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Sunday 26 July 2015

DA CORRUPÇÃO NO EXTERIOR

DA CORRUPÇÃO NO EXTERIOR

A evolução da engenharia brasileira é fantástica e o país  em um  determinado momento era capaz de produzir  praticamente todos os bens industriais e construir todas as obras de infra-estrutura. E  quando não sabia, as empresas se associavam com congêneres estrangeiras e traziam a tecnologia. Em seguida, absorviam essa tecnologia e desenvolviam inovações. Um ciclo virtuoso que permitiu ao país avançar muito em todos os campos que tem por base o conhecimento técnico.

A imensa necessidade do país de construir obras de infra-estrutura também gerou, com o respectivo conhecimento técnico, empresas capazes de realizarem esses projetos. E assim nasceram e viveram felizes por muitos anos, atravessando muitos governos e sobrevivendo a regimes e políticos,  empresas que popularmente chamamos de empreiteiras. E elas adquiriram, além dos conhecimentos de engenharia, também os conhecimentos ou a tecnologia de fazer negócios com políticos, empresas e entidades públicas e outros contratantes. Tornaram-se grandes no exercício de suas atividades na área de tecnologia e  de influência política, como financiadores dos políticos. Essa trajetória esteve várias vezes em evidência e mais recentemente está  aqui à nossa frente, com  sob o sugestivo nome de Operação Lava Jato.

Durante muitos anos essas empresas estiveram limitadas aos negócios no Brasil. Dominavam o mercado nacional, raríssimas vezes penetrado por congêneres estrangeiras, como foi a construção da Usina de São Simão, quando entraram os italianos como parte do acordo para  a Fiat instalar-se em Minas, e devagar foram para o exterior. Com o mesmo pacote tecnológico que usavam no Brasil: excelente engenharia e ainda melhor tecnologia de fazer negócios. Envolveram nesse pacote os financiamentos do BNDES e até empresas estatais, como a ELETROBRÁS, em época mais recente. E lá foi pelo mundo afora o nosso orgulho nacional, vendendo de tudo e comprando a todos. O mesmo modelo, a mesma gente, só que os corrompidos eram outros.

E agora que a água  transbordou  nessa Lava Jato, os negócios no exterior também começam ser investigados. A questão é quanto tempo vai demorar e quanto alguns ditadores que faziam parte dos esquemas vão querer descobrir. Mas, o fato é que se não mudarem o modelo de negócios, não haverá mais mercado no exterior. Todos têm medo de trabalhar com quem está sendo julgado. E Minas, que tem empresas com muita engenharia, vai perder ainda mais mercados e mais empregos se a tecnologia de fazer negócios não mudar. E olha que fomos pioneiros em fazer obras no exterior. Lembra da  Mauritânia, do Iraque? Outros tempos, outras empresas. Outras pessoas.

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