DA VOLATILIDADE BRASILEIRA
A famosa frase do banqueiro e político mineiro Magalhaes Pinto, que a política é como nuvem: você olha agora, e daqui a pouco a nuvem já muda de forma, se aplica hoje também à economia. Se você não consegue identificar as formas e conteúdo da atuação política (lembre-se do que aconteceu no Congresso na segunda-feira passada, com a votação inesperada de anistia sobre caixa 2 para campanhas eleitorais), você também tem dificuldade em identificar as tendências na economia. No final de contas, a política e economia são irmãos siameses: com caras diferentes vivem no mesmo tronco, no mesmo corpo, que se chama país.
Então, como você vai convencer os investidores (e aí não há diferença entre os nacionais e estrangeiros) em investir, se não enxergam linhas mestras de mudanças políticas e, consequentemente, econômicas. Dos três poderes, legislativo, judiciário, e executivo, o legislativo nada muda até a próxima eleição. As mesmas caras, o mesmo fisiologismo, as mesmas ideias. O judiciário pesado, independente e renovado, com uma geração tecnicamente mais preparada, não consegue, sob o peso das leis que o legislativo lhe impõe, aplicar justiça com rapidez e sempre mais isenção. E o executivo, que acha que reunir um conselho de comunicação, dizendo que este é o problema central do governo, ao invés de reunir melhores as cabeças do mundo para encontrarmos juntos soluções para problemas econômicos. Em resumo, todos trabalhando pelo bem de um Brasil diferente do não coerente e nem solidário.
Toda essa situação só reduz o preço das concessões em nível federal. Alias, a política de concessões, é politica subsidiaria dos objetivos econômicos de uma gestão não só transparente mas eficaz do ponto de vista social e econômico. E isso inclui o papel do estado como gestor. As concessões baseadas nas benesses do Estado e não no capital privado tem futuro curto. Veja o caso do aeroporto de Natal. A concessionária está pedindo ressarcimento de 1 bilhão de reais (aproximadamente 300 milhões de dólares) do governo porque o negócio não saiu como planejado (ou prometido). Então, que risco o investidor privado tem?As concessionarias das estradas, que se endividam em dólares, querem a proteção com a volatilidade cambial! Eu também quero, porque a diferença quem paga é o contribuinte.
A grande questão até as próximas eleições é se vamos ter um uma política econômica que mantenha um rumo no crescimento, ou os políticos que são a nuvem que muda a cada minuto vão transferir essa volatilidade ainda mais para a economia. Esperar que a economia cresça com políticos não cumprindo seu papel de estabilidade no rumo de economia, é sonho de uma noite de verão. Palavras, palavras, gestos, sem ações correspondentes, não vão trazer capital e nem fazer ele acreditar, mesmo com toda esperança, que há um rumo. E aí, esperar até as eleições de 2018 para mudar de 2019 em diante, é jogar o país para um buraco do qual só vai sair em 2040. E olha lá!
politica internacional, visao de Europa,America Latina,Africa, economia e negocios international politics, business, Latin America-Europa-Africa
Friday 23 September 2016
Sunday 18 September 2016
DE COOPERAR NOS TEMPOS DA CRISE
DE COOPERAR NOS TEMPOS DA CRISE
Se for verdade que mineiro só é solidário no câncer, temos mais um problema de enorme grandeza e importância a resolver. Porque é nos tempos de crise, tempos de tempestades e dificuldades que a solidariedade e a cooperação são mais necessárias do que em tempos de paz e bonança. Alias, é nos tempos difíceis que o caráter das pessoas aflora e mostra seu lado mais bonito, ou mais obscuro.
E que estamos vivendo tempo difíceis, mesmo com alguns políticos nos dizendo que a tempestade está passando, não ha dúvida alguma. Só os números de desempregados, que hoje correspondem oficialmente a 12 milhões de pessoas ( o úmero equivalente dos desempregados na grande crise dos Estados Unidos na década de 20), já assusta. E quem assiste essas famílias? Quais são os programas, por exemplo de entidades sócias do empresariado, como o SESI, para o qual eles contribuíram enquanto estavam empregados? O mais visível pode ser o trabalho dos clubes de serviços como o Rotary e o Lions, muito ativos especialmente, no interior do Estado.
Além da área social de solidariedade, onde as diversas religiões também têm seu papel importante, temos a cooperação entre as empresas e entidades econômicas como um dos elementos mais importantes para atravessarmos a crise. Na área de entidade de classe, onde os objetivos de bem estar empresarial unem todos, os projetos comuns para dialogar com governos e políticos são mais do que necessários. Torna-se fundamental inclusive a percepção de interdependência de setores econômicos e sua integração para conseguir melhores resultados. Por exemplo, a indústria de máquinas agrícolas só vai bem se a agricultura for bem. E se a agricultura for bem, o comercio vai melhor. Simples.
No nível de empresas , no mundo de hoje não há mais espaço para isolamento e o tamanho também conta. As empresas que ontem eram concorrentes hoje devem trabalhar juntas para enfrentar os concorrentes maiores, mais capitalizados e mais competitivos. Tem que dialogar, achar meios de cooperar para sobreviver e crescer. Assim podem ser também reativadas cooperativas ou consórcios de compras, o que reduz o custo de compra, estoque, e preços. Podem ser formados consórcios de vendas, em especial para exportação. Há muitos anos atrás, o setor elétrico do estado formou um consórcio, com ajuda do então CEAG, de exportação, que alavancou vendas no exterior cujos resultados são vistos até hoje.
Até na hora da dispensa de funcionários podem se fazer ofertas simples, como o funcionário que você dispensa pode ser muito necessário no seu vizinho.
É preciso pensar e agir de forma solidária, com resultados concretos, para que no vendaval que estamos passando as empresas se fortaleçam e não desapareçam.
Se for verdade que mineiro só é solidário no câncer, temos mais um problema de enorme grandeza e importância a resolver. Porque é nos tempos de crise, tempos de tempestades e dificuldades que a solidariedade e a cooperação são mais necessárias do que em tempos de paz e bonança. Alias, é nos tempos difíceis que o caráter das pessoas aflora e mostra seu lado mais bonito, ou mais obscuro.
E que estamos vivendo tempo difíceis, mesmo com alguns políticos nos dizendo que a tempestade está passando, não ha dúvida alguma. Só os números de desempregados, que hoje correspondem oficialmente a 12 milhões de pessoas ( o úmero equivalente dos desempregados na grande crise dos Estados Unidos na década de 20), já assusta. E quem assiste essas famílias? Quais são os programas, por exemplo de entidades sócias do empresariado, como o SESI, para o qual eles contribuíram enquanto estavam empregados? O mais visível pode ser o trabalho dos clubes de serviços como o Rotary e o Lions, muito ativos especialmente, no interior do Estado.
Além da área social de solidariedade, onde as diversas religiões também têm seu papel importante, temos a cooperação entre as empresas e entidades econômicas como um dos elementos mais importantes para atravessarmos a crise. Na área de entidade de classe, onde os objetivos de bem estar empresarial unem todos, os projetos comuns para dialogar com governos e políticos são mais do que necessários. Torna-se fundamental inclusive a percepção de interdependência de setores econômicos e sua integração para conseguir melhores resultados. Por exemplo, a indústria de máquinas agrícolas só vai bem se a agricultura for bem. E se a agricultura for bem, o comercio vai melhor. Simples.
No nível de empresas , no mundo de hoje não há mais espaço para isolamento e o tamanho também conta. As empresas que ontem eram concorrentes hoje devem trabalhar juntas para enfrentar os concorrentes maiores, mais capitalizados e mais competitivos. Tem que dialogar, achar meios de cooperar para sobreviver e crescer. Assim podem ser também reativadas cooperativas ou consórcios de compras, o que reduz o custo de compra, estoque, e preços. Podem ser formados consórcios de vendas, em especial para exportação. Há muitos anos atrás, o setor elétrico do estado formou um consórcio, com ajuda do então CEAG, de exportação, que alavancou vendas no exterior cujos resultados são vistos até hoje.
Até na hora da dispensa de funcionários podem se fazer ofertas simples, como o funcionário que você dispensa pode ser muito necessário no seu vizinho.
É preciso pensar e agir de forma solidária, com resultados concretos, para que no vendaval que estamos passando as empresas se fortaleçam e não desapareçam.
Friday 16 September 2016
DAS NAÇÕES UNIDAS
DAS NAÇÕES UNIDAS
A temporada nova-iorquina da política brasileira começou. Após a viagem à China e à participação na reunião dos chefes de estados e de governos do grupo denominado G 20, o Presidente Temer e seu entourage vão a Nova Iorque para a 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas. E por tradição é o representante brasileiro que abre a sessão que reúne 194 estados deste planeta. O número é menor do que o que compõe, por exemplo, a FIFA ou o Comitê Olímpico Internacional. Na FIFA são membros, entre outros, o País de Gales, que nas Nações Unidas é representado pelo Reino Unido. Mas, isso são detalhes da política internacional, composta por um quebra-cabeça bem complexo e difícil de compreender.
O mundo de hoje, e que estará presente na ONU, continua com seus conflitos mal-resolvidos e com perspectivas bem sombrias. A situação no Haiti, a guerra no Afeganistão, o Oriente Médio, tráfego de pessoas, narcotráfico, refugiados como nunca o mundo viu, terrorismo, crescimento de riqueza de alguns e pouca diminuição da pobreza no mundo, crise financeira, crescimento do poder nuclear, conflito armado na Ucrânia e mais e mais. Não falta problema sem solução e problemas que são globais e afetam todos os países.
As Nações Unidas precisam de reforma do seu sistema e os cinco grandes, com direito a veto, que compõem o Conselho de Segurança, não querem. E sem reforma que permita que o poder seja dividido e não concentrado em cinco países (Rússia, China, França, Estados Unidos e Grã Bretanha), não haverá soluções e nem democratização do poder global.
O que Brasil vai falar, já que sua luta pela reforma, junto com a Índia, Alemanha, Japão, entre outros, não deu resultado, sobre o mundo. Sobre os refugiados, vamos dizer que os recebemos de braços abertos, que somos uma nação de imigrantes e depois damos visto a alguns milhares dos milhões dos refugiados sírios. Ou o discurso do Presidente Temer será para explicar que não houve golpe, com os parlamentares fazendo compras de Natal na Quinta Avenida? A melhor explicação para provar que não houve golpe será um discurso de um país que entende seu papel como potência que é neste mundo. Dando a sua contribuição na solução dos problemas mundiais, como há tempos foi o caso do Haiti.
Além do discurso de Obama, último do seu mandato, haverá conversações sobre o futuro Secretário-Geral da ONU, que deve ser eleito até o final do ano. Além da agenda da própria ONU, haverá seminários sobre investimentos, com vários ministros presentes e inúmeros contatos bilaterais. Sem dúvida, não vai sobrar tempo para compra de sapato novo. Inclusive porque teremos que dizer quando vamos pagar as contas atrasadas junto aos organismos internacionais, o que nos tira em muito o direito de liderar
A temporada nova-iorquina da política brasileira começou. Após a viagem à China e à participação na reunião dos chefes de estados e de governos do grupo denominado G 20, o Presidente Temer e seu entourage vão a Nova Iorque para a 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas. E por tradição é o representante brasileiro que abre a sessão que reúne 194 estados deste planeta. O número é menor do que o que compõe, por exemplo, a FIFA ou o Comitê Olímpico Internacional. Na FIFA são membros, entre outros, o País de Gales, que nas Nações Unidas é representado pelo Reino Unido. Mas, isso são detalhes da política internacional, composta por um quebra-cabeça bem complexo e difícil de compreender.
O mundo de hoje, e que estará presente na ONU, continua com seus conflitos mal-resolvidos e com perspectivas bem sombrias. A situação no Haiti, a guerra no Afeganistão, o Oriente Médio, tráfego de pessoas, narcotráfico, refugiados como nunca o mundo viu, terrorismo, crescimento de riqueza de alguns e pouca diminuição da pobreza no mundo, crise financeira, crescimento do poder nuclear, conflito armado na Ucrânia e mais e mais. Não falta problema sem solução e problemas que são globais e afetam todos os países.
As Nações Unidas precisam de reforma do seu sistema e os cinco grandes, com direito a veto, que compõem o Conselho de Segurança, não querem. E sem reforma que permita que o poder seja dividido e não concentrado em cinco países (Rússia, China, França, Estados Unidos e Grã Bretanha), não haverá soluções e nem democratização do poder global.
O que Brasil vai falar, já que sua luta pela reforma, junto com a Índia, Alemanha, Japão, entre outros, não deu resultado, sobre o mundo. Sobre os refugiados, vamos dizer que os recebemos de braços abertos, que somos uma nação de imigrantes e depois damos visto a alguns milhares dos milhões dos refugiados sírios. Ou o discurso do Presidente Temer será para explicar que não houve golpe, com os parlamentares fazendo compras de Natal na Quinta Avenida? A melhor explicação para provar que não houve golpe será um discurso de um país que entende seu papel como potência que é neste mundo. Dando a sua contribuição na solução dos problemas mundiais, como há tempos foi o caso do Haiti.
Além do discurso de Obama, último do seu mandato, haverá conversações sobre o futuro Secretário-Geral da ONU, que deve ser eleito até o final do ano. Além da agenda da própria ONU, haverá seminários sobre investimentos, com vários ministros presentes e inúmeros contatos bilaterais. Sem dúvida, não vai sobrar tempo para compra de sapato novo. Inclusive porque teremos que dizer quando vamos pagar as contas atrasadas junto aos organismos internacionais, o que nos tira em muito o direito de liderar
Sunday 11 September 2016
DAS REFORMA TRABALHISTA
DA REFORMA TRABALHISTA
Em um ambiente onde pelo menos o empresariado está convencido de que é preciso fazer com urgência a reforma das leis trabalhistas, as declarações do eminente presidente da entidade maior da indústria, CNI, Robson, de que precisamos trabalhar 80 horas semanais e do ilustre desconhecido ministro do trabalho, de que a jornada diária pode ser de 12horas, atrapalham qualquer negociação. Ambas as declarações, desastrosas, inconsequentes e sem fundamento, foram desmentidas em seguida a forte reação pública. Mas, pasta de dente, uma vez saída de tubo, não volta mais. Assim, desmentidas ou não, pela teoria do Freud, houve a intenção inconsciente, que veio à superfície se expressar, de que no fundo as pessoas pensam assim mesmo. O estrago está feito.
Com o país tendo mais de12 milhões de desempregados, e sem perspectiva de a economia crescer (o que não quer dizer que crescimento provoque aumento automático de emprego), temos um problema mais do que sério nessa área. Acreditar que a mudança de legislação, hoje realmente inadequada para o país ser justo e desenvolvido, por si só resolve todas as mazelas de competitvidade das empresas e de desigualdade social, é pura enganação! Todas pessoas de boa fé sabem que há mais razões para atingir esses dois requisitos para o Brasil se tornar um gigante nos campos econômico e social.
Na macro-esfera, falta não um projeto do empresariado, mas uma liderança que seja capaz de primeiro reunir todo o empresariado em um projeto só, e não só um segmento empresarial como a indústria, e no segundo momento, capacidade de diálogo. De negociação com os russos, como disse o genial Garrincha ao técnico Feola na Copa do Chile, antes do jogo da ainda seleção canarinha contra a então poderosa União Soviética.
Se o empresariado não tem um projeto único que convença os líderes dos trabalhadores (e não esqueçamos que o partido dos trabalhadores esteve no poder 13 anos e tem forte representação no Congresso), não tem projeto! Nenhum político vai votar um projeto que esteja contra a absoluta maioria dos seus eleitores, que não são empresários, mas trabalhadores, muitos hoje desempregados, com esperança de serem empregados amanhã.
Mas, as reformas não estão só no nível da CLT. Na verdade, o diálogo entre os envolvidos pode começar entre os sindicatos. Não precisa dialogar só sobre a convenção coletiva, mas sobre como melhorar as relações de trabalho.Ter projetos comuns e incluir a justiça do trabalho. E talvez até políticos.
Fugindo a esse dialogo, e com entidades sindicais mais preocupadas em manter o status quo dos seus dirigentes do que com o bem estar dos seus associados, corremos a curto prazo um perigo de desordem social através de protestos, manifestações e greves, que só vai aprofundar a crise econômica. Aliás, na hora da negociação, em boca fechada mosca não entra. E a hora é de negociar, negociar, negociar..... Tem líder empresarial para isso? Não sei, talvez seja hora de surgir!
Em um ambiente onde pelo menos o empresariado está convencido de que é preciso fazer com urgência a reforma das leis trabalhistas, as declarações do eminente presidente da entidade maior da indústria, CNI, Robson, de que precisamos trabalhar 80 horas semanais e do ilustre desconhecido ministro do trabalho, de que a jornada diária pode ser de 12horas, atrapalham qualquer negociação. Ambas as declarações, desastrosas, inconsequentes e sem fundamento, foram desmentidas em seguida a forte reação pública. Mas, pasta de dente, uma vez saída de tubo, não volta mais. Assim, desmentidas ou não, pela teoria do Freud, houve a intenção inconsciente, que veio à superfície se expressar, de que no fundo as pessoas pensam assim mesmo. O estrago está feito.
Com o país tendo mais de12 milhões de desempregados, e sem perspectiva de a economia crescer (o que não quer dizer que crescimento provoque aumento automático de emprego), temos um problema mais do que sério nessa área. Acreditar que a mudança de legislação, hoje realmente inadequada para o país ser justo e desenvolvido, por si só resolve todas as mazelas de competitvidade das empresas e de desigualdade social, é pura enganação! Todas pessoas de boa fé sabem que há mais razões para atingir esses dois requisitos para o Brasil se tornar um gigante nos campos econômico e social.
Na macro-esfera, falta não um projeto do empresariado, mas uma liderança que seja capaz de primeiro reunir todo o empresariado em um projeto só, e não só um segmento empresarial como a indústria, e no segundo momento, capacidade de diálogo. De negociação com os russos, como disse o genial Garrincha ao técnico Feola na Copa do Chile, antes do jogo da ainda seleção canarinha contra a então poderosa União Soviética.
Se o empresariado não tem um projeto único que convença os líderes dos trabalhadores (e não esqueçamos que o partido dos trabalhadores esteve no poder 13 anos e tem forte representação no Congresso), não tem projeto! Nenhum político vai votar um projeto que esteja contra a absoluta maioria dos seus eleitores, que não são empresários, mas trabalhadores, muitos hoje desempregados, com esperança de serem empregados amanhã.
Mas, as reformas não estão só no nível da CLT. Na verdade, o diálogo entre os envolvidos pode começar entre os sindicatos. Não precisa dialogar só sobre a convenção coletiva, mas sobre como melhorar as relações de trabalho.Ter projetos comuns e incluir a justiça do trabalho. E talvez até políticos.
Fugindo a esse dialogo, e com entidades sindicais mais preocupadas em manter o status quo dos seus dirigentes do que com o bem estar dos seus associados, corremos a curto prazo um perigo de desordem social através de protestos, manifestações e greves, que só vai aprofundar a crise econômica. Aliás, na hora da negociação, em boca fechada mosca não entra. E a hora é de negociar, negociar, negociar..... Tem líder empresarial para isso? Não sei, talvez seja hora de surgir!
Friday 9 September 2016
DOS ”NARCOS”
DOS ”NARCOS”
Assistir à segunda temporada da série Narcos no Netflix, com Wagner Moura no papel do narcotraficante colombiano Pablo Escobar, nos dias de hoje, é assistir na verdade ao History Channel. Na nossa frente está se desenrolando um quase documentário cujo final, com a morte do bandido mais rico do século passado (ultrapassando todos os gângsters americanos, japoneses, gangs chinesas e mais ) e o sétimo ricaço do planeta na época, a terminar aparentemente nos próximos dias. Ou precisamente dia 2 de outubro, quando haverá na Colômbia um plebiscito confirmando o acordo de paz entre o grupo narco guerrilheiro pseudo marxista FARC e o governo colombiano, liderado pelo Presidente Santos.
Se as cenas de violência apresentadas na serie Narcos chocam, o que aconteceu antes e depois da morte do Escobar e ainda não foi apresentado nas telas, choca muito mais. Violência gera violência. Escobar era o Robin Hood dos pobres e dominava a cidade de Medellín (a mesma onde a mineira Nansen tinha fábrica de medidores elétricos na época e hoje a Algar de Uberlândia tem uma empresa bem sucedida). Pobres o adoravam, os ricos participavam e a violência era a regra do jogo. o dinheiro jorrava, Escobar dominava 80 % do mercado mundial da coca. Usava tecnologia, bancos prosperavam e com o negócio criavam-se carteis como o de Cali e vários outros grupos que fizeram da Colômbia um país de narcotráfico .
Prosperou também a guerrilha marxista, FARC, e prosperaram os grupo como Los Pepes, formado por três irmãos cujos pais foram assinados pela Farc, como contra peso às ações guerrilheiras. E aí veio a ajuda dos Estados Unidos, que para conter de um lado o narcotráfico e de outro a expansão de guerrilha marxista, despejaram 9 bilhões de dólares na Colômbia. E criaram-se grupo de Esquadrões da morte. Em resumo, um caos onde assassinatos, sequestros, mutilações, roubos, coca e cocaína faziam parte de uma guerra que destruía a vida e o pais. É verdadeiro milagre do povo colombiano ter resistido aos 51 anos dessa sangria.
Acabou? Não. Ainda vai demorar para que o país se normalize totalmente, mas já é um país diferente. Com futuro.
Nos temos que olhar isso como a lição. Será que parte dessa história não esta acontecendo aqui e nem percebemos? Será que não temos uns pablitos que aprenderam a lição colombiana e estão agindo de forma mais inteligente, infiltrando-se no tecido político e social? Ou ignoramos, já que isso não faz parte do debate politico no Brasil, e estamos virando avestruzes sociais? Entre tantos males que nos assolam, será que ignoramos este? Veja e reveja Narcos e pense, pense....
Assistir à segunda temporada da série Narcos no Netflix, com Wagner Moura no papel do narcotraficante colombiano Pablo Escobar, nos dias de hoje, é assistir na verdade ao History Channel. Na nossa frente está se desenrolando um quase documentário cujo final, com a morte do bandido mais rico do século passado (ultrapassando todos os gângsters americanos, japoneses, gangs chinesas e mais ) e o sétimo ricaço do planeta na época, a terminar aparentemente nos próximos dias. Ou precisamente dia 2 de outubro, quando haverá na Colômbia um plebiscito confirmando o acordo de paz entre o grupo narco guerrilheiro pseudo marxista FARC e o governo colombiano, liderado pelo Presidente Santos.
Se as cenas de violência apresentadas na serie Narcos chocam, o que aconteceu antes e depois da morte do Escobar e ainda não foi apresentado nas telas, choca muito mais. Violência gera violência. Escobar era o Robin Hood dos pobres e dominava a cidade de Medellín (a mesma onde a mineira Nansen tinha fábrica de medidores elétricos na época e hoje a Algar de Uberlândia tem uma empresa bem sucedida). Pobres o adoravam, os ricos participavam e a violência era a regra do jogo. o dinheiro jorrava, Escobar dominava 80 % do mercado mundial da coca. Usava tecnologia, bancos prosperavam e com o negócio criavam-se carteis como o de Cali e vários outros grupos que fizeram da Colômbia um país de narcotráfico .
Prosperou também a guerrilha marxista, FARC, e prosperaram os grupo como Los Pepes, formado por três irmãos cujos pais foram assinados pela Farc, como contra peso às ações guerrilheiras. E aí veio a ajuda dos Estados Unidos, que para conter de um lado o narcotráfico e de outro a expansão de guerrilha marxista, despejaram 9 bilhões de dólares na Colômbia. E criaram-se grupo de Esquadrões da morte. Em resumo, um caos onde assassinatos, sequestros, mutilações, roubos, coca e cocaína faziam parte de uma guerra que destruía a vida e o pais. É verdadeiro milagre do povo colombiano ter resistido aos 51 anos dessa sangria.
Acabou? Não. Ainda vai demorar para que o país se normalize totalmente, mas já é um país diferente. Com futuro.
Nos temos que olhar isso como a lição. Será que parte dessa história não esta acontecendo aqui e nem percebemos? Será que não temos uns pablitos que aprenderam a lição colombiana e estão agindo de forma mais inteligente, infiltrando-se no tecido político e social? Ou ignoramos, já que isso não faz parte do debate politico no Brasil, e estamos virando avestruzes sociais? Entre tantos males que nos assolam, será que ignoramos este? Veja e reveja Narcos e pense, pense....
Sunday 4 September 2016
DAS ESPERANÇAS, EXPECTATIVAS E REALIDADES
DAS ESPERANÇAS, EXPECTATIVAS E REALIDADES
A vida empresarial é reality show. E nele há sonhos, esperanças e expectativas. Sem isso, as empresas não funcionam. Mas, tudo isso tem uma boa dose de realidade transformada em planos de negócios, canvas, estratégias e táticas. Evolui em um equilíbrio dançante, que permite mover montanhas, alcançar sonhos e conviver com, senão enfrentar, realidades.
O fato é que essa agonia política que vivemos durante quase nove meses, e que aparentemente terminou na semana passada com a declaração pelo Senado do impedimento da Sra. Presidente da República no cargo (não vamos falar do fatiamento da resolução que lhe permite com mão na cintura e com votos dos ex-presidentes das entidades empresariais maiores, CNA e CNI, continuar na vida política), criou expectativa geral de que terminou uma fase e essa página está virada.
Ledo engano. Primeiro: em cem dias do governo provisório, não conseguiram levantar as falcatruas (o processo de Lava Jato é ponta de um iceberg da corrupção que domina a política e os negócios no país), segundo, nem, parafraseando o dito popular, o tamanho do buraco das contas públicas. E terceiro, last but not least, nem os políticos nas duas casas do congresso se uniram em torno de um projeto de governo (se existe um) para podermos dizer que as esperanças que tivemos estão se transformando em realidades viáveis. Sem contarmos o rugir das ruas, ao qual ainda não se juntaram os 12 milhões de desempregados, que com suas famílias somam 30 milhões.
Então a realidade, inclusive com os juros mais altos do mundo, é dura, é feia. As reformas, se os políticos decidirem fazer, o que esta difícil de acreditar depois do que demonstraram no Senado, terão que ser muito profundas para por a casa em ordem. O dinheiro de fora não vai jorrar enquanto não forem dados sinais claros de estabilidade jurídica e política. A não ser o dos especuladores no câmbio e na bolsa de valores.
Se o PIB crescer ou não, pouco pode afetar seu negócio. Olhe bem o seu mercado, vá para o clássico controle de caixa, atenção ao cliente, procure inovar (mesmo imitando ) e ache novos clientes. Como o Helder, do Forno de Minas, que abriu escritório em Miami para conquistar o mercado dos Estados Unidos. A Localiza, que agora aluga carro para os motoristas da Uber. Supernosso, que coloca mini tablets nos carinhos de compra. Queijo de Canastra, conquistando o mundo. Cachaça Germana, na África do Sul e mais 30 países. E mais e mais bons exemplos.
Tem que ter esperança, mais, tem que se adaptar à realidade e nela encontrar as soluções, porque Brasil continua um mercado de 200 milhões de pessoas que querem progredir e avançar.
A vida empresarial é reality show. E nele há sonhos, esperanças e expectativas. Sem isso, as empresas não funcionam. Mas, tudo isso tem uma boa dose de realidade transformada em planos de negócios, canvas, estratégias e táticas. Evolui em um equilíbrio dançante, que permite mover montanhas, alcançar sonhos e conviver com, senão enfrentar, realidades.
O fato é que essa agonia política que vivemos durante quase nove meses, e que aparentemente terminou na semana passada com a declaração pelo Senado do impedimento da Sra. Presidente da República no cargo (não vamos falar do fatiamento da resolução que lhe permite com mão na cintura e com votos dos ex-presidentes das entidades empresariais maiores, CNA e CNI, continuar na vida política), criou expectativa geral de que terminou uma fase e essa página está virada.
Ledo engano. Primeiro: em cem dias do governo provisório, não conseguiram levantar as falcatruas (o processo de Lava Jato é ponta de um iceberg da corrupção que domina a política e os negócios no país), segundo, nem, parafraseando o dito popular, o tamanho do buraco das contas públicas. E terceiro, last but not least, nem os políticos nas duas casas do congresso se uniram em torno de um projeto de governo (se existe um) para podermos dizer que as esperanças que tivemos estão se transformando em realidades viáveis. Sem contarmos o rugir das ruas, ao qual ainda não se juntaram os 12 milhões de desempregados, que com suas famílias somam 30 milhões.
Então a realidade, inclusive com os juros mais altos do mundo, é dura, é feia. As reformas, se os políticos decidirem fazer, o que esta difícil de acreditar depois do que demonstraram no Senado, terão que ser muito profundas para por a casa em ordem. O dinheiro de fora não vai jorrar enquanto não forem dados sinais claros de estabilidade jurídica e política. A não ser o dos especuladores no câmbio e na bolsa de valores.
Se o PIB crescer ou não, pouco pode afetar seu negócio. Olhe bem o seu mercado, vá para o clássico controle de caixa, atenção ao cliente, procure inovar (mesmo imitando ) e ache novos clientes. Como o Helder, do Forno de Minas, que abriu escritório em Miami para conquistar o mercado dos Estados Unidos. A Localiza, que agora aluga carro para os motoristas da Uber. Supernosso, que coloca mini tablets nos carinhos de compra. Queijo de Canastra, conquistando o mundo. Cachaça Germana, na África do Sul e mais 30 países. E mais e mais bons exemplos.
Tem que ter esperança, mais, tem que se adaptar à realidade e nela encontrar as soluções, porque Brasil continua um mercado de 200 milhões de pessoas que querem progredir e avançar.
Thursday 1 September 2016
DO IMPEACHMENT E GOLPE VISTO PELO MUNDO
DO IMPEACHMENT E GOLPE VISTO PELO MUNDO
A política brasileira é jabuticaba. Só tem aqui. A nossa Constituição de 1988 fala de tudo e regula tudo. E a quantidade de processos que temos na justiça levam à mesma quantidade sentenças e interpretações. E também não poderia ser diferente no impeachment da Sra. Presidenta da República Dilma Vana Rousseff, mineira de Belo Horizonte. O que uns consideram um processo constitucionalmente correto, outros, inclusive liderados pela própria Presidente “saliente”, consideram golpe.
E assim como nós, divididos e confusos no nosso próprio país, também o mundo, que prestou muita atenção nos acontecimentos no Brasil, nos vê. Em termos gerais, ninguém mais esperava a volta da Dilma ao Planalto, mas a confirmação final é ponto final. Ou não? Muitos comentários na imprensa mundial, que acompanhava com muita atenção o processo, destacam as razões de impeachment como injustas e outros destacam a firmeza dos legisladores brasileiros em destituir a Presidenta, por causa do desrespeito à legislação fiscal, como fato positivo. E todos mencionam a difícil herança econômica e social que o governo dela deixou para o país.
Mas as analises dos jornais não são sempre acompanhadas pelos governos estrangeiros. Brasília tem um dos maiores contingentes de representações diplomáticas no mundo, o que demonstra a importância do país. As reações dos quatro latino-americanos: Bolívia, Venezuela, Equador, Cuba e mais um centro-americano, Nicarágua, já eram de esperar. A Bolívia depende de fornecimento de gás para o Brasil e com a mão na cintura, ainda no governo Lula, nacionalizou as instalações da PETROBRAS lá. O Equador tem importância pequena. E a Venezuela está numa situação que é incomoda para o Brasil já há muito tempo. E, como Cuba nos deve muito, mas muito dinheiro e, com essa briga, a renegociação será mais difícil. No caso venezuelano, por outro lado, o Brasil terá mãos mais livres para agir para se encontrar uma solução na confusão que armaram em Caracas.
Os países grandes estão todos esperando parcerias melhores com o Brasil. Nos próximos dois anos e quatro meses, espera-se que o governo Temer tenha liderança política para colocar a economia nos eixos. Ponto. Se mostrar que tem liderança para reformas e controle fiscal, terá apoio do exterior. Do mercado e dos governos. Mas a confusão nas votações do Senado, com a cassação do mandato da Dilma e subsequente permissão para que ela continue na vida pública, não deram exatamente um sinal dessa liderança. Agora isso deve ter sido explicado também na reunião da G 20 na China, para onde o Presidente Temer seguiu após a posse. Mas, os problemas, que não são poucos, continuam aqui.
A política brasileira é jabuticaba. Só tem aqui. A nossa Constituição de 1988 fala de tudo e regula tudo. E a quantidade de processos que temos na justiça levam à mesma quantidade sentenças e interpretações. E também não poderia ser diferente no impeachment da Sra. Presidenta da República Dilma Vana Rousseff, mineira de Belo Horizonte. O que uns consideram um processo constitucionalmente correto, outros, inclusive liderados pela própria Presidente “saliente”, consideram golpe.
E assim como nós, divididos e confusos no nosso próprio país, também o mundo, que prestou muita atenção nos acontecimentos no Brasil, nos vê. Em termos gerais, ninguém mais esperava a volta da Dilma ao Planalto, mas a confirmação final é ponto final. Ou não? Muitos comentários na imprensa mundial, que acompanhava com muita atenção o processo, destacam as razões de impeachment como injustas e outros destacam a firmeza dos legisladores brasileiros em destituir a Presidenta, por causa do desrespeito à legislação fiscal, como fato positivo. E todos mencionam a difícil herança econômica e social que o governo dela deixou para o país.
Mas as analises dos jornais não são sempre acompanhadas pelos governos estrangeiros. Brasília tem um dos maiores contingentes de representações diplomáticas no mundo, o que demonstra a importância do país. As reações dos quatro latino-americanos: Bolívia, Venezuela, Equador, Cuba e mais um centro-americano, Nicarágua, já eram de esperar. A Bolívia depende de fornecimento de gás para o Brasil e com a mão na cintura, ainda no governo Lula, nacionalizou as instalações da PETROBRAS lá. O Equador tem importância pequena. E a Venezuela está numa situação que é incomoda para o Brasil já há muito tempo. E, como Cuba nos deve muito, mas muito dinheiro e, com essa briga, a renegociação será mais difícil. No caso venezuelano, por outro lado, o Brasil terá mãos mais livres para agir para se encontrar uma solução na confusão que armaram em Caracas.
Os países grandes estão todos esperando parcerias melhores com o Brasil. Nos próximos dois anos e quatro meses, espera-se que o governo Temer tenha liderança política para colocar a economia nos eixos. Ponto. Se mostrar que tem liderança para reformas e controle fiscal, terá apoio do exterior. Do mercado e dos governos. Mas a confusão nas votações do Senado, com a cassação do mandato da Dilma e subsequente permissão para que ela continue na vida pública, não deram exatamente um sinal dessa liderança. Agora isso deve ter sido explicado também na reunião da G 20 na China, para onde o Presidente Temer seguiu após a posse. Mas, os problemas, que não são poucos, continuam aqui.
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