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Wednesday 2 January 2013

Do abismo fiscal.Deles e do nosso.



Do abismo fiscal

As negociações tensas no Senado norte americano nos cinco minutos antes de meia noite do dia 31 de dezembro sobre o chamado abismo fiscal e o posterior acordo entre senadores e o governo são mais significativas do que a só aparente disputa entre políticos norte-americanos. A Constituição dos Estados Unidos prevê uma maior divisão de poder entre o executivo e o legislativo do que a nossa. Por isso, uma disputa sobre a eliminação dos benefícios fiscais que o governo Bush concedeu há anos aos mais ricos, e com isso ganhou, entre  outras coisas, apoio para se reeleger e ainda a maioria republicana no Congresso, é uma disputa democrática entre os poderes e, claro, bons políticos negociam até o minuto final para demonstrarem que trabalhem bem.

Mas, no final das contas, de que se trata, para tanto tremor e medo na área econômica?  Simples: reduzir os incentivos fiscais para os mais ricos quer dizer aumento de impostos para diminuir o déficit fiscal. Os republicanos que dominam o Congresso, mas não o Senado, queriam que o governo também cortasse despesas. O compromisso final que já foi aprovado pelas duas casas legislativas salvou Estados Unidos de eventual crise econômica,  mas não de reduzir o déficit de forma significativa e nem de uma eventual reorganização competitiva do aparato governamental. E nem tocou no maior item das despesas do governo norte-americano, as despesas militares. Enquanto os EUA forem por vontade própria e por incompetência de outros o gendarme do mundo, o gasto militar será o grande vilão do orçamento norte americano.

Os EUA têm um enorme déficit nas contas públicas e no balanço comercial, que devido à posição de liderança mundial, é coberto pelo mundo inteiro. Eles imprimem os dólares e o mundo cobre os buracos. É um sistema que tem funcionado  até agora e ninguém conseguiu mudar, o que não quer dizer que vai ser eterno.

A lição de negociação dura entre o executivo do democrata Obama e o legislativo republicano é uma boa lição de exercício de democracia e política. As grandes discussões nos parlamentos no mundo inteiro servem para atingirmos a estabilidade econômica e em seguida o crescimento, uma constante. Sem a responsabilidade fiscal não há desenvolvimento. Mas não quer dizer que a responsabilidade fiscal deva ser feita com fome do povo e riqueza dos políticos e empresários. Agora esta discussão vai chegar mais perto da gente e será sem dúvida a chave para futuro.

Stefan B. Salej
2.1.2013.

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