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Friday 19 August 2016

DO EXPRESSO TURCO DA MEIA NOITE

DO EXPRESSO TURCO DA MEIA NOITE

Um dos filmes mais violentos que já vimos, mas ao mesmo tempo totalmente verídico, foi O Expresso da Meia-noite, que descreve a prisão de um casal de jovens americanos por tráfico de drogas na Turquia. Isso foi o filme. Agora, sob a presidência de Erdogan, e com base em leis de emergência promulgadas após a chamada tentativa de golpe militar há um mês, foram soltos 38 mil criminosos para dar lugar a 40 mil presos políticos, acusados de participar do golpe.

Mas, a lista continua; foram demitidos 15 mil diretores de faculdades, suspensos 80 mil funcionários públicos, 9000 policiais, 10 mil militares, 21 mil professores da rede privada de ensino, 2745 membros do judiciário, e mais e mais. 

Foi dada ordem de fechamento de 29 editoras, 15 revistas e 45 jornais diários. E a destruição nas bibliotecas  de todas as publicações dessas editoras. Jornalistas, ninguém sabe por onde andam. 

Um processo de destruição de qualquer liberdade e o confronto com qualquer valor democrático ocidental estão em curso nesse país, meio Europa, meio Ásia. Um horror inaceitável para o mundo de hoje, mas aceitável pelas políticas de grandes potências, que já há um século atrás permitiram aos turcos, então donos do Império Otomano, matar centenas de milhares de armênios. A posição estratégica de Turquia, que recebeu três milhões de refugiados sírios, permite que os Estados Unidos mantenham no seu aliado na OTAN (a Turquia tem o segundo maior contingente militar nessa aliança militar após os Estados Unidos) uma base militar com ogivas nucleares.

O governo turco alega que o golpe militar foi organizado por um clérigo muçulmano chamado Gulen, que vive nos Estados Unidos, e cuja extradição está exigindo. Por outro lado, o governo turco, que enfrenta uma luta pela independência no norte do país, da minoria curda, está de bem de novo com a Rússia e, também, após o incidente com um barco turco levando material de apoio ao grupo terrorista Hamas na faixa de Gaza, se entendeu com Israel. O  cachimbo da paz custou a Israel 20 milhões de dólares, pagos aos turcos pelos prejuízos que tiveram na empreitada.

Atentados recentes na Turquia e um estado absolutamente ditatorial nos levam a crer que o mundo prefere uma Turquia ditatorial, desde que ajude a manter certo equilíbrio no Oriente Médio, do que um país democrático. Assim vamos continuar em pleno 2016 a assistir uma tragédia de uma nação marchando para o abismo democrático e levando o seu povo n

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