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Thursday 19 June 2014

Da primavera que virou inferno

As atenções hoje em dia são orientadas para a infindável confusão com mortes diárias na vizinha Venezuela, para o desaparecimento do avião da Malásia, um pouco também para o incrível número dos mortos no deslize de terra no estado de Washington, nos Estados Unidos ( o governo ignorando há 15 anos o aviso dos cientistas) e no já clássico jogo da guerra gelada entre os Estados Unidos e a Rússia. Mas como a Lusitana roda e o mundo gira, o mundo em outras partes nem parou.

Os campeões da democracia no mundo, os Estados Unidos, que ajudaram há 50 anos a estabelecer o regime militar no Brasil, criaram para todos nós, nos últimos anos, este mundo diferente, não só com a invasão do Iraque e do Afeganistão, mas com apoio implícito e explicito ao florescimento de regimes "democráticos", em especial no Oriente Médio. Concordar com ditaduras sanguinárias como a do Gadafi na Líbia ou do Assad na Síria, entre outras, é um absurdo. E até o regime do Mubarak, no Egito, que permitia ser a estação  terceirizada de tortura para os  norte-americanos, cedeu às pressões a favor da democracia, apoiadas pelos Estados Unidos, e virou uma página onde mais de 500 pessoas foram condenadas à morte e o líder militar do golpe é candidato a mandato presidencial. E o Egito vai ter saudade da democracia do Mubarak, que esta na prisão, aguardando junto com o seu sucessor, seu julgamento.

A Líbia esta destruída, a Síria está em uma guerra que o mundo ignora, no Iraque os Estados Unidos estão construindo bases militares de fazer inveja ao enforcado Sadam  Hussein, que foi o ditador que eles derrubaram. No Líbano, as diversas facções jogam bombas e promovem atentados que só aumentam a instabilidade na região. E os países ricos do Golfo brigam entre si mais do que os russos e ucranianos por causa do apoio de uns, como  o Qatar, aos extremistas islâmicos. E o Qatar, organizando a Copa do Mundo com apoio dos terroristas islâmicos, só pode nos dar a tranqüilidade de que não haverá problema. Não por último, continua, desta vez com um sorriso nos lábios, a construção da bomba atômica pelo Irã, cujos dois cidadãos viajaram com passaporte roubado no avião da Malásia que desapareceu. Mera coincidência, após mais de 20 anos de atentado dos iranianos em Buenos Aires, quando mataram um grande número de judeus.

O Oriente Médio, de onde o mundo recebe boa parte de seus insumos energéticos, é cada dia mais controlado pelos extremistas islâmicos e eles apresentam uma ameaça cada vez maior à segurança e paz do resto do mundo. Eles não atuam só lá, mas também na África, veja o Sudão do Sul, Mali, a República Centro Africana ente outros, e na América Latina, apesar da nossa ignorância voluntária do assunto.

E nesse contexto, os Estados Unidos e a Rússia não conseguem dialogar, o que é muito preocupante. Sem a cooperação dos dois, o mundo fica à mercê dos extremistas, que estão só crescendo.


Stefan B. Salej
27.3.2014.

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