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Friday 24 October 2014

DO UM MINUTO APÓS AS ELEIÇÕES

Do minuto após as eleições

O mundo está onde sempre esteve, mesmo que durante a campanha eleitoral olhemos pouco para ele. Mas, ao contrário de nós, o mundo inteiro olhou para as eleições presidenciais brasileiras com uma atenção ímpar, não só por curiosidade mas por interesse. O nosso tamanho, independentemente de certos comentários ocasionais salientando a nossa grandeza, é de um país importante e onde o jogo de interesses ainda é maior. Não há empresa importante no mundo, seja industrial, seja banco ou de serviços, que não esteja presente no Brasil. E mais, um resfriado econômico aqui pode levar muita empresa para a UTI, sem pensar que alguns acham que nós também podemos estar lá.

Enquanto o boato comia terra no Brasil, a União Européia teve confirmada a nova Comissão sob liderança do conservador luxemburguês Juncker. Os conflitos na Ucrânia, que também teve eleição parlamentar hoje, continuam,  e sem perspectiva de terminar. Na Indonésia assumiu um novo presidente, mas na vizinha Bolívia foi re-eleito o amigo fraternal do Brasil, Evo Morales. E as eleições no vizinho Uruguai, também sócio do Mercosul, que não consegue fazer acordo com a União Européia, não estão mostrando um resultado muito promissor para as relações entre os dois países. A Argentina continua quebrada e sem pagar as contas e se junta à Venezuela, que caminha a passo largo rumo a uma democracia falida em todos os sentidos.

O Ebola, que era coisa dos africanos, está batendo na porta da Europa e dos Estados Unidos, sendo que, segundo o New York Times, é Cuba que está dando um exemplo que merece elogio no combate a essa terrível doença. A volatilidade do mercado financeiro supera a volatilidade política no Oriente Médio, onde o Estado Islâmico está expandindo seus territórios e onde o combate a eles está mais desorganizado do que jogo de futebol na várzea. E mais, daqui a pouco teremos eleições parlamentares nos Estados Unidos, onde tudo indica que os republicanos ganharão a maioria no Congresso e Senado, criando mais dificuldades para o governo democrata do presidente Obama.

A queda de preços das commmodities, que já atingiu em média 14 % neste ano e reduziu nossas exportações em 11 bilhões de dólares, é um fato grave nas nossas relações com o mundo. Nossas reservas estão sendo afetadas com a redução de exportações e a receita dos investimentos estrangeiros no país não nos dá a segurança do aumento de empregos de que vamos precisar. Não haverá tempo para estourar a champanhe após a eleição. O trabalho de inserção de uma forma responsável na política internacional nos será exigido pelos acontecimentos mundiais e pelos nossos parceiros. E mais, pela nossa situação cambial e financeira.

No nível regional, teremos que achar soluções autônomas para ativar a economia mineira dependente de matérias primas e capital estrangeiro, que no momento levou mais do que trouxe.É absolutamente mentira dizer que  no caso de vitória de um ou outro deixarão de vir ou não bilhões de dólares. Dólar não tem ideologia, tem interesse.E quem não tem interesse em um mercado de 200 milhões de pessoas em crescimento? Mas, tem que ter crescimento. E ele pode ser regional ou setorial, mesmo que não seja de todo nacional.

Stefan B. Salej
24.10.2014.

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