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Sunday 26 July 2015

DOS ESCANDALOS E MAIS ESCANDALOS

DOS ESCÂNDALOS E MAIS ESCÂNDALOS

Hoje em dia, não é mais preciso assistir às  novelas, onde sempre há um empresário mau, corrupto ou envolvido em escândalos de toda natureza. A fracassada Babilônia, com o prefeito roubando, empreiteira enrolada e assassinatos correndo soltos, além de outras tramas, não é nada, comparando com o que nos apresentam de minuto a minuto por todos os meios de comunicação, face à  realidade dos escândalos, dos quais o de maior audiência é a Lava Jato.

A quantidade de podridão que é despejada na nossa cabeça, e que, diga-se de passagem, corresponde à realidade crua e nua que o país  esta vivendo, é de tal tamanho que, se for medir  mesmo os nossos cérebros, vão descobrir que não cabe mais nada. Nada mais de escândalos. Limpem esta sujeira de vez por todas e nos deixem em paz para a gente poder trabalhar. Procurar emprego, que está difícil, procurar negócios, que está difícil, pagar os funcionários, e oferecer bons serviços e produtos. A cabeça está cheia, a atenção desviada dos objetivos dos empresários e da gente trabalhadora.

Escândalo atrás de escândalo, investigação sem resultado, como aquela do helicóptero transportando mais de meia tonelada de cocaína, e que ninguém sabe como terminou na justiça, e mais e mais. E este é um dos exemplos entre centenas, como aquele instituto de não sei de que em Minas, apoiado por entidades empresariais, que desviou 350 milhões de reais e o assunto também morreu.  Ou seja, se prestarmos atenção aos escândalos, não  fazemos  mais nada na  vida. Só assistimos à  novela em tempo real da corrupção.

A tudo isso se soma a capacidade dos nossos políticos, com raras exceções claro, de criar crise institucional, grave crise política, de inventar fatos e atos que põem qualquer ser normal absolutamente maluco quando acompanha os acontecimentos. É outra novela em tempo real que perturba a realidade dura de quem trabalha.

Mas, o fato é que elas existem e podem piorar.

Isole-se ao máximo, pense em como se proteger no emprego ou no seu negócio. Veja como procurar e achar soluções que afetem menos e em menor grau a sua vida pessoal, familiar e profissional ou empresarial.  Não se sabe quanto tempo esta situação vai durar, mas sabe-se que temos que sobreviver e sair dela não só vivos como fortalecidos. Outros tempos, outras soluções,  agora estamos em guerra para sobreviver.

DA CORRUPÇÃO NO EXTERIOR

DA CORRUPÇÃO NO EXTERIOR

A evolução da engenharia brasileira é fantástica e o país  em um  determinado momento era capaz de produzir  praticamente todos os bens industriais e construir todas as obras de infra-estrutura. E  quando não sabia, as empresas se associavam com congêneres estrangeiras e traziam a tecnologia. Em seguida, absorviam essa tecnologia e desenvolviam inovações. Um ciclo virtuoso que permitiu ao país avançar muito em todos os campos que tem por base o conhecimento técnico.

A imensa necessidade do país de construir obras de infra-estrutura também gerou, com o respectivo conhecimento técnico, empresas capazes de realizarem esses projetos. E assim nasceram e viveram felizes por muitos anos, atravessando muitos governos e sobrevivendo a regimes e políticos,  empresas que popularmente chamamos de empreiteiras. E elas adquiriram, além dos conhecimentos de engenharia, também os conhecimentos ou a tecnologia de fazer negócios com políticos, empresas e entidades públicas e outros contratantes. Tornaram-se grandes no exercício de suas atividades na área de tecnologia e  de influência política, como financiadores dos políticos. Essa trajetória esteve várias vezes em evidência e mais recentemente está  aqui à nossa frente, com  sob o sugestivo nome de Operação Lava Jato.

Durante muitos anos essas empresas estiveram limitadas aos negócios no Brasil. Dominavam o mercado nacional, raríssimas vezes penetrado por congêneres estrangeiras, como foi a construção da Usina de São Simão, quando entraram os italianos como parte do acordo para  a Fiat instalar-se em Minas, e devagar foram para o exterior. Com o mesmo pacote tecnológico que usavam no Brasil: excelente engenharia e ainda melhor tecnologia de fazer negócios. Envolveram nesse pacote os financiamentos do BNDES e até empresas estatais, como a ELETROBRÁS, em época mais recente. E lá foi pelo mundo afora o nosso orgulho nacional, vendendo de tudo e comprando a todos. O mesmo modelo, a mesma gente, só que os corrompidos eram outros.

E agora que a água  transbordou  nessa Lava Jato, os negócios no exterior também começam ser investigados. A questão é quanto tempo vai demorar e quanto alguns ditadores que faziam parte dos esquemas vão querer descobrir. Mas, o fato é que se não mudarem o modelo de negócios, não haverá mais mercado no exterior. Todos têm medo de trabalhar com quem está sendo julgado. E Minas, que tem empresas com muita engenharia, vai perder ainda mais mercados e mais empregos se a tecnologia de fazer negócios não mudar. E olha que fomos pioneiros em fazer obras no exterior. Lembra da  Mauritânia, do Iraque? Outros tempos, outras empresas. Outras pessoas.

Tuesday 21 July 2015

DAS FÉRIAS

DAS FÉRIAS  E FERIADOS

No meio do mês de julho, férias  escolares no meio do ano, a rotina das famílias e dos negócios muda. Em certos lugares, os negócios aumentam, em outros, diminuem. As escolas ou sistemas de educação geram negócios nas áreas de transportes, alimentação e material escolar, entre outros.  Durante as férias escolares, os negócios diretamente ligados à atividade escolar caem. Aumentam os negócios ligados às atividades conectadas a lazer, como colônias de férias, turismo de famílias, entretenimento, como shows, teatro e cinemas.

Nem todas as crianças e estudantes podem sair de férias  no meio do ano. As famílias não têm  dinheiro para isso. Nem para levar  dentro do próprio município, quiça para outro lugar. E nem todo mundo tem dinheiro para ir à Disneylândia, seja nos Estados Unidos, seja na Europa. E ai  entram em cena os empresários que falam muito em responsabilidade social. As empresas podem ajudar os seus funcionários a organizarem as férias de seus filhos, financiar em parte essa atividade aparente de lazer, mas que é uma atividade de educação. Em primeiro lugar, podem aproveitar melhor as excelentes infra-estruturas dos serviços sociais das entidades empresariais, como SESI e SESC.

Com criatividade, podem trazer os filhos de seus funcionários para conhecerem a empresa onde os pais trabalham. E o pessoal da indústria e das cidades pode se ligar ao pessoal da agricultura e levar as crianças para conhecerem a vaca que fornece leite, já que muita criança na cidade acha que leite vem do tablet. Um empresário  da construção civil e hotelaria de Belo Horizonte  levou os alunos de uma escola para conhecerem a sua fazenda, aprender sobra a terra que nos sustenta e ver práticas de cultivo e de sustentabilidade ao vivo e a cores. E quanto custou isso?  Nada, comparando com a alegria das crianças e com o conhecimento que adquiriram.

Voltando ao empresário de férias, deve-se salientar a necessidade de ele descansar, ver outras bandas, conviver com a família sem o stress do dia a dia do seu negócio. E tem mais: durante as férias, em vez de de ficar pendurado no celular gritando para todo mundo ouvir que seus funcionários são incompetentes porque sem ele não sabem fazer nada, é prestar muita atenção no mundo que ele está vendo e aplicar em seguida no seu negócio. E com os erros que acontecem quando está  ausente, corrigir para que a empresa e seus funcionários fiquem melhores. Para isso é que servem férias, para trabalhar melhor quando voltar.

STEFAN SALEJ
Consultor internacional
Ex Presidente da FIEMG e SEBRAE Minas
20.7.2015.

Thursday 16 July 2015

DO ACORDO E DA BOMBA NUCLEAR IRANIANA


 DO ACORDO E DA BOMBA NUCLEAR IRANIANA

A Europa respirou aliviada esta semana por duas razões: a crise da dívida da Grécia parece que passou, com a aprovação do parlamento grego do acordo feito com os credores, para uma fase mais tranquila. E ameaça do Irã construir uma bomba atômica  passou a ser menor, com o acordo que seis países liderados pelos Estados Unidos assinaram com aquele país. O mundo ficou menos volátil e perigoso por algum tempo e nos dois casos a diplomacia prevaleceu sobre os falcões de guerra.

O acordo com o Irã, dominado por aiatolás xiitas, radicais até o extremo, só foi possível devido ao sistema de sanções que os países ocidentais impuseram àquele país. E mais, a brutal queda do preço de petróleo, que reduziu a receita dos iranianos à metade nos últimos anos. A fórmula  de sanções e baixo preço do petróleo ajudaram mas ainda não convenceram os falcões dos dois lados que o acordo é bom. Os republicanos nos Estados Unidos vão criar todas as dificuldades ao  Obama e ao Secretário de Estado John Kerry na aprovação do acordo no Congresso. A mesmas coisa acontece no Irã, onde os radicais não querem abrir mão de ter a sua bomba atômica. Portanto, daqui para frente ainda haverá muito caminho para que o acordo seja implementado e controlado.

Mas, e com muita razão, os melhores conhecedores dos iranianos, que são os israelenses, não só acreditam que o acordo é ruim para a humanidade, como também estão convencidos de que agora, com a queda das sanções, o caminho esteja livre para o Irã construir a sua bomba atômica e destruir Israel. O acordo vai mudar as relações entre os países do Golfo Pérsico e de fato ninguém sabe até onde. Os Estados Unidos estão convencidos de que, com a volta de Irã à comunidade internacional, haverá não apenas mais oportunidade de paz no Oriente Médio como também uma aliança mais forte contra o Estado Islâmico. Algo que ninguém acredita em Israel. Portanto, os Estados Unidos terão que garantir a sobrevivência de Israel contra um eventual ataque ou ameaça do Irã.

No fundo também se está abrindo um potencial novo mercado do tamanho da Alemanha. O Irã, com seus  80 milhões de habitantes, dos quais 60 % com menos de 30 anos, representa um potencial de 16 bilhões de dólares só para produtos de informática. A Citroen esta abrindo uma fábrica  para produzir 800 mil automóveis ao ano, o que não e pouco. Alguns chamam o acordo de vitória da diplomacia de dólar. E, nessa abertura, como fica o Brasil, que tentou intermediar uma acordo similar há  anos e os Estados Unidos não permitiram? Os amigos de sempre serão trocados por novos amigos de novos acordos.


Stefan Salej
17.7.2015.

Sunday 12 July 2015

DO VINHO DE DIAMANTINA

Do vinho de Diamantina

Diamantina todo mundo conhece. Uns por causa dos tapetes arraiolos, outros pelas vesperatas, os terceiros por causa do ora pro nobis, uma comida deliciosa, e tem gente que até sabe a história  da Chica da Silva, a escrava que virou senhora. Da música  como Peixe Vivo, das ruas  feitas de pedras centenárias. Dos diamantes que eram transportados pela Estrada Real, revivida como caminho turístico, com muito marketing e pouca cultura. E também a Diamantina, terra natal do Presidente Juscelino Kubitschek, presidente bossa nova, democrata e renovador do desenvolvimento brasileiro. Cinquenta anos em cinco era o seu lema e o do Brasil  da época.

Mas, Diamantina, a 4 horas de carro de  Belo Horizonte, tem outras histórias a contar, além do seu encanto turístico. Como por exemplo as dos tapetes arraiolos, feitos  com lã, que passaram a ser, ao lado de outros produtos de artesanato, como as famosas bonecas, a marca da região. Com forte suporte da Igreja Católica,  a Cooperativa, que cuidava do projeto em 30 localidades e chegou a ter mais de 2000 colaboradores, hoje tem um número  minúsculo de gente tecendo os tapetes. Muitos explicam, mas mesmo com o esforço de reorganização liderado pelo SEBRAE, ninguém diz por que caiu a produção que deu fama à cidade e emprego a tanta gente. O projeto teve apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento  e era ponto alto de nova uma fase, além do turismo clássico, na tentativa de desenvolver a cidade.

A chegada da Universidade Federal do Vale  de Jequitinhonha e Mucuri, com seus quase mil docentes e número igual de funcionários administrativos, provocou uma nova onda de desenvolvimento. Dinheiro que chega sem precisar ser produzido localmente, novos consumidores com renda boa, e com alto nível intelectual. Surgiu uma nova classe que, se não se fechar em gueto acadêmico, liderará a inovação e a educação na região e poderá ser realmente um grande potencial de desenvolvimento.

E não por último tem algo de novo e nobre em torno da cidade. Vinhedos e oliveiras.  Lindos, bem organizados, com videiras de várias espécies de uvas, como merlot, tempranillo, sauvignon, e até  muscat, entre outros, dão a impressão de que estamos nos vinhedos da Toscana. O Shiraz produzido pelo Chico Meira na Quinta d’Alva se compara aos melhores  produzidos no Brasil. Mas, o Dr. João Francisco Meira, diamantense ausente, empresário respeitado no Brasil inteiro, não é o único que está investindo nessa área. Há mais de 20 pioneiros e está se formando um cluster de inovação da melhor qualidade. Nada de novo, de certa maneira, porque o vinho já se produzia em Diamantina no século passado. Tinha até  uma estação enológica, que foi desmontada pelos militares na década de 70, como foi também a estrada de ferro, e levada par Bento Gonçalves. Tudo para fazer esquecer de JK e da terra dele.

Não deu certo, voltou as ser o que é seu destino histórico. Tem vinho muito bom lá. Como tapete arraialo, só é difícil de comprar.

STEFAN SALEJ
Consultor internacional
Ex Presidente da Fiemg e Sebrae Minas

12.7.20125.

Saturday 11 July 2015

DOS BRICS E O MUNDO BRACS

DOS BRICS E O MUNDO BRACS


No meio da quebra trilionária das  bolsas chinesas, da crise grega, dos ataques do estado islâmico e do verão quente na Europa, além dos contínuos combates na Ucrânia, a reunião dos líderes dos países dos BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China  e África do Sul, em um lugar remoto da Rússia, foi uma colônia de férias.  Todos estavam com maiores ou menores problemas domésticos, é só lembrar as notícias que foram mandadas para nossa Presidente naquela semana do Brasil, mas ninguém deixou de vir. Por incrível que pareça, a união dos BRICS foi prioridade, mesmo se a pauta não teve muitas novidades.

A crise européia, ou  as vezes erroneamente chamada de crise da dívida grega,  parece que teve todos os envolvidos como vencedores. Apesar de que  há muito a fazer, as nuvens  da discórdia que dominavam os céus da Europa se desfizeram. Tzipiras, o Primeiro-Ministro grego, conseguiu uma proeza incrível, ou seja, no linguajar popular, agradou a gregos e  troianos. E desagradou a nossa sócia nos BRICS, a Rússia, que apostava alto na desintegração da União Européia com a saída da Grécia.

Os chineses, que controlam tudo, não conseguiram controlar a queda realmente brutal da sua bolsa de valores. As empresas chinesas de repente perderam valor em até 50 % de seu valor de capitalização, o que bateu forte na sua capacidade de alavancar os capitais no futuro. O governo, que apreendeu e aplica com vigor inúmeras  técnicas de economia de mercado, caiu na prova quanto a manter o mercado de capitais  sob controle. O total de perdas nas bolsas chinesas é equivalente ao valor total das empresas na bolsa de Londres. Já imaginou se desaparecessem da noite para dia todas as empresas em Londres? Não, ninguém imagina.  Mas a China continua lá, mesmo se efetivamente com menor crescimento, o que vai afetar os preços das matéria primas e os investimentos no exterior.  E claro, bate no Brasil, já que a China é o nosso principal  parceiro econômico.

No final, os BRICS deram dois empurrões nos projetos que andam devagar: o Novo Banco de Desenvolvimento, com capital de 100 bilhões de dólares e um fundo de emergência para evitar crises financeiras. Um boa coisa dessa reunião foi que não falaram em novos sócios,  agradeceram muito a condução da presidência brasileira que ninguém notou e não discutiram nem posições comuns na próxima conferência do clima. Amigos para sempre, porque não discutem nada que desagrade ao outro. Criou-se um mundo próprio em um mundo onde muito se discute e se chega pouca conclusão.

Stefan SALEJ
 10.7..2015.

Sunday 5 July 2015

DA AJUDA E PARCERIA COM OS GOVERNOS

DA AJUDA E PARCERIA COM OS  GOVERNOS


Espere o governo ajudá-lo. Seja qual for, municipal, estadual, federal, organismos internacionais, todos eles têm planos, programas, idéias e conversa para convencê-lo de que estão fazendo o melhor para você, cidadão-empresário.  Não passa dia em que uma entidade governamental não lance alguma bondade para o empresário. E em especial para o pequeno e médio, estes são os preferidos. Programas e mais programas,  publicidade e marketing. Às vezes acertam, e realmente sai alguma coisa boa. Mas, na maioria das vezes não chega ao caixa da empresa para melhorar seu desempenho. Aliás, a publicidade governamental é muito mais usada para adicionar recursos aos políticos para as suas campanhas do que  para convencer alguém de que algo positivo está acontecendo. Simples, me explique o que você consegue saber do que o BDMG faz através do anúncio no taxi de Belo Horizonte. Ou ainda, se o Banco de Desenvolvimento, em seus quase 50 anos, ainda não conseguiu informar o que faz, e você como empresário ainda não sabe, temos um problema do tamanho de um elefante.

Definitivamente, os governos são rápidos para cobrar, os empresários bons para pagar, claro que com certas exceções, mas os empresários são muito ruins em cobrar do governo. Para começar, são raros os escritórios de contabilidade que conseguem dizer ao empresário a que ele tem direito. Só, e só, quais são suas obrigações. Vamos fazer a tabela de obrigações do município, estado e governo federal com o empresário. Nenhuma entidade de classe ainda fez. Sem falar nos famosos conselhos profissionais, que cobram muito e, de novo, com poucas exceções, fazem algo positivo para a classe profissional.

Entre as entidades que podem ser mais bem aproveitadas estão as do sistema S. O empresário tem que saber o que elas oferecem, já que as sustenta, e ter a humildade de reconhecer que elas têm serviços bons e aproveitáveis para a gestão do seu negócio. E quem sabe às  vezes a humildade de conhecer novas soluções, novas tecnologias e novos mercados.

A coisa mais simples é criticar governos e colocar a culpa neles pelas dificuldades dos nossos negócios. Claro que os políticos e governos têm a sua parcela de culpa, mas as soluções para a sua empresa e seu negócio vem de você e não do governo.

STEFAN SALEJ
Consultor internacional
EX PRESIDNETE DA FIEMG E SEBRAE
www.salej.com.br


DA AMÉRICA PODEROSA

DA AMÉRICA PODEROSA A notícia mais importante da semana no cenário internacional só vai sair no domingo à noite, quando as urnas fecharem na Grécia e sair o resultado do referendum sobre o acordo com os credores. Essa situação grega desnudou toda a fragilidade da União Europeia, as relações financeiras e econômicas entre seus membros e a preponderância de uma política monetária não só de austeridade mas principalmente de manutenção de certos países em permanente sub-desenvolvimento em relação ao líderes do desenvolvimento. Mas, o que isso tem que ver com a visita sorridente da Presidente Rousseff aos Estados Unidos? Muito mais do que se imagina, mesmo que o Presidente Obama só tenha mencionado rapidamente o assunto na entrevista coletiva dos dois. Um, que o Brasil, mesmo sendo tratado pelo Obama como potência global, não faz parte de nenhuma solução do problema grego. Mesmo nos organismos multilaterais como o FMI, o nosso voto e a nossa voz estão sem maior significado. Dois, que a quebra da União Européia, com eventual saída da Grécia, ou, como estão chamando o processo, a total reformulação da União Européia, atinge o nosso segundo mais importante parceiro comercial. E ainda mostra como o mundo continua o mesmo: manda quem pode e obedece quem deve. Como a situação cambial brasileira está deteriorada, as eventuais soluções, e veja o que aconteceu com a Argentina, se assemelham em muito ao processo grego. Não tenhamos dúvida de que ninguém vai agir de forma diferente, se o Brasil tiver dificuldades, do que como estão agindo com relação à Grécia. Como aquela propaganda, você pode ser o eu de hoje, amanhã. Quando Obama elogia o Brasil, dizendo que somos potência global, está dizendo que a liderança regional está hoje, como sempre esteve, nas mãos dos Estados Unidos. Antes da visita presidencial brasileira, aliás de pouco destaque na imprensa mundial, Obama teve uma semana feliz e, como ele mesmo disse, melhor só foi a da sua lua da mel. Caiu o índice de desemprego, o Supremo Tribunal de Justiça liberou geral o casamento de pessoas do mesmo sexo e mais alguns outros ítens. Mas, nos dias seguintes vieram outras notícias: as abertura das embaixadas de Cuba e Estados Unidos nos respectivos países, conversações meio secretas com os venezuelanos, e mais a visita do presidente do Vietnã comunista, o aliado fiel de Washington no Leste Asiático. Assim, estamos de volta ao ciclo de amizade eterna com os vizinhos do Norte, que geram no Brasil mais de 500 mil empregos diretos e têm investimentos superiores a 400 bilhões de dólares. Haja independência com tanto dinheiro investido aqui. Stefan Salej 4.6.2015.