras
ocasiões sempre esteve presente e
protestando.
Os poderosos do mundo,
entre os quais constam alguns que se encontram em profunda crise, para não dizer a maioria deles, continuam dando as cartas na mesa do pôquer da política mundial. Podem estar em dificuldades, mas sabem como se
ajudar uns aos outros e, como a política tem tudo a ver com a
matemática, onde ganham uns,
perdem outros. Assim, o tema central foi a evasão fiscal das empresas
desses países. Segundo dados da ONG
OXFAM, esses países mantém 15 paraísos fiscais. Portanto, o
dinheiro escondido ou fugido do fisco está basicamente nesses países, aos quais adicionamos ainda membros da União Européia, em especial o Luxemburgo,
e também a Suíça e Singapura.
Bem, a decisão mais hipócrita do grupo é que agora vão combater essa sonegação, fazer um código internacional e as empresas terão que pagar mais impostos.
Portanto, mais dinheiro em caixa dos governos, e os custos dos produtos e serviços certamente vão aumentar. Mas
acreditando-se que isso possa dar certo,devemos lembrar que há vinte anos que estão tentando implementar um
sistema internacional de contabilidade e não conseguiram.
Outro assunto foi como
terminar a guerra civil na Síria. Mais de cem mil mortos
e dois milhões de refugiados é uma soma vergonhosa para o nosso mundo. Mas, ai também não chegaram a uma conclusão. A recente decisão dos Estados Unidos, de um
lado, e da Rússia, de outro, de
continuar a enviar armas para os dois lados beligerantes, mostra que, enquanto
estiverem conversando numa sala e na outra negociando o fornecimento de armas,
o conflito nem de longe é um conflito sírio, mas uma briga de potências.
Ainda sobrou espaço para avisar que Estados Unidos e a União Européia iniciarão conversações de um acordo comercial.
Do tipo da ALCA para as Américas, que morreu após a reunião em Belo Horizonte.
Stefan Salej
17.6.2013.