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Friday, 13 March 2015

DA ITÁLIA RENOVADA

Da Itália renovada

O fato é que a maior perturbação para a economia e a política externa brasileira está se processando na vizinha Venezuela, com o Presidente Maduro perdendo as rédeas do país e devendo ao Brasil tantos bilhões que nunca se sabe quando poderá pagar. Mas, os brasileiros pouco sabem da Venezuela, pouco lhes interessa o que acontece no país vizinho e não têm parentes por lá. Parentes temos na Itália, e mais de 400 mil oriundi, descendentes de imigrantes italianos, estão esperando o milagroso passaporte italiano, além dos mais de 250 mil que tem a cidadania dupla. E temos também uma jovem paranaense, Renata Bueno, deputada eleita por citadini italiani na América do Sul, que os representa no Parlamento italiano. Sem falar no foragido Pizollato do lado brasileiro, que espera extradição da Itália para Brasil e do Battisti, do lado italiano, que espera deportação do Brasil para Itália.

As relações não são só afetivas e culinárias, elas também são econômicas, educacionais e culturais.Os investimentos italianos no Brasil são significativos e a contribuição da imigração italiana no Brasil, principalmente no Sul do país, deixou marcas profundas no progresso brasileiro. Sem essa contribuição na industrialização brasileira, o país seria outro.

Por isso e mais, os olhos estão mais virados para a península italiana do que para a vizinha perturbada. E aí, vale a pena olhar a nova revolução que está acontecendo por lá. O jovem Primeiro-Ministro Renzi ainda está no poder. O Cavalheiro Berlusconi, que dominava a política italiana, foi inocentado no famigerado processo Bunga Bunga, de incitação à prostituição de menores. Mas neste momento quem dá as cartas na política é o ex-prefeito de Florença. Renzi elegeu o seu candidato a Presidente da República Italiana, um ex-juiz do Sul da Itália, fato inédito, e conseguiu colocar a sua jovem e, para os padrões europeus conservadores, inexperiente Ministra de Relações Exteriores, como Comissária de Relações  da União Européia, o segundo cargo mais importante no continente europeu. Não é pouca coisa, não!

No campo econômico, passou uma legislação chamada Sblocca Italia, desbloqueia Itália, que dá mais flexibilidade às empresas, tanto na área fiscal como trabalhista. Segundo o semanário francês Nouvel Observateur, esse programa está criando mais e melhores empregos. Na área de confecções, os italianos estão retomando o Made in Italy e reconquistando o mundo. O mesmo vale também para a ofensiva na área alimentar.

E não se pode esquecer a operação italiana na indústria automobilística, quando a Fiat, no meio da maior crise européia, adquiriu a Chrysler norte-americana. Um ato de coragem, visão e competência, com reflexos enormes para os negócios no Brasil.

Talvez a maior revolução na política e economia européia esteja acontecendo na Itália. Se for bem sucedida, falta ainda muito, vai mudar a face da Europa. Vale a pena prestar muita atenção!

Stefan Salej
12.3.2015.

Sunday, 8 March 2015

DO DÓLAR QUE TE QUERO VERDE

O dólar que te quero verde


O dólar sobe, o dólar desce, e o real fica onde? O dólar está onde sempre esteve, nem desce e nem sobe em relação ao real. O que se valoriza, ou seja sobe, ou desvaloriza, ou seja desce, é o real, a nossa moeda. Complicado? Não. O real valorizado é quando você precisa de menos reais para comprar um dólar. Como quando um dólar valia 1 real e 50 centavos. E o real desvalorizado é ao contrário. Como agora que você precisa de 3 reais para comprar um dólar.

E na vida cotidiana, que influência tem isso? Todos os produtos e serviços que possuem componentes comprados no exterior  e pagos em moedas estrangeiras ficam mais caros. Ou seja, não é só produto chinês, mas também viagens e, por exemplo, automóveis, que tem uma boa parte de seus componentes importados, sobem de preços. Alimentos que são produzidos com máquinas que tem componentes importados ou insumos como fertilizantes importados, idem. E assim, numa economia brasileira bastante internacionalizada, ou seja com muitos produtos e componentes importados, a influência da desvalorização do real  nos preços é grande.

Do outro lado da balança, os exportadores recebem mais pelos seus produtos e serviços. O dólar que entra gera mais reais e sempre nessa situação os exportadores podem ser beneficiados. E teoricamente os produtos brasileiros se tornam mais baratos em relação aos importados, dando uma folga à indústria nacional.

Nas regiões onde tem indústria e agricultura  orientadas à exportação, há sempre uma vantagem a mais. É o caso do Sul de Minas e do Triângulo Mineiro. As duas regiões tem tanto agricultura como indústria orientadas para o mercado mundial e com isso estão neste momento com receitas maiores do que há dois anos. E dessa situação podem se beneficiar todos, quando a re-orientação da indústria de exclusivamente para o mercado nacional para o mundial, acontece com  sucesso. Caso típico é o do Vale de Eletrônica no Sul de Minas, onde esse processo está em curso.

E a especulação com dólar. Vale a pena ter dólares como poupança. Ou euros, que foi a poupança do Comendador José Alfredo, roubados e guardados numa piscina, como mostrou a novela Império. Se você importa ou usa produtos que tem componente importado, tem que acompanhar esse mercado sim. E se você for exportador, também. Mas, a especulação é, como todo jogo, para os profissionais. Você ter na sua carteira uma parcela em moeda estrangeira pode ser bom, mas você deve saber quando é a hora de se desfazer e comprar outro ativo.

No Brasil, o valor da moeda é determinado também por fatores externos. O dólar está se valorizando em relação a todas as moedas estrangeiras, não só em relação de real. Mas, também no Brasil a queda de exportações e a especulação de que governo vem sustentando um valor irrealista do real, levou à diminuição de reservas. Ou seja, o Brasil tem pouco dólar. E se algo falta, o preço sobe.

Stefan Salej
consultor internacional
ex Presidente da FIEMG
www.salejcomment.blogspot.com

Thursday, 5 March 2015

DA BOMBA ATÔMICA IRANIANA

Da bomba atomica iraniana

A ameaça nuclear que era tão presente na década de 50, logo após os Estados Unidos jogarem as primeiras bombas atômicas sobre o Japão, hoje para a maioria da população mundial não faz nenhum sentido. O fato de termos um terrorismo quase diário espalhado pelo mundo e com visível liderança do Califado Islâmico no Oriente Médio, nos faz crer que artefatos nucleares não são uma ameaça. Coréia do Norte, Paquistão, França, Índia e claro, Estados Unidos com Rússia e China, são os principais detentores dessa tecnologia destruidora da humanidade. Mas a eles está se juntando com passos largos um dos regimes mais radicais do mundo islâmico, o Irã. Com seus aiatolás radicais, está cada vez mais próximo de obter a tecnologia nuclear  de uso militar e fabricar a sua bomba atômica.

Os atuais detentores do poder no Irã estão habilmente negociando a construção de sua potência nuclear com os Estados Unidos em troca de apoio no combate aos outros radicais islâmicos, o Califado. De forma e maneira alguma o Irã concorda em reduzir as pesquisas na área nuclear, mas tão somente reduzir a velocidade mediante na qual vai desenvolver suas tecnologias nucleares.E de arqui-inimigos como eram os dois países, após eventual acordo, se tornam aliados no combate ao inimigo comum, o radicalismo islâmico.

Vale a pena lembrar que os mesmos aiatolás que estão no poder mandaram ocupar a Embaixada dos Estados Unidos em Teheran, capital iraniana e entre outras atividades promoveram há vinte anos um atentado a uma sinagoga e sede de comunidade judaica em Buenos Aires. Tudo isso foi esquecido em nome do combate a um inimigo maior e mais feroz. Aliás, esse não é o primeiro exemplo de alianças na história em que dois inimigos se unem para derrubar o terceiro que ameaça os dois. Mas, sempre a pergunta é quem vai pagar o preço dessa aliança.

Nestes dias a comunidade judaica celebra a festa de Purim, popularmente conhecida como o carnaval judaico. Mas, a origem da festa está na história da antiga Pérsia, hoje Irã, quando no ano de 3405 do calendário judaico, o rei persa Ahashver, por sugestão do seu primeiro-ministro Haman, mandou matar todos os judeus do reino. Após três dias de jejum esperando serem massacrados,  a rainha Esther se dirige ao rei e lhe confessa sua origem judaica e a intenção do seu primeiro ministro em massacrar os judeus. O rei enfurecido manda enforcar Hamam e assim salvar os judeus da morte.

Hoje, a bomba atômica do Irã não atingirá a  mais segura das cidades do mundo contra a nuvem atômica, que é Belo Horizonte. Mas, além de provocar total desequilíbrio das forças militares na região, o alvo mais perto é Israel, que vai ter eleições dentro de duas semanas. E o atual governo foi a Washigton para, com discurso no Congresso, hostil a Obama, convencer os americanos de que estão fazendo um mau acordo com os iranianos. Seja como for, se o Irã tiver bomba, o primeiro alvo é o mais próximo inimigo: Israel.

Stefan Salej
5.3.2015.

Saturday, 28 February 2015

DAS CONTAS A RECEBER

Das contas a receber

Você deve, você paga. Mas, o outro lado de moeda, devo, não nego e não pago, está muito mais na moda. Ou aquela piada dos nossos primos que quando Salim não conseguia dormir, a zelosa esposa perguntou, por que? Porque devo ao José e não consigo dormir porque não sei como vou pagar. Zelosa, a esposa pegou o telefone, ligou para o José e disse que Salim não vai pagar porque não tem  dinheiro. E virou para o maridinho e disse: agora quem não vai dormir é ele, e você pode dormir.

A verdadeira história de receber começa quando você faz o negócio. Ou seja, diminua o risco ao máximo no início de negócio. Venda ou faça negócio, ou empreste dinheiro, verificando bem com quem você está lidando. Os não pagadores não são novidade, sempre existiram e não precisa de crise como a dos dias atuais para eles aparecerem. Aliás, é um ramo de negócio próspero e crescente. O importante é que você, seja pessoa física ou jurídica, não seja um fornecedor de recursos para essas pessoas ou empresas. Não é só as pessoas que não pagam, as empresas criam tradição em não pagar ou pagar com atraso e com isso ganham muito dinheiro às suas custas. E não se iluda com a grandiosidade de nomes, a tradição e a sua vontade de fazer negócios com um cliente aparentemente importante, mas com a tradição de não cumprir os compromissos.
Ninguém é bom pagador enquanto o dinheiro não estiver na sua conta, no seu bolso!

Há meios para diminuir o risco, como referências,análises de balanços (sempre mostram o comportamento passado), referências bancárias e de outros fornecedores e mais do qualquer coisa, análise das relações de negócio. É o caso da cadeia de petróleo e fornecimento das empresas que fornecem hoje para a PETROBRAS. Se a PETROBRAS não pagar a construtora que contratou por n razões, seus fornecedores também não vão receber. Mas no passado a PETROBRAS  pagava em dia. Pagava, tempi passati. Pode até pagar em dia no futuro.

O cálculo do prejuízo em não receber é muito simples: se o seu produto vale 100 e você tem uma margem de 5 %, e não recebeu os cem reais do produto ou serviço que você forneceu, quanto você tem que vender para recuperar os cem reais não recebidos? 2000 mil! Imagine esforço de vendas que você tem que fazer para recuperar o prejuízo.

Existem garantias bancárias, reais, bons contratos e existe a honestidade.Se a pessoa é desonesta, não há garantia neste mundo que substitui o pagamento. Estes são os riscos de negócio que tem que enfrentar. Por isso todo cuidado é pouco e rodo rigor e persistência para receber é fundamental. Mas, você também tem que distinguir quando o cliente está em dificuldade.Todos passamos por elas. Aí, a sua compreensão pode cimentar uma base de relacionamento  inesquecível ou, ao contrário, deixar uma ferida no relacionamento, que nunca mais volta a ser o mesmo.E às vezes é preferível receber o que o devedor pode pagar, do que não receber nada.

O que vale é o dinheiro na sua conta e não na conta do devedor.

Stefan Salej
28.2.2015.


Friday, 27 February 2015

DO ATOLEIRO LATINO AMERICANO

Do atoleiro latino americano

Para os brasileiros, e em especial o governo e os políticos, neste momento só tem uma visão do mundo: o atoleiro brasileiro descrito na capa pela mais digna representante dos interesses econômicos britânicos e similares, The Economist. A descrição é perfeita e nem o falecido Binômio poderia, junto com o também falecido Pasquim, descrever melhor e pior ao mesmo tempo o que acontece no Brasil de hoje.

O único problema nessa visão, e há trinta anos em Belo Horizonte tinha só três assinantes dessa revista que hoje provavelmente já tem uns 100 assinantes nas alterosas, é que a América Latina não é só o Brasil, e nem a América Latina é a única região do mundo. Na verdade, os acontecimentos que mais afetam o mundo hoje não se passam nessa região. Os massacres provocados pelo Estado (ainda não se descobriu porque uma entidade terrorista que ocupou um território se chama de estado) Islâmico, são de arrepiar. E  é de arrepiar  o fato de  que os países ocidentais, cujos cidadãos lideram essa orgia sanguinária, simplesmente não dão conta. É uma guerra de maiores proporções, que atinge uma boa parcela de Oriente Médio, uma tragédia humana com milhões de refugiados e milhares de mortos, em que não se vê um final feliz, mas um final trágico.

E sem falar de novo na Ucrânia, na crise grega, que faz tremer o mundo financeiro, no Afeganistão de onde as forças aliadas nunca saem, e mais alguns conflitos menores. Mas, é o terrorismo que está assustando e permeando pelo mundo afora, como a gripe espanhola que até o início do século passado ainda matava em larga escala. E esse terrorismo não deixou a América Latina fora do mapa. É o caso dos atentados há mais de 20 anos na Argentina, comprovadamente dirigidos pelos iranianos. Após o assassinato do procurador que investigava o caso e acusava o governo da Cristina Kirchner de encobrir os criminosos, a servil justiça portenha isentou a presidenta de todas as acusações.

No vizinho Uruguai, que vai empossar o novo presidente neste domingo, estão vivendo em exílio humanitário alguns dos terroristas que Estados Unidos prenderam por muito tempo na prisão de Guantanamo. Estão se recuperando e um deles já declarou que quer sair de Uruguay e voltar ao seu país de origem. E continuando a rodada no continente, ainda não selaram a paz definitiva os guerrilheiros da FARC e o governo da Colômbia. Pelo jeito que essa negociação vai, parece que  nenhuma das partes tem interesse em concluir um acordo.

A maior preocupação no continente é a situação venezuelana. O governo Maduro perdeu controle de situação, transformou um movimento social chamado bolivarismo, em  um estado desorganizado, ditatorial e desesperado. E com todos em torno dele, sem saber o que fazer, esperando o pior. Esse sim é um país bem atolado!

Stefan Salej
28.2.2015.  

Sunday, 22 February 2015

DAS CONTAS A CONFERIR

Das contas a conferir


Imagine que você ganhou na Megasena. Sozinho ou com amigos, mas ganhou. Pouco ou muito, não importa,  a alegria será grande. Sua e da família e dos amigos. Até cunhado vai olhar para você de uma forma diferente, sendo que dizem que cunhado não é parente.

Agora, imagine que você trabalhou sempre direito, pagou seus impostos em dia, suas prestações e cartões de crédito, seguros, contas de luz e água, eventuais empréstimos, em resumo você não deve nada ninguém. O dinheiro suado, ganhou com honestidade. E ai, numa ação trabalhista a 500 quilômetros de onde você e sua família vivem, em uma cidade em que você não tem parentes, não tem amigos, e nunca esteve lá, o funcionário da justiça de trabalho se engana e digita o seu CPF para que bloqueiem a sua conta bancária para pagamento da dívida trabalhista. Você não conhece nem as pessoas envolvidas e da noite para o dia fica sem dinheiro nos bancos, seu salário fica seqüestrado, seu automóvel arrestado e sua vida vira de cabeça para baixo num toque mágico de teclado do computador. Advogado e custas judiciais, meses e meses para resolver, a sua vida mudou tão radicalmente como se por estudos matemáticos você ganhasse na mega sena. A probabilidade é quase idêntica, mas o resultado é bem diferente.

E quem não conhece alguém que já foi colocado nessa situação desagradável e desastrosa.Título protestado por engano, cobrança indevida, colocação da sua empresa ou do seu nome na lista suja de inúmeras entidades que só cuidam disso como SPC, ele mesmo sendo processado por falta de pagamento. Os bancos cobrando as despesas que você não contratou, as multas de trânsito das infrações que você não cometeu e contas pagas e não registradas. Das multas de trânsito que a empresa às vezes nem sabe que existem e entra no cadastro de inadimplência dos governos, não permitindo que a empresa opere com bancos oficiais ou receba qualquer benefício fiscal.

Claro que todo esse caos só vale para que  não é empreiteiro de empresa de petróleo. Em outras palavras, para fugir a tudo isso você tem que ter o tamanho do Eike Batista ou de uma empreiteira como a Andrade Guitterez. Aí os interesses são tão grandes que você se torna intocável e  ninguém se engana ao tratar com você.

Em resumo, precisa estar muito atento nas suas obrigações para se defender quando a roda da tortura burocrática girar em torno da sua empresa ou de você e da sua família. Todo cuidado é pouco e uma boa coisa é sempre conferir e conferir  e mais conferir as contas que você recebe. Seja de quem for, porque não são só os homens que se enganam, mas também essa parafernália digital também comete seus enganos. Sem falar dos hackers que dominam mais os computadores e provocam enormes prejuízos.

Stefan Salej
22.2.2015.

Thursday, 19 February 2015

DO CARNAVAL AFRICANO


Do carnaval africano

Duas das escolas de samba no Rio de Janeiro desfilaram com temas da África. A grande vencedora do desfile na Marques de Sapucaí, a Beija Flor, cantou, dançou, sambou e esbanjou beleza com tema sobre a Guiné Equatorial, um país dirigido há mais de 35 anos, com mão de ferro, por um presidente só que adotou recentemente o português como terceira língua oficial do país. E a Beija Flor mesmo, com a alegria enorme de ser campeã, não consegue explicar de onde vieram os recursos para a escola. Do governo do país africano, das empresas brasileiras que atuam lá, por sinal as mesmas que são mencionadas nos processos de Lava Jato ou de quem mesmo?

A outra escola, Imperatriz Leopoldinense, que não teve grande atuação e não precisa explicar o financiamento por enquanto, teve como tema o processo de integração racial e social da África do Sul liderado há 20 anos pelo legendário Mandela. Mas, teve como privilegiada espectadora a prefeita da Cidade do Cabo que está implementando em março de cada ano um carnaval cópia do nosso, junto com os donos da maior empresa de comércio eletrônico do mundo e sócia da Editora Abril, a Naspers.

Se juntarmos a isso a assinatura de convênio de cooperação entre a cidade de Windhoek, a capital da Namíbia com 250 mil habitantes, com Prefeitura de Belo Horizonte, podemos quase dizer que tivemos uma semana africana no Brasil. Bem, para quem não sabe nem onde fica Windhoek e nem Namíbia, é fácil de entender que esse é o país onde investiu em exploração de petróleo a construtora Cowan de Belo Horizonte. Aquela mesma que construiu um viaduto, que, na véspera da Copa, caiu e matou gente. Fácil de entender onde as duas cidades se encontram.

 E indo para o aeroporto de Confins, você cruza uma série de viadutos com nomes de países africanos que você nunca viu, não conhece  e você ainda não descobriu porque se juntaram aos nomes ilustres de José  Alencar e José Aparecido, além de alguns escritores mineiros.

O fato é que sem os africanos não seriamos o Brasil que somos. E também o fato é que a nossa ignorância do continente e do seu potencial para desenvolver parcerias culturais ou econômicas, sem falar nas políticas, é enorme. Duvido que as duas escolas de samba contribuíram em muito para aumentar este conhecimento, mas ajudaram. A nossa cooperação tem um espaço maior do que só a participação nas escolas de samba, e definitivamente não depende só de terceiros, mas de governos estaduais e municipais. A abertura por exemplo de leitorado de língua portuguesa brasileira na Universidade de Cape Town ou o estreitamento de cooperação na área vinícola entre a Universidade de Jequitinhonha e Mucuri, são só dois exemplos disso. Mas pela África, continente de 54 países, brotam essas oportunidades que devem ser aproveitadas, inclusive fora do carnaval.


Stefan Salej
19.2.2015.