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Sunday 13 November 2016

DOS NOVOS TRUMPS E TEMPOS

DOS NOVOS TRUMPS E TEMPOS

Falar em grandes surpresas com eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos é desconhecer simplesmente que entre os dois candidatos antagônicos, Clinton e Trump, e nas pesquisas muito, mas muito próximos, um ia ganhar. E o que ganhou, ganhou por uma margem tênue, que alias divide o eleitorado americano quase que igualmente meio a meio. As explicações da vitória e da derrota são cheias dos mais profundos e divergentes textos filosóficos e análises políticas, mas o fato é que, por incrível que pareça, os eleitores votaram contra um terceiro mandato de Obama. Esse mesmo presidente, que nos admiramos tanto, e que administrou o desastre econômico, financeiro e militar que os republicanos deixaram após 2008. Não vamos nos esquecer da crise financeira, imobiliária e das consequências da guerra no Iraque e no Afeganistão, que Obama teve que administrar.

Agora, o que vale são as pretensões e previsões. Os  Estados Unidos, irrequietos com a eleição, já se levantaram. Protestos contra a eleição de Trump e, se lembrarmos dos inúmeros protestos pela morte de negros por policiais brancos mais recentemente, podem se alastrar. Trump terá que transformar o discurso em ação, para justificar a sua eleição. E aí começa a verdadeira batalha: como re-erguer as fábricas destruídas e criar mais empregos. A General Motors acabou de anunciar que vai demitir 2.000 funcionários, justamente nos estados que deram maioria a Trump: Ohio e Michigan. Do discurso para a ação, há um oceano de distância, com águas profundas.

Há ainda o medo de políticas de imigração do novo governo. Os Estados Unidos têm há muito tempo políticas rígidas quanto à imigração ilegal. Alias, não são únicos no mundo. Agora a maneira de executar essa política pode piorar e o receio de 750 mil brasileiros ilegais nos Estados Unidos não deixa de ter razão de ser. Imagine o que acontece se eles forem deportados ou confinados em prisões. O pior será com os centro-americanos e mexicanos. Mas, aí a economia norte-americana para, porque o trabalhador branco norte-americano, que votou no Trump porque lhe prometeu emprego, não faz o que o imigrante faz. São classes de trabalhadores diferentes.

Na política externa, (como na interna, onde Trump fez barba e bigode, elegendo a maioria no Congresso e no Senado) há que aguardar e ter esperança em que a beligerância verbal não provoque mais conflitos. Sem dúvida, a relação com Cuba e Venezuela será diferente, mas com o Brasil, do qual Trump sabe pouco, porque não tem negócios significativos aqui, pode ficar na mesma ou não. Agora, é esperar para ver, rezando para que não piore.

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