Powered By Blogger

Sunday 5 August 2018

DOS PROGRAMAS ELEITOREIROS E ELEITORAIS


DOS PROGRAMAS ELEITOREIROS E ELEITORAIS


Ouvir e ver  não é suficiente para entender. Faz parte do processo de análise, mas é preciso mais: há que analisar e distinguir o que os ilustres candidatos dizem para atingir nossa sensibilidade emocional (ele é tão simpático, mas ela é firme) ou nossa capacidade analítica e racional. E tratando-se de empresário, essencialmente um ser racional com algumas gramas de inteligência emocional, a distinção tem que ser clara e a análise profunda e  séria . Não no final, nosso problema de relacionamento com o estado não são as empresas estatais mas a influência direta do estado em todos os níveis nos negócios e na vida das empresas. Não é à toa que o cargo mais bem pago nas empresas é o de diretor de relações institucionais ou o dos advogados que nos protegem das mazelas governamentais.

Nas empresas deve-se proceder a uma análise fria, racional, do que os candidatos fizeram na vida pública, do que prometem para se eleger (afinal das contas são os votos da maioria não empresarial que elegem os políticos) e o que serão capazes de realizar quando eleitos.  E como isso vai afetar seu negócio, sua empresa, sua comunidade, seus funcionários no futuro. Um bom debate nessa área é sobre a abertura de economia. Se vamos abrir mais, sem dar  condições de competitividade às empresas existentes ou não. Ou, por exemplo, quais as políticas de mobilidade e transportes. A última greve dos caminhoneiros chamou a atenção pela falta de ferrovias e a dependência do transporte rodoviário.

A fase seguinte é levar essas conclusões às entidades de classe para um debate maior. É absolutamente inaceitável dizer que entidades empresariais devem ser apolíticas e que não devem apoiar um ou outro candidato. Elas têm que exprimir a opinião dos seus associados, cuidar para que os programas eleitorais e os compromissos dos candidatos estejam de acordo com os interesses do empresariado. E apoiar os candidatos que possuem uma agenda que atenda o empresariado.

E por que assim? Porque todos os atores políticos fazem assim. Sindicatos de trabalhadores, congregações religiosas, segmentos profissionais, como por  exemplo a bancada da  bala, e assim adiante.

Os empresários precisam ter idéias e projetos claros para negociar com os candidatos e obter deles compromissos de execução. A agenda é longa e parte dela foi discutida nos recentes debates na TV entre um grupo de jornalistas e candidatos à presidência. Aliás, debates que na sua maioria, com raras exceções, mostraram mais as mazelas  dos candidatos do que seus programas e seus compromissos com a nação.

Se não se colocar o guiso no gato agora, ou seja, exigir clareza de propósitos e compromissos, não adianta depois da eleição cobrar o que não foi proposto e aceito antes. 

E na democracia não é aético e nem imoral o empresariado ter proposições claras a favor do seu desenvolvimento e o da sociedade. As propostas que forem benéficas só aos empresários não terão respaldo na sociedade, e aí nenhum politico eleito por maioria pode aceitar. Essa aliança de propostas  faz parte da democracia, cuja construção firme é responsabilidade de todos. 

Na hora da eleição precisa-se de muita visão e raciocínio frio para construir o futuro e distinguir bem o eleitoreiro do eleitoral.

Sunday 29 July 2018

DO ENSINO E EMPREGO DOS ENGENHEIROS


DO ENSINO E EMPREGO DOS ENGENHEIROS

No Brasil há mais de um milhão de estudantes de engenharia. Isso não é muito para um país de 210 milhões, desde que a qualidade do ensino leve ao aumento da empregabilidade. O fato é que as necessidades da indústria, dos serviços e da agricultura, de profissionais altamente qualificados, em função das mudanças tecnológicas, andam mais depressa do que a oferta desses profissionais. Em resumo: o nosso ensino anda anos luz atrás das necessidades do mercado, que precisa inovar, aumentar a capacidade competitiva e adotar as tecnologias chamadas 4.0.

A indústria, seja de manufatura, de serviços ou agricultura, que não se atualizar tecnologicamente, não tem futuro. O modelo de baixa produtividade e mão de obra pouco qualificada, de baixo custo, com altos incentivos governamentais, morreu. E para essas mudança precisa-se de mão de obra qualificada. Não só deve mudar o sistema na área do ensino profissionalizante, em que hoje há menos estudantes do que há 20 anos, mas também o ensino técnico e, em especial, o de engenharia. O de engenharia em especial porque, se você não tem lideranças tecnológicas bem formadas, você não pode esperar que o resto do sistema funcione bem.

Constituindo raras exceções, há algumas escolas de engenharia que podem ser consideradas do nível de que a indústria precisa. A absoluta maioria, nesse milhão de futuros formandos, não passa de pague-passe e cria mais um contingente de desempregados do que de formandos com possibilidades de emprego. Alguns cursos ficam enganando os alunos com falsas especializações - daqui a pouco vamos ter curso de engenharia em pão de queijo - ao invés de melhorarem tanto a exigência de entrada de alunos como todo o processo educacional. A situação é deveras crítica nos sistemas privados de engenharia, onde outra invenção é o tal do empreendedorismo. Empreendedorismo não substitui conhecimento de engenharia e nem é o gerador de soluções de engenharia de que as empresas precisam. É outra coisa.

Não há chance alguma de desenvolvermos o país sem profissionais, na área técnica, de melhor qualidade. Se a indústria deve ser 4.0, altamente integrada à internet das coisas, blockchain, big data, analítica e realidade virtual, então você não pode ter um ensino que forma profissionais 2.0, ou seja para uma economia do século passado. Essa distância entre o ensino e o mercado de trabalho precisa ser reduzida para que o país volte a crescer através de empresas tecnologicamente competitivas.

E nesse capítulo é fundamental que as instituições de ensino privadas liderem a mudança, porque senão estarão de fato formando desempregados ao invés de aumentar a empregabilidade dos formandos. Sem boa engenharia não tem saída nem da crise e nem do desenvolvimento. Simples assim.

Sunday 22 July 2018

DAS LIÇÕES ARGENTINAS


DAS LIÇÕES ARGENTINAS

Definitivamente, o que hoje está acontecendo na Argentina deveria servir  de  lição para Brasil. Depois de longos anos de domínio populista do clã Kirchner, que ameaça voltar ao poder nas próximas eleições, o governo Macri veio com toda força, ganhando inclusive as eleições intermediárias, que lhe deram um poder de fogo maior no Congresso. Mas, mesmo anunciando após a posse a gravidade da situação, fazendo alguns remendos em seguida, não esperava que a situação seja social, econômica, monetária, educacional, moral, ética ou judicial fossem de tanta gravidade. 

E aí a bomba de efeito retardado explodiu e hoje a Argentina está sob domínio, jugo e administração efetiva do temível FMI- Fundo Monetário Internacional. Quem dita as regras são os burocratas de Washington que cuidam da área fiscal, das despesas públicas, do orçamento, tanto no nível federal como dos estado e tudo o mais. Tem outra solução? Neste caso não, inclusive porque as forças políticas argentinas não fariam os ajustes e reformas necessárias para colocar o país em ordem, sem intervenção externa.

E todos, com o Presidente Macri liderando, prometem o céu após esse sacrifício, que tem que ser feito já. Os sacrifícios sociais em um  país que tem 30 % de miseráveis (não se iluda com a beleza de Buenos Aires), alta taxa de  desemprego e inflação beirando os 40 % ao ano, trarão à rua os afetados diretamente pelas reformas que, se não forem feitas, deixarão a situação ainda pior. E tudo isso a dois anos de novas eleições, quando o kirchnerismo dirá “veja como foi bom quando nos governamos”.

O Brasil e a Argentina estão economicamente ligados e o fracasso de um afeta muito a economia do outro. Para ser ter uma ideia dessa ligação é só ver nossas exportações para o nosso sócio do Mercosul, que geraram um superávit de mais de 10 bilhões de dólares nas vendas de manufaturados. Isso  acabou. Ou a vinda de turistas argentinos que, com a alta do dólar em mais de 40 % neste ano, não poderão mais viajar para o exterior.

Mas, a lição maior é que a nossa situação econômica estará em janeiro bem pior do que imaginamos. De um lado, ninguém ganha as eleições com promessas de ajustes duros que terão que acontecer. E ninguém governa sem fazer esses ajustes. Macri demorou a fazer e está sitiado e sob judice do FMI. Conosco pode acontecer a mesma coisa, se não entendermos que o próximo governo pode ganhar a eleição com um discurso, mas, se não ajustar e puser ordem na casa, inclusive nos parlamentos a serem eleitos, o caminho será um só. FMI.

Sunday 8 July 2018

DAS DERROTAS E VITORIAS


DAS DERROTAS E VITÓRIAS

A semana que passou foi uma desgraça para o brasileiro. A produção industrial caiu significativamente por causa de greve dos caminhoneiros. A inflação, que já estava controlada, subiu. O real continua se desvalorizando, ou seja, no popular, o dólar subiu. E o desemprego não melhorou em nada. A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto caiu, de novo, em função da referida greve, e as exportações também.

E a cereja no bolo da desgraça foi a eliminação da seleção canarinha pelos  belgicanos (como os chamava o saudoso Kafunga). Sem comentários,  a não ser que um time bilionário como esse fez jus ao seus salários: jogou mal e não teve responsabilidade alguma com a camisa que vestia. A responsabilidade deles é com seus clubes e patrocinadores. O Brasil que se dane. E ainda confirmam Tite para técnico da Copa do Catar. Aliás, o que você pode esperar de uma CBF cheia de escândalos e cujo único dirigente de que me lembro hoje é dono de um helicóptero que transportava 500 kg de droga e não sabia de nada. Provavelmente também  não de sabe nada agora.

Enquanto o futebol era o tema, e o melhor meme das redes foi aquele que dizia que agora vamos voltar a trabalhar na terça-feira, desenrolava-se uma das maiores derrotas  no cenário industrial brasileiro.  Se alguma coisa positiva  ficou do regime militar, foi a criação da EMBRAER em 1969, um dos maiores exportadores brasileiros. A criação de joint venture com a Boeing, em que a norte-americana tem absoluta maioria, faz a Embraer desaparecer como empresa brasileira. Virou filial obediente da gigante norte-americana.

A questão que fica não é  por que se fez o negócio agora, no final do governo fraco e desmoralizado, e praticamente sem possibilidade de não fazer, mas por que deixaram chegar a essa situação. Há anos atrás tiveram a  oportunidade de fazer aliança com a AIRBUS, que inclusive tem fábrica de helicópteros em Minas, e não fizeram. Esperaram enfraquecer a empresa ao ponto de ser entregue à Boeing pelo valor equivalente à metade do que uma siderúrgica do Rio de Janeiro deve ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica. Portanto, dinheiro não é a questão, a questão é que, ao contrário dos próprios Estados  Unidos, Alemanha, França e outros, nós vendemos a melhor empresa de tecnologia e viramos filial tecnológica.
Como a Bloomberg escreveu: a Boeing não quer a fábrica, quer os 400 engenheiros da EMBRAER e sua tecnologia.

Bem, do lado das vitórias, fica a notícia de que Minas passa a produzir lúpulo, ingrediente fundamental para produzir cerveja. Algo de mineiro , mais importante do que o anúncio da Fiat de que, com pesados incentivos, deve modernizar os novos modelos, prometendo emprego que na verdade só existirão se a fábrica for  efetivamente competitiva em tecnologia. E que o Governo de Minas vai pagar em três vezes o salário dos seus funcionários, enquanto dá incentivo à montadora. Vai entender o que esta por trás de tudo isso. Podem ser ou  não eleições.


Sunday 1 July 2018

DA COPA E SUAS LIÇÕES


DA COPA E SUAS LIÇÕES 

As dimensões de uma Copa de futebol são tantas que  está difícil de percebê-las no espaço de um mês. Aliás, as suas repercussões duram muito tempo e, em especial, seus escândalos, resultados e as dívidas que deixam. Ninguém esquece a Copa de quatro anos atrás. Foi um marco indelével na história do país, marco de competência na organização e incompetência na essência, que é perder no final para a Alemanha.

E assim foi a nossa alegria maior esta semana, quando a Alemanha foi mandada para casa por uma  inexpressiva força no futebol mundial, a Coréia do Sul. O Brasil explodiu em alegria de vingança, como se um fato tivesse alguma ligação com o outro. Ou seja, o que um jogo quatro anos depois tem a ver com o jogo de quatro anos atrás? As equipes são outras, os tempos são outros, só a bola continua quadrada. Mas, a nossa frustração de perdedores desejando a vingança coletiva contra os alemães continua a mesma. Um fenômeno e tanto, essa alegria com a derrota dos alemães.

E a volta para casa de argentinos e portugueses? Em qualquer circunstancia torcemos pelos sejam quem for que podem ganhar da Argentina. As imagens de Maradona sofrendo com a derrota nos ajudam a aliviar as nossas dores de incompetência ? Parece que sim. E a derrota de Portugal, país tão querido? Doeu, mas não ganhou o nosso vizinho Uruguai. Mas, não gostamos deles porque em 1950, no Maracanã, ganharam a copa da gente.

A Copa da Rússia, em que não temos mais times africanos jogando na fase de oitavas de final, é até agora um show de bola em termos de organização. A Rússia isolada e com sanções econômicas levantou a cabeça mais uma vez e mostrou que é um país que sabe o que quer e sabe fazer as coisas. O governo do Presidente Putin fez da Copa um momento Rússia para ninguém botar defeito.

Interessante observar que predominam as seleções europeias e latino-americanas. Onde estão os africanos que organizaram a copa há oito anos e tiveram seleções inesquecíveis, como a de Camarões, nas competições anteriores. Por outro lado, as seleções europeias estão tão multirraciais que você se pergunta se realmente existe um problema racial e de imigrantes na Europa. Pelo jeito, no futebol não. 
Além da organização da Copa, para um leigo em futebol como eu, vale a pena observar as táticas de jogo. Definitivamente os dois times com maiores estrelas do futebol mundial, a Argentina com Messi e Portugal com CR7, se deram mal. E quem não teve estrela, por exemplo a França ou o Uruguay, e jogou como equipe unida com o objetivo de ganhar o jogo, levou. Ou seja a lição que fica para o empresário é que quem vence é o time, jogando junto, respeitando a bola, o gol, o público e o adversário. É a empresa como um todo que vence, os indivíduos fazem parte do time. E mais, achar que a vingança nos faz fortes e melhores é mero engano. A derrota da Alemanha não faz nosso time melhor. Ou ele é melhor, ou não é. A bola é redonda e gol é quadrado. Pura geometria na alegria de jogar.

Tuesday 12 June 2018

DO DÓLAR UP AND DOWN (sobe e desce)


DO DÓLAR UP AND DOWN (sobe e desce)

Há semanas que ouvimos falar que dólar, a moeda dos Estados Unidos, tem influenciado a alta de preços, não só dos combustíveis mas também dos comestíveis. Aí, o tal do dólar sobe, na verdade é o real que fica desvalorizado, e o país econômico entra em pânico. O Banco Central começa a queimar reserva, só 20 bilhões de dólares. O pior são as  explicações que dão os representantes do governo: calma, está tudo sob controle, temos reservas cambiais que cobrem a saída de dólares, e mais um monte de coisas que não saem da repetição dos eventos do passado.

Mas, qual é a realidade da turbulência cambial. A primeira é que a economia brasileira não é uma economia dissociada do mundo. Nós fazemos parte da economia mundial, e somos altamente dependentes dela. E não temos nenhuma influência nos movimentos que regem a economia mundial mas, só repetindo, afetados por ela e muito. A valorização do dólar e o aumentos dos juros nos Estados Unidos ou Europa, as barreiras comerciais e a política monetária dos bancos centrais de países desenvolvidos, têm influência forte na economia brasileira.

Em segundo lugar, a nossa matriz econômica não é baseada na produção, mas nos ganhos de especulação. Somos um país por excelência de terra fértil para a especulação, seja para os nativos, e, muito mais para o capital estrangeiro. E repetindo, ele vem, mas sai ainda mais rápido do que entra. Então cria-se uma ilusão de que estamos bem com a entrada de investimentos estrangeiros, quando ou ele vêm para especular, ou vem rastreado nos empréstimos e benefícios fiscais que só aumentam as nossas vulnerabilidades de contas públicas ou contas externas. Claro que há exceções, mas que só confirmam a regra.

E a questão básica passa em seguida pela nossas exportações. Sempre e cada vez mais e mais dependentes não só de matérias primas e produtos primários mas de traders externos. Exceção talvez sejam a Vale, com mineiro de ferro, e alguns exportadores de carnes vermelhas e brancas. Mas, estes já têm passivo de qualidade que nos leva a tremer quando vem alguma inspeção sanitária. No caso do café, só exportamos grãos e cafés especiais que, apesar de um esforço  formidável de alguns, ainda não representam um valor significativo.

As nossas importações são baixas porque economia não deslancha. E as saídas na conta de turismo é maior do que a entrada com turistas estrangeiros.

Em resumo, tem cada vez menos dólares para gastar e cada vez mais gente querendo dólar, nem que seja para reserva contra essas incertezas e vulnerabilidades de todo dia. O pior é a ilusão de  que tudo está bem. O câmbio não deve refletir insegurança jurídica e política, mas é uma componente de política econômica e cambial. Mas, lamentavelmente, no nosso caso reflete sim e ainda vai balançar muito mais, porque a situação é precária e com perspectivas pouco claras. Mas, o pior não é a percepção, o pior é que não teremos dólar para a farra cambial dos especuladores.

Sunday 3 June 2018

DA CERTEZA DA INCERTEZA


DA CERTEZA DA INCERTEZA

Cachorro mordido por cobra tem medo do barbante (dito popular).

Agora, você imagina a nação toda mordida pela greve de caminhoneiros . Está todo mundo com medo do que vai acontecer. E o boato corre solto, cada facção, seja política ou criminosa, tentando tirar ao máximo proveito da desgraça generalizada que caiu sobre todos nós nas últimas semanas. Mas, estamos aqui e nem todos podemos emigrar para os Estados Unidos, onde já há valadarenses demais. E por aqui temos que administrar o medo, o receio, a incerteza eleitoral, a fraqueza do governo e mais todos os ingredientes externos, como as políticas de fortalecimento do dólar e de sanções comerciais que Trump inventa e geram mais incertezas.

Neste momento, quem aceitar que a volatilidade será uma constante e administrar  a incerteza  será o vencedor na travessia que pode durar além do período eleitoral. Uma constatação que ficou nesta crise é que as forças do tal mercado financeiro especulativo prevalecem sobre as forças produtivas neste país. A política de preços dos combustíveis, que deveria fazer parte da política energética nacional, ficou por conta de  um grupo de gestores de uma empresa monopolista que defendia o valor das ações da empresa, de seu lucro e esquecia totalmente  que existe um país miserável, sem capacidade de pagar o que eles querem cobrar. Salve o investidor, salve a gerência, salve o mercado e dane-se o povo. Quem sabe os defensores dessas teorias ganham o prêmio Nobel de economia.

Aliás, uma boa coisa neste momento é fechar os ouvidos e olhos aos analistas e economistas, que defendem todos uma economia a favor dos especuladores financeiros. Por incrível que pareça, nem Roberto Campos conhecido na época como Bob Fields por ser favorável aos Estados Unidos,  e nem Mario Simonsen, sem falar no Horácio Lafer, eram tão  a favor de uma minoria especuladora como os atuais economistas de plantão que estão aí. Nenhuma economia que destrói a capacidade produtiva do país, assim como a de poupança e consumo, e privilegia a especulação do mercado financeiro, gera um país mais justo e equitativo na distribuição de renda e fomento do desenvolvimento.

As certezas que temos são que devemos manter o cliente satisfeito, o funcionário motivado, o caixa independente de bancos e empréstimos, e olhar bem para onde vai a demanda nesta estrada de mudanças tecnológicas rápidas. O resto são fatores que você não determina e não influi como empresário. Esqueça a  política, esqueça os economistas e analistas, volte a visitar os clientes e o chão da fábrica. Pegue o leme do seu barco e não deixe que a tempestade domine o seu destino. Muito menos uns usurpadores do bem comum que hoje dominam o país. E tem mais: nem sempre após a tempestade vem a bonança. Pode vir outra tempestade.