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Saturday 29 November 2014

DA DONA SINHA DE ELETRÔNICA

Da Dona Sinha da eletrônica

Em um vale cheio de fazendas de café, no Sul de Minas, nasceu uma jovem que, por destino, viajou, casada com um diplomata, pelo mundo. E em 1959, trouxe, depois de viver no Japão, onde o país se re-erguia, após a Segunda Guerra Mundial, a idéia de fazer uma escola técnica de eletrônica. A primeira da América Latina, em um  lugar chamado Santa Rita de Sapucaí. E após a escola técnica que leva o nome do pai da jovem e passou a se chamar Dona Sinhá Moreira, nasceu a escola de engenharia INATEL, a faculdade de administração de empresas e um polo tecnológico de eletrônica que se chama Vale de Eletrônica. E veio o SENAI, com equipamentos de última geração e mais e mais.

As 154 empresas do Vale da Eletrônica, no meio desse nada para os teóricos do desenvolvimento e os agentes governamentais, aumentaram o faturamento, as exportações e número de empregados. Aliás, o prêmio com nome da Dona Sinhá, oferecido pelo eficiente Sindicato da Indústria Eletro-Eletrônica do Vale, SINDIVEL, é dado às empresas que mais aumentaram o número de funcionários e que alcançaram o mais alto nível de inovação. A disputa é ferrenha, porque todo mundo no Vale da Eletrônica é competitivo e quer progredir. Mas, também é unido, oficialmente no cluster eletro-eletrônico, mas extra-oficialmente em um projeto imaginário de cooperação, competitividade e alianças pelo bem-estar da sociedade. O prefeito eleito já quatro vezes é um prefeito de toda a cidade e não só dos industriais. O INATEL, instituição de educação tecnológica que hoje já atua em São Paulo e no exterior, é junto com o super moderno laboratório de protótipos do SENAI, fornecedora de tecnologia, pesquisa e educação da mais alta qualidade. Não há desemprego, não há negativa rivalidade. As empresas, que possuem nos seus quadros inúmeros doutores em ciência, são também empresas onde toda a família está empregada e colaborando.

O Vale da Eletrônica parece uma ilha no meio de um oceano revolto em escândalos, dificuldades, políticas e não sei mais o quê. Mas, deixa lições importantes, que estão sendo pouco aproveitadas. Ninguém lhe traz desenvolvimento. Você, como Dona Sinhá Moreira e seus descendentes diretos e indiretos, tem que trabalhar, ter visão, ser ousado e o mundo é o  seu mercado. Não precisa perder raízes, mas deixar a porta aberta para que a inovação, em todos os sentidos e e  em todas as áreas que permeiam a sociedade, domine seu futuro.

No meio dos cafezais, mesmo lutando contra a invasão do narco-tráfico na região e outras mazelas (como a estrada que liga o Vale da Eletrônica com a Fernão Dias já asfaltada, mas não sinalizada e muito menos iluminada, como deveria ser), o pessoal pensa estrategicamente, com apoio do SEBRAE Minas, nos próximos 20 anos. Em um negócio super competitivo, como ser líder e não sobrevivente.

Se a estória de que a felicidade do mineiro é a vaca morta do vizinho, que assim os dois não tem vaca ou um tem uma a mais, precisa ser desmentida, ela o foi por Dona Sinhá Moreira e os seus sucessores no Vale da Eletrônica. O fracasso de um é insucesso de todos, e o sucesso de todos, é de cada um.

Stefan SALEJ
28.11.2014.  

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