A saudação nazista, Chica da Silva e o direito
Quando os
estudantes da centenária Faculdade de Direito da
Universidade Federal de Minas Gerais, a Casa do Afonso Pena e alma mater do
prof.Anastasia, atual Governador do Estado, pintaram a colega caloura de preto,
acorrentaram e colocaram a placa Chica da Silva, enquanto outros usávam a saudação nazista com direito a
replica de bigode de Hitler, foi a condenação restrita mas não geral. A condenação foi dos estudantes, do
instrumento de introdução de novos colegas na
universidade, chamado trote que já provocou
mortes nas outras universidades, foco do trote e da brincadeira sem
gosto e da irresponsabilidade dos jovens.
O ato
abominável em todos os aspectos e
dimensões deve servir de reflexão além da brincadeira do mau gosto.
Foram atos explícitos de racismo e
anti-semitismo que geraram os protestos
mais do que justos da comunidade judaica de Belo Horizonte, de alguns
professores e estudantes negros, da reitoria da Universidade que prometeu
sindicância e em seguida saíram do noticiário. A maioria dos atores acadêmicos e profissionais da educação, de direito, como OAB, as entidades religiosas e políticos inclusive os deputados da Comissão de direitos humanos, se
calaram ou falaram tão baixo, que não deu para ouvir. Alias, não
se ouviu direito nem Ministros da área de direitos humanos e de
mulheres. E nem procuradores encarregados destes assuntos.
Em
resumo, parece que muito a moda da política mineira, o assunto vai
para o baixo do tapete. Os judeus ficam sempre lembrando holocausto e os negros
tem ate cota para entrar na universidade. Deixe os meninos fazerem a
brincadeira, a juventude é assim mesmo.
A percepção da gravidade destes atos, como a ponta de iceberg da
nossa educação, não esta sendo percebido. A atitude irresponsável dos estudantes mineiros é
o resultado de educação ate chegada na universidade
através de vestibular com receita de
miojo e continua na faculdade. Eles são produto deste processo que
nega história, quer de volta os valores
abnegados de nazismo e escravidão. E para que se chega a isso,
muita gente chamada de educador, desde família, o ambiente social no qual
vivem e as escolas que freqüentaram, participou.
Principalmente cabe a pergunta como as pessoas que estão sendo educadas para serem guardiões da lei,futuros juízes,advogados, procuradores,
recebem esta educação. Será que a sindicância basta ou precisamos nos
perguntar onde falhamos e quantos destes jovens existem pelo Brasil afora. Ou
educadores que não cumprem seu papel como os
daqueles jovens culminando com a educação que a faculdade tão respeitada não lhes deu.