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Wednesday 10 April 2013

COMO LER MOVIMENTOS SUBTERRANEOS DA ECONOMIA REAL.MARREMOTO OU TERREMOTO ECONOMICO PODE SER EVITADO???



A geologia empresarial

Os movimentos geológicos subterrâneos, que produzem petróleo e provocam maremotos e terremotos, são difíceis de detectar e de prever. O que vemos em geral são os efeitos externos desses fenômenos, que na maioria das vezes são desastrosos para as vidas humanas e também para a economia. Os desastres naturais podem ser fatais, mas existem a prevenção e cuidados para reduzir suas consequências.

Na economia real, e em especial a brasileira, também conhecemos esses fenômenos subterrâneos e assistimos diariamente às suas manifestações visíveis. A situação passa a ser problema quando vemos os maremotos, trovoadas e outros fenômenos econômicos e achamos que após a trovoada vem a bonança ou que tudo não passa de chuvas de março. E enquanto há poucos prevendo o clima, há muitos prevendo a economia. Gente com experiência de governo e internacional, acadêmicos, alguns que nunca pagaram uma conta na vida e outros que quebrariam um carrinho de pipoca com a sua capacidade gerencial. Em resumo, além de muita gente escrevendo e falando, e na época das eleições isso aumenta muito, é fundamental que o executivo e o empresário, além do conhecimento próprio para julgar, saibam que os erros dessas leituras terão que ser pagos por eles.

Nos subterrâneos da economia real brasileira, há um movimento cujas consequências podem ser desastrosas para o país, que é a brutal redução de lucros das empresas. Setores completos, como siderurgia, têxtil, celulose e papel,elétrico, aviação, eletro-eletrônico e outros, têm participado de um campeonato de prejuízos nefasto nunca visto antes. As justificativas não convencem e não substituem lucros. Parece que os gestores têm de um lado enfrentado desafios nunca vistos antes, mas de outro também não se preparam para mudanças.

Os grandes conglomerados criados na base de conjuntura do mercado como o sistema X do Eike Batista, e que foram num determinado momento símbolo de capacidade empreendedora do brasileiro, levarão para o fundo do mar consigo um exército de trabalhadores, investidores, bancos e fornecedores. E voltamos para o sistema de ajuda do governo, que tanto foi criticado e nefasto no passado? A solução vai requerer muita sabedoria e criatividade, mas, principalmente, responsabilidade com a nação.

O setor público empresarial, que tinha uma excelência de classe mundial, se esfacelou com o susto que estamos passando com a PETROBRAS. Mas, muito pior está a situação da ELETROBRAS, que declara um prejuízo fenomenal e alega que não estava preparada para a redução de custo de energia promovida pelo seu dono, o governo. E no mesmo dia apresenta um plano de ajuste, que eleva suas ações em alguns pontos e ganhos para os amigos especuladores.

Tudo é competência gerencial! Os bons executivos têm que saber ler e prever esses fenômenos. Esse caso mostra tipicamente que não sabiam ou não queriam. Há o ambiente político com o qual o empresário tem que lidar, mas antes de mais nada há competência gerencial. É ela que faz o lucro, inclusive socialmente responsável.


Stefan B.Salej

Thursday 4 April 2013

DAS ARMAS E MORTES



Das armas e mortes

Certamente você já se perguntou, vendo a matança de 70 mil sírios nos últimos dois anos, de onde vêm as armas para o governo de um país paupérrimo e para os rebeldes. Os russos, que fornecem as armas para governo sírio, alegam que estão obedecendo às leis internacionais. O mesmo acontece com os fornecimentos para inúmeros grupos terroristas no mundo, que vemos exibindo as caras cobertas, mas com armas chamadas convencionais de última geração. Negócio de mais de 100 bilhões de dólares ao ano, que teve, após sete anos de negociações, finalmente aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas a Convenção sobre controle de armas convencionais, ou seja, armas portáteis, de pequeno porte, cada vez mais poderosas e mais usadas em guerras de insurgência, como a do Afeganistão, Mali, Sudão e mais uma dúzia de lugares, além da Síria, produzindo mortes, principalmente de civis. Conflitos sangrentos e massacres é que não faltam hoje em dia.

As abstenções de três dos membros dos BRICS, China e Rússia, grandes exportadores, e Índia, um dos maiores compradores, já mostram que a maioria que aprovou não está tão unida e que esse assunto também não esteve na pauta da reunião dos BRICS na África do Sul. Os Estados Unidos, que votaram a favor, terão, como todos os países, que aprovar a Convenção no Congresso, onde os senadores republicanos já declararam que não pretendem votar a favor. Ou seja, será que vamos ter mais uma convenção internacional, que deve ainda ser regulamentada, sem ser efetivada e que em termos práticos nada vai mudar?

O crescimento do mercado de armamentos e o aumento brutal de compras pelos países em desenvolvimento nos últimos anos mostram que estamos muito mais para a guerra do que para a paz. O debate sobre o uso de armas nos Estados Unidos, onde, com todas as matanças de jovens, não conseguem fazer uma legislação mais rigorosa, mostra a extensão do problema e falta da capacidade das sociedades de resolver.

O anúncio da EMBRAER de que vai investir mais em produção de equipamentos militares do que civis mostra que o Brasil  está tomando parte ativa nessa corrida armamentista. Os filmes americanos, que lideram a corrida de violência, mostram com bom merchandising o uso eficiente de revolveres Taurus, que concorrem com os Glock austríacos de igual para igual. As exportações de armas convencionais pelo Brasil atinge quase meio bilhão de dólares, pelos dados não oficiais.

A convenção que foi aprovada é um passo importante para regular o comércio, é um passo feito pela gente que prefere um livro a uma arma. Quiças mude o futuro de gerações daqui para diante.