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Friday 29 April 2016

DO  GOLPE E DO GOVERNO NOVO

Na lista de prioridades do mundo, a crise brasileira preocupa, mas está longe de ser a primeira. Os britânicos, que festejaram os 90 anos da Rainha Elisabeth, estão se digladiando para saber se continuam na União Europeia ou não. Nos Estados Unidos, está em curso a escolha de candidatos presidenciais para  as eleições em novembro. Hilllary Clinton ou Donal Trump, escolhas que podem, após as eleições, mudar, a face do mundo. E ainda está em curso a negociação de um acordo de livre comércio entre a União Européia e os Estados Unidos. Com a eventual saída da Grão Bretanha da União Europeia, não totalmente impossível, todo o cenário mundial muda. E a Europa continua, em especial os países mediterrâneos, como a Itália, continuam sob pressão da imigração Síria, afegã e outras. A Áustria fechou as suas fronteiras e a Alemanha, que absorveu a maior parte dos imigrantes, também está revendo as suas políticas. Sobra a China, com o reordenamento do seu crescimento, sem falar na Coréia do Norte, ameaçando permanentemente o mundo com lançamentos de mísseis de longo alcance. E mais e mais conflitos na África, Ucrânia, terrorismo islâmico sem controle e com ataques inesperados.

Nesse mapa, a crise brasileira, inclusive comparada a venezuelana, parece como crise light. O processo de impeachment tem um curso legal, conhecido e compreendido por quem quer compreender.Isso inclui os atores econômicos no mundo inteiro. Os atores políticos, que estão falando e repetindo que tem golpe, não se convencem que não há, e a narrativa vai continuar, mas nesta altura dos acontecimentos não vai mudar o rumo do processo e nem a percepção dos agentes econômicos de que as mudanças políticas vão provocar mudanças econômicas. Mesmo que tudo só seja definitivo após o processo terminar e as nomeações dos responsáveis para a execução das políticas econômicas só válidas após a publicação no Diário Oficial da União, as apostas para as mudanças já estão em curso.

Em recente publicação do Fundo Monetário Internacional, o famigerado FMI, falam em resiliência da economia brasileira, ou seja da sua capacidade de reagir. Os investimentos estrangeiros diretos, independentemente da crise política, cresceram neste ano, o balanço comercial teve superávits, mesmo que seja provocado pela queda de importações, e as reservas são sólidas. E o Brasil continua com alguns potenciais de desenvolvimentos únicos no mundo.

A euforia inicial gerando especulação nos mercados terá que dar espaço a uma realidade dura de ajustes, tanto na esfera governamental como no setor privado.De fato, vamos ter que reinventar o país, porque inclusive não sabemos quão profundo é o buraco que nos deixaram. Não vai bastar só mudar as pessoas, teremos que mudar o modelo e não há dúvida de que vamos contar com apoio do exterior para isso. 

Stefan Salej
29.4.2016.



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