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Thursday 6 September 2012

DO SOCIALISMO E DOS SOCIALISTAS





No final de agosto, quase no aniversário da morte de Getúlio Vargas, reuniram-se na Cidade de Cabo, África do Sul, representantes de mais de 120 partidos políticos socialistas do mundo inteiro. A organização se chama Internacional Socialista, cujo símbolo é um punho segurando uma rosa.E cujo hino é a belíssima canção "A Internacional". Essa organização serviu por algumas dezenas de anos como leme a gerações e gerações que queriam mudar o mundo e foram perseguidas, encarceradas e excluídas. Era a esquerda pavorosa cuja face pior era o comunismo.

Entre os ilustres convidados recebidos pelo presidente sul-africano Jacob Zuma,estava a ex-candidata socialista à Presidência da França, Segolene Royal, o ex-Primeiro Ministro da Grécia Papandreou, que foi ré-eleito Presidente, e vários ex ou atuais chefes de governos, deputados e políticos do mundo inteiro.E, claro, uma forte representação do PDT, chefiada pelo Presidente do partido, ex-ministro do trabalho Luppi. O Brasil elegeu com expressiva votação um Vice-Presidente, o deputado federal gaúcho Vieira da Cunha e ainda ganhou com Miguelina Vecchio uma importante vice-presidência da Internacional Socialista da mulher.

Os temas e debates não poderiam passar à margem da atual crise financeira. Apesar de o título do encontro ter sido "Para uma nova internacionalização e uma nova cultura de solidariedade", os debates sobre economia com emprego, crescimento e proteção social dominaram as discussões. Às vezes com discurso inflamado, às vezes com mais argumentos, mas sempre com muito discurso.O encontro produziu quatro declarações, entre elas uma sobre os caminhos das novas democracias e sobre a paz e o multilateralismo. Nessa declaração  há clara reverência ao conceito de reforma das Nações Unidas e apoio ao Brasil, entre outros, para um lugar no Conselho de Segurança.

O que o Congresso, cujo não  respondeu é qual o rumo que o socialismo vai tomar. De muita declaração, que faria inveja aos burocratas da União Européia pela falta de clareza dos propósitos, sobrou mesmo é a perplexidade perante um mundo em evolução e turbulência.Há muitos governos socialistas no poder, que também não estão conseguindo dar respostas adequadas aos desafios de hoje e do futuro.

Nesse capítulo, vale a pena indagar para onde vão os chamados socialistas brasileiros.Sem dúvida alguma, há admiração no mundo inteiro pela condução do Brasil por um Partido dos trabalhadores que aliás não é filiado à Internacional socialista. Muito  menos o é o PSB. Este sim teria que ser perguntado onde estão os fundamentos socialistas e sociais nas ações dos seus políticos.  Chamar-se socialista não é a garantia de exercer os princípios socialistas. Sobram usurpadores do nome, e há  poucos fazedores de socialismo que passa além de nome e ação social.

Em resumo, sobra socialista e falta socialismo no mundo.

Stefan B. Salej

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